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- Já está bom Waliyha, ela já entendeu, acho melhor sairmos logo daqui.

Waliyha aceitou a opinião da irmã e me puxou do chão, eu não conseguia andar muito bem, minhas pernas estavam fracas. Eu permaneci chorando por todo o caminho, ultimamente isso era o que meu corpo fazia de melhor.

- Nós chegamos. - Waliyha parou o carro em frente a um hotel de beira de estrada. O lugar fedia a caminheiros bêbados. - Eu vou ir fazer o check-in, cuida dela.

Doniya passou para o banco de trás se sentando ao meu lado, ela segurou minha mão, tentei puxa-la de volta mas ela a segurava fortemente.

- Realmente existe algum check-in nesse lugar? - Eu disse observando as portas velhas e a garota riu. -

- É, tá bem acabadinho né? Mas não se preocupa, isso é temporário, amanhã nós vamos ir sacar um dinheiro que tínhamos guardado. Quando nós sairmos desse país tudo vai ficar bem.

- Sairmos daqui? Como assim Doniya?

Puxei minha mão das dela rapidamente, ela tentou se aproximar mas me afastei ainda mais.

- Lauren, se ficarmos aqui algum momento o Zayn vai nos achar, e fazer da nossa vida um inferno.

Queria dizer tantas coisas, queria abrir a porta e correr, queria apagá-la assim como fizeram comigo, mas logo Waliyha já estava de volta.

A garota abriu a porta do meu lado e me entregou uma chave.

- Vai indo na frente Lauren, nós já vamos.

- O que te garante que eu não vou fugir? - Ela me olhou séria e depois olhou para a irmã ao meu lado, e riu. -

- Lauren, olhe ao redor. Você vai fugir para onde? Não tem nada nessa estrada, e eu te garanto que ficar com a gente é muito melhor que qualquer motorista que vai passar aqui.

Não tinha o que fazer, eu estava sozinha, e perdida aqui com elas. Ninguém iria me ouvir, ou me ajudar, pelo menos não sem algo em troca. Peguei a mala que estava em sua mão e segui para dentro do local sujo que me esperava.

A recepção era formada por uma mesa com algumas chaves numeradas em cima, e uma mulher sentada num banco atrás. Ela ouvia alguma música velha, num rádio talvez ainda mais velho, e a fumaça de seu cigarro cobria todo o ambiente. Tossi algumas vezes, o que a fez reparar na minha presença, acenei com a chave.

- Eu estou subindo, ok? Minha amiga acabou de fazer o ch-... - No meio da frase ela aumentou o rádio num volume que não desse mais para ouvir minha voz, e então entendi o recado. -

Subi as tábuas que talvez fossem as escadas, cada passo era mais um motivo para o som estridente da madeira quase se partindo, preencher o lugar. No andar de cima não tinham muitos quartos, olhei o adesivo velho colado na chave com um "06" feito em caneta preta, e segui para o quarto indicado. Quando entrei a decepção foi maior do que podia imaginar, haviam duas camas de ferro, que aparentavam terem fugido de algum quarto de um manicômio, quem diabos havia construído esse lugar?
Os lençóis finos e floridos eram o melhor que tinha visto ali, os travesseiros implorando para pararem de ser usados, mas ainda assim era melhor que nada.

Deixei as malas no espaço entre as duas camas, e abri uma delas para ver o que podia tirar dali.

- Você está sozinha?

Me virei para a porta que infelizmente havia deixado aberta para as meninas entrarem, lá fora havia um cara parado, encostado na parede do quarto com os braços cruzados. Ele devia ter no máximo uns 25 anos, sua calça de sarja preta e a camisa xadrez vermelha deixavam isso bem aparente.

DARK LOVE Z.M 2° LIVRO Where stories live. Discover now