don't call me kid, don't call me baby

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O médico entrou no quarto com boas notícias, os exames de Harry não mostraram nada preocupante e ele poderia ser liberado ainda hoje, contanto que seguisse as recomendações médicas.

— Então nada de trabalho? — perguntou.

— Harry! — Louis e Gemma exclamaram em uníssono.

— Você realmente é um Styles, hm? — Gemma perguntou retoricamente, o tom irônico e os olhos revirando.

— Ele não vai trabalhar, doutor — Louis disse para o médico, caso ele quisesse retirar a liberação de Harry. — Eu e Gemma não vamos deixar.

— Era brincadeira, gente — Harry disse, sem graça sob os olhares sérios.

— Enfim, você vai ser liberado hoje, mas tem alguns cuidados que você vai ter que tomar em casa — o doutor prosseguiu. — Esse curativo que você tem aí deve ser mantido por vinte e quatro horas, então você deve trocar ele essa madrugada. Depois disso, você vai retirá-lo, lavar bem o ferimento, pode ser no banho mesmo, e cobrir de novo.

— Por quanto tempo eu tenho que deixar coberto?

— Até começar a cicatrizar. Além disso, sobre a concussão, como eu já havia dito, não foi nada grave, mas é comum que os sintomas durem por alguns dias, principalmente dor de cabeça. Vou te recomendar tomar paracetamol, evite tomar anti-inflamatórios tipo aspirina, porque podem aumentar o risco de hemorragia cerebral. E... — disse olhando a ficha de Harry — isso é tudo.

— Então já posso ir? Fácil assim?

O médico riu com a pergunta de Harry e concordou.

— Você tá bem, Harry. Não tem motivo pra eu te segurar aqui. E você mesmo disse que tem uma gata pra criar.

— É verdade, obrigado doutor Kane. Vamos, vocês dois. Coitada da Georgia, tá lá sozinha sem saber que o pai dela quase morreu.

Com dificuldades, Harry se levantou da cama, já querendo juntar suas poucas coisas e ir embora. Louis se levantou preocupado, indo atrás do namorado quando o mesmo fez uma cara de dor.

— Vai com calma, Harry — Miles recomendou. — Você não tá fugindo. E se você pegar muito pesado, pode acabar estourando esses pontos e voltar pra cá.

— Tem razão, doutor. Perdão — respirou fundo e apertou a mão do médico.

O médico reforçou mais uma vez para Harry relaxar e não se extenuar antes de se despedir dos demais presentes no quarto e sair. Gemma entregou um conjunto de roupas para Harry e o cacheado entrou no banheiro para vestir as roupas. Saiu vestido quase igual a Gemma, de moletom e camiseta de banda e Louis o ajudou a calçar um dos vans que Styles tinha perdido pelo armário.

— Bom, eu não tenho mais nada, acho — disse, olhando em volta do quarto. — Eu deveria ir comprar um celular novo, acho que o meu não sobreviveu.

— É, os bombeiros encontraram o cadáver dele — o filho do padre comentou. — E disseram que estava além da salvação, então levaram pra jogar fora.

— Eu cuido disso — Gemma disse. — Sua carteira e as chaves de casa tão comigo, depois que eu deixar vocês em casa eu passo em alguma loja e compro um celular novo pra você.

— Então vamos, não aguento mais olhar essas paredes brancas e esse cheiro tá me deixando enjoado — sorriu para sua irmã e seu namorado.

Harry foi o primeiro a sair do quarto, louco para ver a cor do dia, o sol — se é que ele estava aparecendo —, as nuvens e sentir o vento fresco no seu rosto. Harry acenou e sorriu — com direito a uma piscadinha — para as enfermeiras que o ajudaram no pouco tempo que ele ficou no hospital, meneou a cabeça em agradecimento antes de sair.

epiphany \ l.s.Where stories live. Discover now