DARK LOVE Z.M 2° LIVRO

19

se você está há 2 anos esperando por esse capítulo, saiba que essa é a maior prova de amor que já recebi.
(recomendo fortemente que releia os últimos capítulos, ou pelo menos eu tive que reler..) 

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Esperava sentada na calçada, as luzes vermelhas e azuis embaçavam minha vista, e o som de todos aqueles carros aumentava minha ansiedade. Zayn havia avisado que viria nos buscar assim que tudo isso acabasse, mas isso parecia um futuro tão distante.

Sua equipe havia usado um celular discartável para chamar a polícia, lhes dizendo que quando chegassem no local encontrariam uma das diversas equipes de Bryan, que há anos vinham trabalhando de maneira sigilosa sob o teto de um hotel. Eles estavam sedentos por esses caras, lhe caçavam há anos, viriam famintos.

Me levantei contrariada, caminhando de forma torta até uma região mais afastada de tudo aquilo. Observava os carros chegando, os homens fardados pulando para fora, todos milimetricamente ensaiados, sempre de prontidão para uma situação como essa.

Eles entravam no hotel de maneira ágil, quebrando tudo que impedisse o caminho, e em seguida saiam acompanhados daqueles que havia visto pouco tempo atrás. Cabisbaixos como nunca andavam pelo hotel.

Era cômico imaginá-los esperando por jovens garotas em seus radiantes 19 anos, e então recebendo a visita dos federais.

Acredito que houvera uma certa repressão, muitos devem ter lutado contra, clamado serem inocentes, tudo isso fora confirmado pelo som dos disparos vindo do lado de dentro, ainda que longe, era estridente. O barulho fez minha cabeça girar em dor.

Acabei vomitando em um matagal pouco atrás de onde estava, minha blusa preta manchada e o odor era ainda pior.

Questionei se Zayn realmente estava vindo, talvez me fazer esperar fosse uma das partes do plano em que veementemente me neguei a escutar quando explicava. Mas sabia que ele não podia se aproximar enquanto os policiais estivessem por perto.

Me sentei no chão e tentei esfregar o tecido na minha calça, distribuindo a mancha numa tentativa falha de ameniza-la. Com meus dois neurônios funcionando, consegui apenas que ficasse pior.

Estava quase apagando quando ouvi uma voz feminina me chamando, optei por mais alguns segundos descansando mas senti um chute leve em meu braço, a dor não devia ter sido intencional, mas graças ao salto altíssimo da bota de quem me atacou, fui obrigada a me mexer.

- Mas que caralho? Eu já iria levantar porra. – Olhei para a figura mista em meio ao escurecer da noite, e o início do amanhecer vindo do outro lado do céu. –

Era Ashlaa.

- Então anda logo, porque depois quem escuta sou eu. – Ri irônica, era no mínimo muito esperançoso da parte dela acreditar que eu não iria ouvir nenhuma reclamação caso demorasse. – Alguma graça, porra?

- Você. Sua profissão. Tudo isso aqui. – Falei mostrando a região e os arredores com a mão. – De todos os lugares e situações do mundo, eu estou nesse, e com você Ashlaa. Não é engraçado?

Sorri com ódio para a cacheada que nem se importou em ver. Sua bota ecoou até chegarmos na van, chutando pedrinhas pelo caminho. Revirei os olhos.

Anne me olhou calmamente, aparentava estar feliz em me ver e retribui o gesto. Se a minha carregava resto de comida, sua camiseta estava manchada de sangue, que seguia uma trilha pelo seu braço.

- Mas o quê caralhos...Quer saber? Não precisa me contar.

Ela apenas concordou.

Notei que ele estava na fileira da frente, usando o celular digitando alguma coisa. Minha presença não parecia fazer nenhuma diferença, nenhum músculo sequer havia mexido. Não que eu me importasse, lógico, mas não entendia sua total falta de apreço pela minha vida, pelo menos não após todo o esforço feito para me ter. Questionava se ele se importaria mais se soubesse que carregava seu filho em meu ventre, se me perguntaria como foi e se está tudo bem, se eu o protegi e mantive seguro. "Você sabe a resposta" a voz de Bryan exclama na minha mente. Cale a boca.