Capítulo 16 - Sofia

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Acordei com o som de um alarme ao fundo. Abri meus olhos lentamente, olhando para Oliver, que depois de desligar o despertador e colocá-lo sobre o criado mudo ao lado, voltou seu olhar para mim:

― Bom dia, Sofia. –Ele se inclinou, me dando um beijo casto nos lábios- Desculpe, não queria te acordar. –Seus olhos azuis como o mar e seus cabelos desalinhados davam a ele um rosto angelical.

― Tudo bem. –Disse tocando seu rosto, sentindo sua pele macia- Que horas são? –Perguntei ainda sonolenta.

― Cinco e meia da manhã.

― Cinco e meia? –Disse assustada- Ainda é muito cedo. Você acorda todos os dias neste horário?

― Quase todos os dias –Ele dizia me olhando atentamente. Céus, como alguém podia ser tão lindo?- Mas hoje, as seis horas eu tenho aulas de esgrima e as oito tenho que estar na empresa.

― Você pratica esgrima? –O olhei curiosa.

― Sim, desde os meus oito anos de idade. Meu pai também praticava esse esporte e fez questão de que eu também aprendesse.

― Agora entendo porque você tem esse físico perfeito –Pensei alto e Oliver me lançou um sorriso.

― Então, você gostou do meu físico? –Ele me encarava divertido e imediatamente senti minha transformação para pimentão vermelho começar- Ei, não precisa ficar com vergonha, não depois do que aconteceu ontem. –Ele alisou meu rosto com suas mãos, me encarando ternamente, enquanto eu sentia meu rosto corar mais ainda- Sabe, estou surpreso...

― Surpreso com o quê? –O encarei sem entender.

― Com o que está acontecendo com nós dois. O que sinto por você, esse desejo, nunca senti por ninguém antes. –Ele parecia estar sendo sincero e isso me deixou ainda mais atenta- Eu não posso te prometer um amanhã, Sofia, mas não quero que isso atrapalhe a convivência que temos, você me entende?

― Sim, prometo não misturar as coisas.

― Ótimo. –Ele me lançou um sorriso e depois se inclinou sobre mim, me beijando mais uma vez. Era tão bom sentir o sabor de seus lábios. –Eu tenho que me arrumar agora –Ele disse por entre meus lábios, parando o beijo lentamente- Será que eu posso usar o seu banheiro para tomar um banho?

― Claro, é ali naquela porta. –Disse, apontando para a "suíte" dentro do meu quarto.

Oliver se levantou nu e sem nenhum pudor caminhou até o banheiro. Enquanto eu estava morrendo de vergonha, tudo aquilo parecia muito natural para ele.

Aproveitei que ele não estava no quarto e me levantei rapidamente, indo até o guarda-roupas e vestindo um short e uma blusa. Dei uma arrumada nos meus cabelos, que estavam todos desgrenhados e ao ver a camisa de Oliver jogada pelo chão, próxima a porta, toda amassada, a peguei para que pudesse passá-la para ele.

Depois de deixar uma toalha para ele na porta do banheiro, desci para a cozinha, peguei o ferro e a tábua de passar e comecei a passar a camisa de Oliver, não pegaria bem para um homem como ele chegar no seu local de trabalho com a roupa toda amassada:

― O que está fazendo? –Ouvi sua voz atrás de mim e quando ele se aproximou, quase me queimei com o ferro de passar. Ele vestia apenas sua calça jeans, enquanto seu peitoral maravilhoso estava a mostra. A beleza daquele homem era incontestável.

― Resolvi passar sua camisa, estava muito amassada. –Disse, tentando ignorar o seu corpo perfeito e prestar atenção na atividade que estava executando.

Ele se manteve em silêncio, como se avaliasse minha atitude. Quando terminei, coloquei o ferro sobre a tábua e caminhei na direção de Oliver com sua camisa em minhas mãos, o ajudei a vesti-la e enquanto fechava os botões, tentei ignorar o desejo que sentia dentro de mim, observando algumas gotículas de água correrem por seu corpo. Ele cheirava tão bem:

― Obrigado. –Ele disse segurando uma das minhas mãos- Por tudo, Sofia.

― Há, isso não é nada... –Antes que pudesse terminar minha frase, Oliver me puxou gentilmente pela cintura, me beijando. Um beijo quente e cheio de promessas.

Após alguns segundos, ele parou o beijo, afastando seus lábios dos meus, segurando em meu queixo, me fazendo olhar para ele.

― Queria poder te levar para jantar, mas hoje vou trabalhar até tarde. –Aquilo era sério? Oliver Beaumont queria jantar comigo?

― Teremos outras oportunidades. –Disse, o desejo aparente em minha voz.

― Nos vemos amanhã? –Ele perguntou, tocando meu rosto.

― Sim.

― Até amanhã então, Sofia. –Ele me deu um selinho e depois o acompanhei até a porta, onde ele entrou em seu carro, desaparecendo pelas ruas escuras do meu bairro.

Entrei, trancando a porta e voltando para a cama. Ainda eram seis e meia da manhã. Alisei a parte da cama em que Oliver havia dormido, ainda sentindo a sua presença ali, a noite de ontem sendo revivida em minha memória.

Eu ainda não acreditava que havia passado a noite com Oliver. Tudo aconteceu tão naturalmente, de forma tão inesperada, que quando me dei conta, já estava completamente perdida nele.

Acabei pegando no sono novamente e só acordei porque o meu telefone estava tocando, era Vanessa:

― Alô? –Perguntei sonolenta.

― Acorda dorminhoca e vem abrir a porta para mim, estou aqui na frente da sua casa, não me faça esperar!

Ainda relutante, saí da cama e fui até a sala de estar, abrindo a porta para ela:

― O que você está fazendo aqui a essas horas? –A encarei. Ela estava bem arrumada e seus cabelos negros brilhavam com a luz da manhã.

― Bom dia para você também! –Ela disse, passando por mim e entrando na sala- Se arrume Sofia, tem umas lojas maravilhosas no centro que estão de promoção e nós não podemos perder essa oportunidade! –Ela dizia animada, seus olhos negros esbanjando felicidade.

― Você está falando sério? –Perguntei, completamente perplexa.

― Sem corpo mole, Sofia! Você mesma me disse que precisava comprar algumas coisas, lembra? A hora é agora!

― Tudo bem, você tem razão, eu estou mesmo precisando comprar umas roupas novas.

― Viu! –Ela juntou as mãos, batendo palmas- Agora vá se arrumar logo, antes que os melhores produtos acabem!

― Vou tomar um banho rápido e já volto.

― Vou tomar um pouco de água, está bem? –Vanessa disse, indo para a cozinha, enquanto eu caminhei em direção ao meu quarto- Ai meu Deus, Sofia! –Ela gritou da cozinha e eu corri rapidamente até lá, pensando que algo pudesse ter acontecido a ela.

Quando cheguei, a vi com a jaqueta de couro de Oliver em suas mãos:

― O que é isso, Sofia? –Ela analisava a jaqueta- Ou melhor, de quem é isso? –Seus olhos me fitaram e eu senti meu corpo congelar. Eu deveria contar a minha melhor amiga que havia passado a noite com Oliver?

A Babá dos meus FilhosWhere stories live. Discover now