Capítulo 50 - Sofia

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― Você vai contar para ele que você está grávida, não vai? –Vanessa perguntou vindo atrás de mim, depois que chegamos a minha casa.

Fui para o sofá e me sentei, levando minhas mãos à cabeça. Como eu pude ser tão descuidada?

― Eu não sei. –Eu estava sem chão, não sabia mais o que fazer.

― Sofia, você precisa contar ao Oliver que está esperando um filho dele! –Vanessa me repreendia.

― Não acho que ele vá ficar muito contente com essa notícia. –Baixei a cabeça, pensando no quanto ele deveria estar triste e decepcionado comigo.

Vanessa se sentou ao meu lado no sofá, segurando minha mão:

― Foi tão ruim assim o que aconteceu?

― Foi péssimo!

― Brian me contou que você e o Oliver terminaram, porque você estava com o Ryan...

― E você acreditou? –A interrompi, olhando-a de relance.

― Não, por isso mesmo estou aqui para ouvir o seu lado da história.

― Se eu te contar, você jura que não vai falar para mais ninguém? –A encarei. Eu sabia que podia confiar nela, mas por outro lado, não confiava no Brian.

― Eu juro, Sofia.

Respirei fundo e contei a Vanessa sobre a conversa que havia tido com Denise no restaurante, da ameaça que ela fez de tirar Estevan e Elena de Oliver, caso eu não me afastasse, do beijo que me vi obrigada a dar em Ryan e as coisas horríveis que Oliver me disse logo depois.

Contar aquilo a Vanessa foi libertador, era como se eu estivesse compartilhando o meu peso com outra pessoa e eu já me sentia mais aliviada:

― E por que você não contou ao Oliver que essa maluca te ameaçou?

― Eu não podia, Vanessa! Isso só serviria para irritar ainda mais a Denise e os dois com certeza iriam acabar indo parar na justiça para brigar pela guarda dos filhos.

― Mas, a Denise não teria nenhuma chance contra o Oliver, foi ela quem os abandonou!

― Mas o juiz não sabe disso e também não existe nenhuma evidencia que prova que Denise o traiu e depois saiu de casa. Ela iria manipular todos fácil, fácil e ainda poderia prejudicar o Oliver. –Fiz uma pausa, tendo noção do quanto tudo aquilo era surreal- O que mais me doí, é que o Oliver pensa que eu o traí e que nunca o amei de verdade, você tinha que ter visto como ele falou comigo da última vez que nos vimos. –Uma lágrima rolou pelo meu rosto.

― Você não tem que se sentir assim, Sofi! Você não fez nada de errado, sua consciência está limpa!

― Eu sei, mas, eu me sinto tão mal por saber que de certa forma eu o decepcionei. Você tem lido as notícias? Dá para ver que ele voltou a ser aquele mesmo cara sério e triste de antes e tudo por minha culpa.

― Sofia, o fato de você estar grávida muda tudo. Se você contar a ele que tudo não passou de uma jogada da Denise, tenho certeza que ele vai entender e vocês dois vão poder resolver isso juntos...

― Eu não posso arriscar.

― Poxa Sofia, eu realmente não te entendo!

― Assim como eu também não entendo porque você namora um cara que te agrediu! –Disse irritada. De certo modo, aquela conversa havia conseguido abalar meus sentimentos e eu decidi colocar tudo o que estava sentindo para fora.

― O Brian não me agrediu! –Ela protestou.

― Vai dizer então que ele fez aquilo com você como uma demonstração de carinho? –Insisti.

― E se tiver sido? –Ela disse séria, me pegando de surpresa- Na boa Sofia, não dá para falar com você assim. –Ela se levantou do sofá, indo até a porta.

― Espere Vanessa, eu não quero brigar com você...

― Aé? –Ela se voltou para mim- Eu sinto muito, mas eu estou com o Brian agora e enquanto você não aceitar isso, nossa amizade também vai permanecer abalada Sofia. Se você se esforçasse um pouquinho mais para conhece-lo, veria que ele é um cara legal. –Ela me olhou uma última vez e depois saiu, me deixando ali sozinha, sem saber o que fazer.

Fui para o meu quarto e me joguei em minha cama, começando a chorar, em parte deveriam ser meus hormônios que estavam alterados, por outro lado, deveria ser a solidão:

― O que eu vou fazer? –Murmurei, colocando minha mão sobre minha barriga e achando incrível que pudesse ter um ser ali- Pelo menos agora eu tenho você –Sorri.

Como toda mulher, eu já havia cogitado a ideia de ser mãe. Quando estava com Oliver, ficava-o observando e pensando no quanto o amava e em como gostaria de formar uma família com ele. Ficar grávida em um momento crítico como esse, não estava nos meus planos.

De qualquer forma, aquele bebê representava o amor que existiu entre mim e Oliver e pensar nisso me deixava feliz. Eu cuidaria daquela criança com todo o meu amor, faria de tudo para que ela ficasse bem. Pensei no que o médico disse sobre minha alimentação e do quanto ela influenciava na boa formação do bebê.

Tomei um banho, me arrumei e decidi que iria até o supermercado fazer compras. Agora que estava grávida, eu não podia comer apenas miojo e outras besteiras, eu tinha que me alimentar bem. Eu não tinha muito dinheiro em casa, mas ainda me restava um pouco no banco, o suficiente para que eu conseguisse me manter por mais alguns dias.

Sai de casa e fui primeiro ao banco, parapoder sacar um pouco de dinheiro, quando me assustei por ver que dez mil reaishaviam sido depositados na minha conta, provavelmente deveria ter sido algumengano. Quando puxei o extrato para descobrir quem havia depositado o dinheiro,vi que não havia sido engano. Meu coração se encheu de alegria e meus olhos seencheram de lágrimas, no instante em que levei minha mão ao meu ventre. Oextrato em minhas mãos comprovava que o dinheiro havia sido depositado porOliver Beaumont.

A Babá dos meus FilhosWhere stories live. Discover now