24.

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Âmbar.

       Encaro as portas do salão dos tronos, tomando a coragem que eu devidamente não tinha para entrar ali. Porém antes que eu pensasse em voltar para trás as mesmas são abertas.

—Droga!– praguejo ao perceber os olhares em mim.

—Âmbar– Zeus diz em um tom um tanto quanto irônico enquanto me encarava– como vai?.

—Oi vovô– sorrio sem graça, engolindo em seco, a maneira carinhosa de chama-lo devia ajudar, certo?.

       Eu sabia que não estava errada, porém devia ter controlado minha língua. Eu citei o nome de um por um e disse que os odiava, Odin, vovô, dá seus pulos e vem me ajudar!.

—Não peguem pesado com ela– escuto Apolo murmurar em um tom chateado, fazendo com que uma ponta de culpa apareça.

—Depois de deixar claro que odeia todos nós e que somos estúpidos? Deviamos prende-la no tártaro– Hefesto diz irritado, bufo revirando os olhos.

—Fica na sua que eu ainda odeio você– aponto para ele.

—Devia manda-la para Asgard Afrodite, ela claramente não odeia ninguém por lá, até porquê Odin faz de tudo para ajuda-la– Deméter diz me encarando de cima abaixo.

—Você não iria fazer falta– cruzo os braços e viro meu rosto, tinha que ter muito saco para aguentar Deméter.

—Âmbar, já chega!– minha mãe me corta em um tom chateado– estou desgostosa com oquê fez!.

—A, sério? Eu também estou totalmente aborrecida com tudo– encaro todos de maneira séria– já estou completamente fodida pelo que disse, então digo e repito, vocês são estúpidos por deixarem eu me ferrar sozinha! Poxa, vocês vão morrer se me ajudarem?.

—Âmbar...

—Eu estou falando sério!– exclamo para eles– eu estou exausta por ter que fazer tudo! Depois de dias essa foi a primeira noite que eu dormi inteira!– meus olhos se enchem de lágrimas– eu não aguento mais, sabe o pior? Eu ainda tenho que ir para o passado para que o presente em que vivemos continue inteiro!– jogo para eles– e sabe o melhor? VOCÊS NÃO LIGAM PARA NADA DISSO!– respiro fundo– e eu não odeio vocês, foi um surto rápido– completo fungando.

—Acha mesmo que não ligamos Âmbar? Você se esqueceu que Tífon e Crônos estão à soltas por aí?– Poseidon se pronuncia– tentamos te ajudar no que podemos, mas não é sempre que dá.

—Interessante– respondo apenas, não pediria desculpas nem que me oferecessem uma vaga nos campos de Elíseos!.

       Ok, retiro oquê disse. O olhar magoado que Apolo tinha fazia com que eu me arrependesse de tudo que havia falado, pedir desculpas apenas para ele não iria me matar, certo?.

—Tio?– choramindo me aproximando dele, ficando do tamanho de todos eles e me jogando em seu colo, o abraçando– você eu não odeio, me desculpe– o aperto mais– juro pelo rio Estige que eu te amo muito.

        Sinto ele suspirar, logo tendo seus braços rodeando meu corpo em um abraço.

—Tome cuidado com suas palavras Âmbar, um dia elas podem não ter volta– assinto para ele, mas sem me soltar.

—É meu tio preferido sabia?– sussurro para ele, ouvindo sua risada.

—Fale algo menos óbvio.

       Ergo meu olhar, vendo Zeus me encarando, coço a garganta.

—Não vai ficar bravo com sua neta preferida, vai?– pergunto com minha melhor cara– olha, pra você– digo fazendo pequenos raios sairem do meu dedo, fazendo um coração no ar e assoprando para ele.

—Vá falar com sua mãe– Apolo sussurra em meu ouvido, respiro fundo.

—Me desculpe também mãe– digo voltando ao meu tamanho normal, sabendo que ela odiaria ter seu vestido amassado– desconsidere tudo que eu lhe falei, você é uma boa mãe– acarinho sua bochecha, dando um beijo estralado na mesma.

—Vocês puxam muito o saco dessa garota– Deméter me encara negando com a cabeça.

—Por que você não para de opinar na minha vida e vai cuidar de Perséfone? A coitada só não leva mais chifres porquê o pobre do tio Hades não aguenta mais seus surtos– dou de língua para ela, que faz cara de indignação.

       O clima poderia ficar tenso, mas a gargalhada de Ares se fez presente no local, puxando a risada de Apolo em seguida.

—Olha garota, você...

—Pare de ser tão ranzinza Deméter, Âmbar ainda é jovem, deviam saber dos seus momentos de surtos– Hera me acoberta.

—Mimada– Hefesto grunhi, dou a língua para ele.

—Mamãe?– choramingo para ela, recebendo o seu olhar– ainda me ama não é?– seu olhar fica nos meus por alguns segundos, mas ela logo solta uma risada nasal e sorri.

—Sabe que sim, querida– acaricia meu rosto levemente.

—Eu só vim me resolver, preciso ficar no complexo esses dias para terminar de resolver os problemas– digo para eles– como estão com Tífon e Crônos?.

—Estão fracos, o apoio que tinham foram mandados para o tártaro– Hermes responde.

—Isso é bom, vai dar tudo certo– sorrio, animada com essa idéia– tudo vai ficar bem, certo?.

—Tudo sempre fica bem– Apolo responde.

—Por mais que...

—Garota, você não ia embora?– Hefesto corta minha fala impaciente, ergo minhas sobrancelhas.

—Vou mesmo– volto para o chão, sorrindo cínica para ele– quem sabe comigo longe você tem tempo para polir esses chifres enormes que tem na cabeça– ele faz menção de levantar, mas eu já havia saído dali.
 
      Gargalho sozinha comigo mesma, mas achando estranho quando vejo o complexo vazio e silencioso.

—Pai? Tio? James?– chamo estranhando o extremo silêncio, engulo em seco, droga!.

—Âmbar– escuto me chamarem, me viro para trás, dando de cara com o mago e um portal aberto ao seu lado– já estão todos lá.

—Não tem outra maneira? Não sei, trazer Thanos de volta para cá?– pergunto esperançosa.

—Tudo está acontecendo da maneira que deve ser– me encara– você sabe a única maneira de acabar com tudo isso.

—Destruindo as jóias– murmuro respirando fundo– mas... irá custar minha vida fazer isso!– engulo em seco, tentando não demonstrar o meu medo.

—Alguns preços são altos demais Âmbar– me estende à jóia do tempo.

—Fica fácil falar quando não é sua vida que está em jogo– respiro fundo, pegando a jóia de sua mão.

—O universo tem o melhor para nós, as coisas acontecem como devem acontecer– encaro a jóia em minha mão, a apertando.

      Valeria mesmo apena fazer tudo isso? Deixar minha família, pai, mãe e principalmente James?. Ergo o olhar, bingo. Ele sabia dos meus pensamentos.

—Espero que esteja certo– digo por fim, pulando para dentro do portal.

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    Hummm, eu ouvi reta final do livro?.

    

Filha Do Trovão- Entre Dois Mundos. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora