epiphany \ l.s.

a drug that only worked the first few hundred times)

Ouviu Harry xingar baixo atrás de si e teve vontade de fazer o mesmo quando viu Eleanor entrando pela porta. Louis queria gritar.

— Louis! Que surpresa boa! — a garota exclamou.

— Oi, Eleanor — disse, sem nem conseguir fingir animação.

— Não sabia que você iria passar aqui hoje, você não me falou nada.

Louis sabia que atrás de si, Harry estava fuzilando a cena com os olhos.

— Bom dia, Harry — disse com um sorriso para o cacheado, que foi incapaz de retornar o sorriso. — Aconteceu alguma coisa?

— Não, nada. Tudo está ótimo.

Eleanor deixou a bolsa sobre a mesa dela e se meteu no espaço entre Harry e Louis, puxando o mais velho para um abraço. Louis devolveu o abraço meio sem jeito, os olhos verdes de Harry sobre si, o encarando com as sobrancelhas franzidas e um semblante insatisfeito e irritado, com o maxilar travado e um bico nos lábios.

— Louis, adorei a surpresa. O que é isso? — disse, analisando o saco de papel na mão de Louis. — Awn, você trouxe pra mim? — olhou o interior do saco. — Ai Louis, você é um amor.

Louis jurava que ele nunca esteve em uma situação tão desconfortável, Eleanor estava crente que Louis veio fazer uma surpresa para ela e estava toda feliz — claro que isso não contribuía com o plano de não falar mais com ela. Enquanto Eleanor o agradecia, os olhos verdes de Harry fuzilavam dentro dos olhos azuis de Louis. O mais velho podia jurar de pés juntos que ele nunca viu Harry tão irritado com alguma coisa, nem mesmo quando ele entrou em uma briga com um garoto.

O sino sob a porta soou de novo e Zayn estava entrando no estúdio, os olhos arregalados com o circo acontecendo na sua frente. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, a voz de Harry soou pelo espaço.

— Zayn, sexta, ainda tá de pé?

— O que? — o moreno expressou confusão.

— Sexta, a festa, ainda tá de pé? Só Deus sabe o quanto eu preciso de álcool.

— Hã, claro. Vou falar com a Lou que você topou ir.

— Perfeito.

Os olhos azuis de Louis o olharam confusos e Harry pareceu não ligar, só saiu de perto da cena ridícula e foi para a sua sala, o café em mãos e um semblante mau-humorado no rosto, como se tivessem acabado com o seu dia — provavelmente essa cena de Eleanor realmente acabou com o dia do Styles.

Louis se desvencilhou de Eleanor e disse que tinha que ir para o trabalho, saindo de perto e indo em direção a porta. Deus só podia se divertir com toda essa situação, por que infernos Eleanor tinha que aparecer justo quando ele estava tentando fazer as pazes com Harry? Ele não conseguia entender.

E de onde ela tirou que Louis trouxe café da manhã para ela? Eles só almoçaram juntos, não é como se ele fosse namorado dela. Louis saiu do estúdio irritado com toda a situação, para completar, Harry acabou de combinar de ir em uma dessas festas que ele ia quando era adolescente — bem na sua frente. O dia mal havia começado e já estava péssimo.

Era oficial: Harry Styles odiava Eleanor Calder.

Ela ainda era um amor, uma das pessoas mais doces que ele conhecia e ele tinha certeza que assim que essa história de namoro falso acabasse, ele voltaria a gostar dela. Mas ela simplesmente não calava a boca sobre Louis. Toda vez que o estúdio estava vazio e Harry passava pela recepção, Eleanor arrumava alguma coisa para falar sobre Louis.