epiphany \ l.s.

a million little times

surpresa! espero que gostem!

Os olhos azuis se abriram, piscando algumas vezes tentando espantar o sono e olhando em volta do quarto, tentando reconhecer onde estava. Olhou para um lado e viu os cabelos longos de cor de chocolate espalhados pelo travesseiro branco, Harry estava de costas para si e tudo que ele podia ver era as costas nuas do namorado, observando alguns dos desenhos que ele tinha marcado na pele.

Virou o olhar para a janela, que estava tampada pela cortina. Se esticou na cama antes de se levantar e abrir as cortinas, querendo ver a paisagem. As safiras olharam maravilhadas para a cidade na sua frente, absorvendo cada detalhe possível. Olhou as ruas abaixo de si, sempre movimentadas, os clássicos ônibus vermelhos passando, pessoas circulando.

Pensou no bairro de Camden, nos apartamentos que ele e Harry viram, como seria morar nessa cidade. A vida sempre movimentada, seria um contraste da vida que ele levava hoje em dia.

Se apoiou na janela e tentou criar coragem, para qualquer coisa. Para dizer ao seu pai que Harry era seu namorado e que eles já estavam começando uma vida juntos ou para dizer a Harry que ele não tinha coragem alguma para contar a verdade.

Mas ele sabia que ele não podia fazer isso com Harry, ele já havia feito o mais novo esperar tanto tempo. Já tinha feito promessas que ele não podia cumprir, mas ele fez, porque Deus sabia como a última coisa que ele queria ver eram as esmeraldas o olhando soturnas.

E agora ele se encontrava nessa situação, sem saber para onde ir, o que fazer, para onde correr. Fechou os olhos, lembrando de todos os anos de ensinamentos católicos, encostou a testa no vidro, rezando. Pediu desculpas por ter feito as promessas vazias e pediu coragem, para qualquer dos dois cenários.

Foi surpreendido ao sentir os braços de Harry o envolvendo por trás, mas não demorou a se derreter no abraço do maior. Harry deixou alguns beijos sutis na bochecha de Louis, depois apoiando a bochecha no cabelo do mais velho, fechando os olhos. Louis queria ficar assim para sempre, como se não existisse nenhum tipo de problema, tudo que existia era ele e Harry, naquele momento, para sempre.

— O que te fez pular tão cedo da cama, hein? — a voz rouca de Harry soou perto de seu ouvido.

— Não sei, acho que tô ansioso pra conhecer a cidade. Os pontos turísticos dessa vez, não quinze apartamentos no mesmo dia.

— Acho que eu sonhei com aquele apartamento perto do Regent's Park, o que tinha três quartos.

— Três quartos não é demais, H?

— Jamais. Um é o nosso, outro é um escritório e o último é um quarto de hóspedes. Eu gostei desse apartamento, tem um closet bom, o banheiro da suíte é incrível e o quarto principal é espaçoso.

— Eu também gostei desse. Um dos meus favoritos.

— Será que vamos morar nesse mesmo?

— Eu gostaria. Mas eu moraria em qualquer lugar com você, sun. Cabendo eu, você e a Georgia eu já fico feliz.

As covinhas de Styles apareceram com o sorriso genuíno que ele deu. Para ele também qualquer lugar que coubesse os três já estava ótimo. Ele mal podia esperar para o dia da mudança. Faltavam poucos detalhes, como as últimas licenças do estúdio e assinar os papéis para dar entrada no apartamento que eles escolhessem. E, é claro, Louis contar para o pai sobre o relacionamento dos dois.

Harry confessava que no início ele infernizava o padre, mas só porque o próprio implicou consigo primeiro. No entanto, depois de um tempo e muita reflexão, Harry pensou que um dia ele gostaria de ser apresentado como namorado de Louis e não seria legal que seu sogro já o odiasse. Então, aos poucos, ele foi parando de soltar seus comentários ácidos e de afrontar o padre, deixando a rivalidade morrer em nome de algo muito maior, algo que Mark nem fazia ideia que existia.