but it dies, and it dies, and it dies

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As horas se passavam rápido, logo se tornavam dias e os dias não demoravam a virar semanas. O inverno já havia ido embora e aos poucos a primavera tomava conta, o tempo esquentando e se tornando mais agradável. Março estava quase chegando ao fim, Harry se sentia correndo contra o tempo, mesmo que ele não tivesse um prazo.

Seu estúdio de Doncaster já tinha uma recepcionista e ele e Zayn se sentiam mais sãos, já seu estúdio de Londres estava em progresso. Com a ajuda de Gemma, ele havia conseguido um local ótimo, em uma das ruas principais e que mal precisaria de reformas. Harry já havia comprado o local e já havia dado início as poucas reformas que seriam necessárias. Ele e Louis começaram a procurar alguns apartamentos, juntando alguns imóveis em uma lista para visitá-los futuramente.

Louis percebia que Harry não tinha calma alguma para ajeitar as coisas, já que o cacheado estava mais do que ansioso para a mudança — e Louis desconfiava que ele já havia pesquisado muita coisa antes mesmo de levantar o tópico com Louis. O mais velho se sentia nervoso e, por mais que ele tenha prometido a Harry que ele iria se preparar no tempo que levava para ajeitar as coisas, ele não estava nem um pouco preparado. O tempo passou, mas Louis ainda se encontrava na mesma situação de uns meses atrás — e Harry nem fazia ideia.

Falando no mais novo, Harry tinha acabado de enviar mais alguns links com imóveis disponíveis em Camden — que eles já haviam concordado que seria o melhor local para morar. Louis abriu alguns dos links no computador do trabalho e olhou brevemente os apartamentos sugeridos por Harry, sentiu-se ficando ansioso e minimizou as abas, se levantando para buscar um chá na cozinha do escritório.

Após alguns goles do chá, Louis retornou a caça de apartamentos sem muito entusiasmo, correndo os olhos pelas fotos dos apartamentos e dizendo para o namorado que adorou os que ele achava mais bonitos. Harry estava juntando os apartamentos favoritos dos dois para que eles fossem visitá-los e vissem tudo de uma vez.

Só tinha um porém, realmente. Harry queria que eles fossem visitar os apartamentos no final de semana. Não é que Louis estivesse terrivelmente ocupado e não pudesse ir de maneira alguma, mas, por Deus, como ele queria que ele estivesse terrivelmente ocupado. Ele não tinha desculpa alguma para atrasar a caça por apartamentos em Londres e ele não tinha coragem de pedir mais tempo para Harry.

O cacheado tinha sido a mais pura compreensão desde que Louis expôs seus medos para o namorado. Ele também pediu um pouco de compreensão para Louis e ele entendia. Louis realmente entendia que era horrível estar na casa dos vinte e poucos anos, ter independência financeira, ter um relacionamento duradouro e não ver sua vida progredir porquê tal relacionamento tinha que se manter em segredo.

Não é que Louis não queira a mesma coisa, ou que ele dependesse do pai dele de qualquer maneira. Mas era difícil. Seu pai tinha uma visão dele, uma certa expectativa. Louis era um ótimo garoto, nunca fez nada de errado — na visão de seu pai, pelo menos. Provavelmente seu pai esperava que ele casasse com alguém que fosse católico e que Mark gostasse e na verdade, Louis já namorava e pensava em casar com a última pessoa que seu pai gostaria de ver na mesa de almoço num domingo, sendo apresentado como o namorado (de quatro anos) de Louis.

Era algo que requeria tanta coragem e Louis não sabia se ele tinha em si. Ele não queria ver seu pai desapontado consigo, não queria ver a relação deles mudar para algo ruim. E ele sabia que isso aconteceria no momento que ele contasse sobre Harry. A ignorância era uma bênção nesse caso.

E é claro que ao escolher, mesmo que inconscientemente, priorizar sua relação com seu pai, ele estaria prejudicando seu relacionamento com Harry. Ele sabia que o mais novo tinha ficado chateado quando ele disse que não estava pronto, tinha plena ciência de que Harry ficaria mais chateado ainda se Louis falasse que ainda não estava pronto.

epiphany \ l.s.Where stories live. Discover now