Capítulo 21 - Oliver

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Uma semana. Era o tempo que havia se passado desde a última vez que havia falado com Sofia. Eu ainda a via em minha casa, isso era inevitável, mas eu tentava ficar o mais longe possível dela.

Quando a via, eu me sentia mal por não poder tocá-la e por ainda a desejar tanto, mesmo sabendo que eu estava fazendo o certo ao respeitar sua escolha.

Para afastar essas sensações, eu tentava passar o maior tempo possível fora de casa, na minha empresa ou viajando. Por consequência, também me afastei de meus filhos, mas isso seria por pouco tempo, até que eu conseguisse controlar essa situação.

Também havia passado a praticar esgrima durante todos os dias da semana, tentando aliviar a tensão que sentia.

Enquanto lutava contra meu amigo, Bruno, eu me mantinha focado, executando movimentos rápidos e precisos:

― Para mim já deu! –Bruno levantou as mãos para mim, em sinal de desistência. Tiramos as máscaras- Da última vez que lutamos, quando disse que você estava distraído, você levou aquilo à sério, não é mesmo? –Ele disse ofegante, apoiando suas mãos nos joelhos.

― Desculpe Bruno, eu tenho passado por uma fase ruim. Você está bem?

― Sim, ainda estou inteiro. –Ele caminhou até um canto da sala, se sentando em um banco e tomando um pouco de água. Fui até ele, fazendo o mesmo- Como assim, fase ruim? –Ele perguntou depois de um tempo.

― Lembra da garota que eu te falei? –O encarei- Bem, nós dois meio que nos afastamos.

― Mas, vocês dois não estavam namorando?

― Na verdade não. –Dei de ombros- O que aconteceu entre nós dois não era sério...

― Já entendi tudo. –Bruno disse me interrompendo- Era sério para ela, não era?

Balancei a cabeça em afirmativa.

— Eu gosto muito da Sofia, tenho muito afeto por ela e eu não consigo olhar para ela e não a desejar, mas... –Tentava encontrar um motivo para ainda manter minha decisão.

— Você a ama? –Bruno foi claro e direto e sua pergunta me abalou por alguns segundos. As palavras sumiram e eu não consegui responder sua pergunta.

― Eu não sei.

Ele colocou sua mão em meu ombro, me olhando atentamente:

― Escute Oliver, eu sou suspeito para falar sobre relacionamentos com alguém, tenho quase quarenta anos de idade e já me divorciei três vezes. Mas sei que o amor não pode ser definido, apenas sentido e eu digo com convicção, se você sente algo por essa garota, diga isso a ela. Eu conheço sua história e sei que você passou por momentos difíceis na sua vida, mas não deixe que isso te impeça de continuar. Você parecia ser um homem mais feliz quando estava com ela.

― Você se divorciou três vezes e ainda me vem com um discurso desses? –Brinquei, tentando disfarçar o quanto falar sobre meus sentimentos era difícil para mim.

― Por favor, Oliver! Você ao menos prestou atenção no que eu disse?

― Sim, eu prestei.

― Sabe –Ele se recostou no banco, olhando para longe- Eu amei minhas três esposas, de verdade, cada uma a sua maneira. As pessoas têm em mente que o amor é algo infinito, que dura para sempre, mas para mim, o amor deve apenas ser vivido, sentido e curtido até o último segundo, independentemente do tempo que durar.

― Eu concordo com você. –Disse, recordando meu casamento com Denise.

— Então, apenas se permita amar, Oliver. A incerteza de quanto tempo possa durar é maravilhosa.

A Babá dos meus FilhosWhere stories live. Discover now