CAP 49

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Any Gabrielly

O dia amanheceu frio como esperado, a vontade de não sair da cama é grande mas outra coisa me diz para não ir trabalhar hoje só não sei o motivo, um aperto no coração me deixa confusa pois o dia parece ser maravilhoso. Olho para o lado e Josh dorme profundamente, seu braço está esticado sobre o colchão e Luke está dormindo sobre ele, a cena é muito fofa e merece ser recordada.

Pego meu celular e tiro uma foto da cena mais fofa que já vi, os cabelos de Josh estão caídos em sua testa enquanto dorme um sono profundo, fico admirando sua beleza e como um cara tão lindo e com um coração bom já sofreu tanto, Josh sem dúvidas é a pessoa mais forte que eu conheço, não de força física e braçal, forte de superar os obstáculos e seguir em frente mesmo com feridas resultantes do seu esforço.

Ele chegou aqui sozinho, sem apoio algum, longe da sua mãe e irmãos, ele era tão sozinho, tão fechado, tão escuro que me pergunto como vivia antes, eu não conseguiria de maneira alguma viver assim. Com esse raciocínio sobre a vida de Josh me levanto deixando tanto o cão quanto Josh dormirem em paz sem o barulho do meu celular registrando esse momento fofo.

Paro em frente ao espelho e sinto aquele aperto no coração novamente, a última vez que senti isso vim a esse apartamento e tudo aquilo ocorreu. Deixo isso de lado e ligo o chuveiro, tomo um banho rápido pois não quero me atrasar, visto a roupa no banheiro mesmo, arrumo meus cabelos que por sinal não estão me ajudando, os fios desgrenhados me fazem aparecer uma louca aos olhares.

Após terminar de me arrumar dou uma olhada em Josh que segui dormindo mas dessa vez Luke acorda e me segui até a cozinha, ponho ração em seu pote e troco sua água por uma mais fresca e limpa. Faço um café básico, apesar de trabalhar com isso e poder tomar essa bebida no trabalho, eu gosto de fazê-lo com calma e sem ter inúmeros pedidos e clientes reclamando da demora da entrega.

Enquanto a água ferve pego os pães de forma e coloco manteiga, queijo e os ponho na torradeira, é um lanche tão simples e fácil de fazer mas que alimenta bastante. Estou evitando comer muita coisa não saudável pois se continuar a comer cookies de chocolates com expresso não ajudará em minha saúde. Após comer e lavar as coisas Josh ainda não acordou e me pergunto qual é o seu nível de cansaço para estar desmaiado na cama.

Pego minha bolsa, a cópia da chave que Josh me deu e passo no quarto depositando um beijo em sua testa, ele se move sobre a cama mas continua a dormir. Suas costas estão a mostra, até isso é perfeito nesse menino que ódio. Queria ficar aqui, ao seu lado, em seus braços mas preciso trabalhar, deixo a porta entreaberta por causa de Luke, reviso o local para ver se não há nada que ele possa destruir enquanto seu pai dorme como pedra, depois disso saio logo chamando o elevador.

-Moça, o elevador quebrou, só escada.

Uma mulher me informa e minha alegria some, eu odeio descer escadas. Mas como não tenho asas e não pretendo saltar do décimo andar até lá em baixo, minha única opção é descer todos esses degraus que só de imaginar já fico cansada. Acabei conhecendo melhor a vizinha de Josh, ela me disse que nunca viu ele cara a cara, sempre que sai para trabalhar ele ainda está dormindo e quando volta também não o encontra. A mesma disse que é a primeira mulher que entra nesse apartamento desde que ele se mudou para cá alguns anos atrás.

-Vocês estão...

Ela começa a dizer quando chegamos ao andar E do prédio.

-Na verdade eu não sei, estamos nos envolvendo na verdade.

Explico e ela assenti.

-Tenho que confessar, é estranho ver alguém sair daquele apartamento. Eu achava que ele era gay.

Engasgo com a saliva.

-Desculpa, é que só via homens entrarem nesse apartamento, um moreno do olho azul e um asiático. Achei que ele...

Ela parece tentar encontrar as palavras para não deixar o assunto tão explícito.

-Eu entendi seu pensamento, não precisa continuar.

Ela ri da minha fala mas concorda.

- Você contrasta com ele, formam um belo casal ao meu ver.

Diz encarando os degraus enquanto os desce.

-Obrigada, nunca ouvi isso antes, já tive alguns caras mas nunca que chegasse a ser elogiado.

Revelo e ela assenti.

-Bom, foi ótimo te conhecer...

Ela estende o conhecer esperando que fale meu nome.

-Any.

Respondo e ela sorri.

-Foi um prazer Any, me chamo Bela, espero conversarmos mais vezes.

Diz sorridente e assinto.

-Em situações melhores suponho.

Aponto para as escadas que acabemos de descer.

-Exatamente, tenha um bom dia.

Diz ao abrir a porta que dá acesso ao saguão do prédio.

Vou caminhando com meus fones de ouvido até o café, a sensação estranha ainda me ronda mas deixo isso de lado, preciso trabalhar e esquecer as paranoias da minha cabeça. Coloco o broche do café em minha blusa e me direciono até a bancada, em poucos minutos o café abre e o primeiro cliente é um cara alto com um casaco preto, usa uma touca preta e óculos escuros, ele só pedi um café comum e não se importa se demorar, acho estranho pois todos os clientes que atendo pedem o mais rápido possível que seus pedidos fiquem prontos.

Senti um ar estranho quando atendi esse cara, parece um psicopata de filme mas não devemos julgar as pessoas pela aparência não é. Atendo alguns clientes insuportáveis de sempre que me dão nos nervos mas como tenho que ter empatia com todos igualmente os atendo com um sorriso no rosto.

-Um expresso simples com dois muffins.

Um cara alto de terno já cor giz pedi sem desgrudar seus olhos do seu smartphone caro de última geração.

-Claro.

Respondo educadamente mas por dentro queria mandar ele se ferrar em três línguas diferentes.

Me direciono a maquina e preparo seu pedido, enquanto o café preenche o copo descartável com o café separo os muffins do senhor importante em minha frente. Quando a máquina apita ponho a tampa no café e entrego tanto os muffins quanto seu café, o cara nem agradece, pega o seu pedido e sai digitando em seu smartphone.

-Bom dia.

Digo com um humor totalmente diferente de anteriormente ao me direcionar a uma senhora com uns oitenta anos mais precisamente, ela sorri simpática analizando a vitrine com os doces.

-Temos cookies sem açúcares e sem glútens mas também temos os tradicionais, eu juro que não conto ao seu médico se ele for cliente do café.

A senhora ri da minha fala e concorda.

-Querida meu médico está há um oceano de distância de mim, acho que ele não decubrirá se comi um cookie com ou sem açúcar ou que contém glúten.

Diz me fazendo rir.

-Tem razão, mas finjo que não vi e a senhora não diz que não fui eu quem lhe deu, fechado?

Estendo minha mão para a senhora que a aperta concordando.

-Eu vou querer um cookie regeado de chocolate e um café simples com açúcar.

Ele enfatiza o açúcar me fazendo rir.

-Anotado!

Digo ao teclar no computador que soma os lucros do dia.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

ToxicWhere stories live. Discover now