a dwindling, mercurial high

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Os olhos verdes olhavam incrédulos por trás da máscara de indiferença que ele se forçou a colocar no rosto. Eleanor estava adorável como sempre, um sorriso na direção do cacheado e Harry sempre gostou dela, era uma ótima moça, mas, por Deus, ele nunca a odiou tanto quanto agora.

— Oh, oi, Harry — acenou para o patrão.

— Oi — ele acenou de volta, se sentindo no piloto automático.

— Esse é o Louis, ele é filho do padre da Igreja que eu frequento.

— Hm, eu- hã, a gente já se conhece — Harry falou baixo.

Pediu licença e foi se sentar com Liam. Harry não sabia como sua vida poderia piorar, mas decidiu que não queria saber, pois sempre haveria um jeito. Impressionante como ontem ele estava passeando por Londres com seu namorado e hoje ele tinha que ver seu namorado em um encontro com outra. Impressionante.

Ele e Liam fizeram os pedidos e Harry sentia a todo momento o olhar de Louis queimando sobre si. Ele olhou algumas vezes e sempre encontrava os olhos azuis desviando para si. Pediu licença para Liam e foi em direção ao banheiro, puxando o celular para mandar mensagem para Louis.

[13:20]: H: banheiro. agora.

Entrou pela porta do banheiro masculino e andou de um lado para o outro, esperando o namorado chegar. Ouviu a porta se abrindo atrás de si e quando se virou, lá estava ele, os olhos azuis culpados o encarando.

— Louis, você deve estar de sacanagem com a porra da minha cara — Harry sussurrou, mas ele queria mesmo era gritar. — Aquela é a porra da recepcionista do estúdio! — apontou na direção geral em que Eleanor estaria.

— Eu não sabia!

— Se você soubesse, você não deixaria de ir no encontro mesmo.

— Me desculpa, eu não consegui desmarcar. Meu pai ficou falando no meu ouvido e ele não queria ouvir.

— Eu já tô cansado de ouvir você pedindo desculpas e não fazendo nada pra mudar essa situação de merda. Olha que legal, eu tenho que sentar pra almoçar com o Liam vendo você na merda de um encontro. Com a porra da minha recepcionista! — se segurou para não gritar, mantendo a discussão ainda nos sussurros.

— Harry!

— Não vem com "Harry" pra cima de mim. Eu tenho todo o direito de estar irritado. Que merda, Louis.

— Me desculpa. Eu não sei o que dizer só- me desculpa, mesmo.

O mais novo passou a mão pelo rosto, os dedos pressionando contra as têmporas. Isso tudo só podia ser uma péssima piada de gosto terrível, ele nem conseguia explicar o quão terrível. O pior de tudo era olhar o semblante de culpado de Louis o seguindo o tempo todo, ele não sentia pena, no entanto, porque Louis havia cavado a própria cova.

— Louis, me escuta. Mas me escuta bem — disse, se aproximando do namorado. — Você vai arrumar um jeito de acabar com essa história de namoro arranjado, ouviu? Já tá quase tudo pronto pra gente se mudar pra Londres e além de você não ter falado absolutamente nada pro seu pai, você ainda deixa ele te arranjar um encontro. Eu posso tolerar ser seu namorado secreto, mas eu não vou tolerar uma namorada de fachada.

— T-tudo bem.

— Estamos entendidos?

— Sim, estamos. Eu não quero ter uma namorada de fachada.

— Eu acho bom.

Foi a última coisa que Harry disse antes de passar por Louis e sair pela porta do banheiro, deixando Louis e seu semblante culpado lá dentro. Ele não iria atrás de ninguém para tentar amenizar a situação dessa vez. Ele estava cansado de ter que ser tão compreensivo e tudo acabar dando errado para si, quando começaria a dar certo?

epiphany \ l.s.Where stories live. Discover now