CAP 7

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Any Gabrielly

Se estivesse com meu celular em mãos teria tirado uma bela foto de Sabina lambuzada de chocolate, ela conseguiu a façanha de lambuzar sua testa, brincou dizendo ser Shivani, nossa amiga de faculdade que também mora aqui mas não pude vê-la ainda por alguns motivos, ela é Indiana e tem o Bindi, apetrecho indiano em sua testa que usa as vezes mantendo sua cultura mesmo longe de seu país de origem.

-Retiro o que disse, vocês não cresceram nada.

Minha mãe diz retirando as xícaras da mesa nos fazendo rir.

-Sabina não cresceu, eu tenho uma mente ampla, Sabina tem uma noz no lugar do seu cérebro.

Sina se defendi e Sabina faz cara feia e mostra a língua, certas coisas nunca mudam.

-Não comecem a brigar, por favor.

Minha mãe pedi pondo as mãos nos ombros de ambas e elas riem mas concordam.

-Obrigada.

Minha mãe agradece, quando essas duas começam a brigar sai da frente, vem lavação de roupa suja por aí mas eu afirmo que elas se amam, eu juro.

-Então Any, como está indo na cafeteria?

Sina pergunta em geral pois passa quase todos os dias lá e fica comigo por um tempo quando está livre do trabalho, Sina é vendedora em uma loja de vestidos de gala, ela não entendia nada dessas coisas mas disse que aprenderia pois o salário era bom e não tem nada que Sina Deinert não saiba fazer.

-Bem, o horário de pico que é o mais agitado e no começo da manhã mas depois fica tranquilo que poderia ler um livro se quisesse.

Elas riem da minha fala.

-Precisamos ver um vestido para vocês senhorita Any.

Sabina me lembra ao me abraçar de lado.

-Onde vão?

Minha mãe questiona curiosa, filha de peixe, peixinho é.

-Vamos levar Any em um bar para animar essa carinha fofa.

Ela aperta minhas bochechas enquanto reviro os olhos.

-Não será tão ruim assim Any, pense no lado positivo.

Ela diz alegre fazendo olha-la.

-Existe um lado positivo nessa história?

Questiono com uma sobrenselha levantada.

-Sua filha precisa de aventuras tia Priscila, ela parece uma idosa rabugenta.

Sabina aperta minhas bochechas levemente.

-Não pareço uma velha Sabina.

Me defendo.

-Parece sim, Any você tem dezenove anos, não sabe direito como as festas de jovens funcionam, você precisa experimentar.

Ela diz animada.

-Eu sei como funcionam, primeiro você bebe, bebe muito, depois se envolve com alguém, vai para a cama com ele e três semanas depois faz um teste de gravidez e assim você tem um tutorial completo de como engravidar de um completo desconhecido.

Digo fazendo as duas revirarem os olhos.

-Sai dessa bolha Any, viva, você é jovem e precisa conhecer aventuras inesquecíveis.

Sabina pega em meus braços e começa a me conduzir em uma dança sem música.

-Você precisa sentir a adrenalina na veia, o coração acelerado, o ritmo da música, as luzes coloridas, o calor do momento.

Ela diz como se fosse um conto de fadas mas para mim parece mais um filme de terror.

-Para mim você não está contando algo encantado, está contando uma história de terror.

Ela para de dançar e bufa.

-Eu desisti de você.

Diz aí largar meus braços e se sentar.

-Sabina se acalme, Any se abrirá para coisas novas, ela só é...

Minha mãe tenta encontrar as palavras certas para me definir.

-Esquivada.

Completa com um sorriso.

-Any parece ter entrado em uma bolha invisível e se fechado dentro dela.

Sina diz ao tomar um gole do seu café.

-Eu não entrei em uma bolha, eu só não vejo a vida como vocês veem.

Me defendo me sentando ao lado de Sina.

-Pode deixar tia Priscila, eu vou tirar Any dessa bolha chata que ela construiu em volta de si mesma ou não me chamo María Sabina Hidalgo Paño.

Diz animada, queria ter o intusiasmo e a persistência de Sabina, pensando bem, deixa a persistência de lado.

-As vezes esqueço que você tem Maria como primeiro nome.

Sina diz e concordo.

-As vezes eu também.

Ela concorda e nós rimos.

-Só você Sabina.

Minha mãe diz ao se levantar e por a xícara na pia.

-Bom o café estava magnífico mas peças de roupas esperam sobre sua cama mocinha.

Sina diz virando me pelos ombros até as escadas.

-Boa sorte meninas.

Minha mãe diz da cozinha.

-Obrigada!

Dissemos em uníssono já subindo as escadas.

Voltamos a retirar as roupas das caixas, dobrar e quardar, esse ciclo cansativo que destrói minhas costas.
Poderia deixar minhas coisas nas malas até o próximo mês mas seria muito desprezível da minha parte, já faz algum tempo que estou adiando isso e me sinto envergonhada por isso mas a combinação da preguiça e do cansaço me deixam assim.

Josh Beauchamp

Eu preciso beber para esfriar a cabeça por isso convidei meus amigos para beberem comigo. Bailey, Noah, Krystian e Alex são meus únicos e melhores amigos, sei que posso contar com eles sempre, a qualquer e em qualquer situação imaginável.

-Eu não acredito que ele teve a cara de pau de ir atrás de você e jogar isso na sua cara.

Noah diz com seu copo de uísque em mãos balançando em círculos fazendo o cubo de gelo se mexer.

-E colocar a culpa em você. Seu pai é um sem noção cara.

Bailey diz e todos concordamos.

-Eu tenho vontade de me socar por ver minha mãe assim pois sei que parte disso estar acontecendo é minha culpa mas aí eu penso que foi meu pai que iniciou tudo isso. Quem expulsa um filho de dezessete anos para fora de casa por não seguir seu sonho igual o filho mais velho?

Pergunto e sorrio sarcástico.

-A claro, meu pai. Não, Ron Beauchamp!

Digo levando o copo para o alto e tomando a dose de uísque como se fosse um shot de tequila.

-Cara não fica assim, eu sei que é complicado mas seu pai foi no seu trabalho para tirar você do sério. Ele acha que se você não seguir o que ele impôs fará de tudo para infernizar e estragar sua vida. Você não pode deixar ele fazer isso Bro.

Noah diz me abraçando de lado e dando leves tapinhas em meu ombro esquerdo.

Eles estão certos mas a raiva que sinto é maior e não me deixa pensar direito, eu não estava preparado para ver meu pai em meu trabalho. Tive que controlar minha raiva para não socar sua cara na frente dos clientes pois era isso que ele queria, me ver perder a cabeça e desmoronar. Pode apostar é difícil fazer isso quando se tem tanto ódio por uma pessoa como tenho do meu pai.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

ToxicWhere stories live. Discover now