CAP 13

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Any Gabrielly

Dou o endereço para Josh, ele parece conhecer o lugar pois sorri assim que digo a localização. Entramos em seu carro e seguimos até minha casa, no caminho descobri algumas coisas sobre ele. Disse que não durmo com os pés destampados e ele revelou que também odeia dormir com os pés descampados, mais uma coisa que temos em comum.

-Foi bom conhecer o cara rabugento que foi na cafetaria, por trás dessa cara indecifrável tem alguém legal.

Digo e ele sorri com a mão esquerda no volante.

-Boa noite Josh.

Digo ao abrir a porta.

-Boa noite Any.

Ele diz com um sorriso simples nos lábios.

Me aproximo e depósito um beijo em sua bochecha, uma covinha surge em suas bochechas ao sorrir. Saio do carro e assim que fecho a porta me inclino para fica na altura da janela.

-Obrigada pela noite.

Agradeço e ele sorri.

-Eu também gostei da noite. Boa noite Any.

Diz ao ligar o motor do carro.

-Boa noite Josh.

Retorno a posição normal e Josh acelera logo em seguida dobrando a rua.

Me pego sorrindo para o nada, o vento gélido pós chuva faz meus pelos arrepiarem e percebo que estou parada sozinha em frente a minha casa. Ao me virar vejo as luzes do quatro apagadas mas uma luz que se move na sala, minha mãe está assistindo TV. Pego minhas chaves que por milagre não as perdi, por essas e outras que uso calça jeans, os bolsos me salvam de perder coisas importantes como a chave de casa.

Destranco a porta encontrando minha mãe sentada no sofá com um pote de sorvete e uma coberta quentinha. Largo minhas coisas sobre a mesinha de centro, corro até a cozinha e pego uma comer logo retornando a sala me sentando ao lado da minha mãe. Pego uma colherada generosa de sorvete com a colher e saboreio o alimento gelado me afundadando nas cobertas.

-Como foi?

Minha mãe pergunta ao se arrumar sobre o sofá.

-Foi legal.

Digo simples e ela me olha.

-Você chegou essa hora, com uma carinha diferente. Pode me contar agora.

Diz ao por o sorvete sobre a mesa de centro em frente ao sofá e dando pause no que está assistindo.

-Eu conheci um cara, na verdade a gente já se conhecia. Nos conhecemos na cafeteiria, ele é amigo de Noah. Sina como sabe já que foi cúmplice da chantagem sabe que fui ao um barzinho onde Noah estava. Como já sabia o que iria acontecer, elas me deixaram sozinha então me sentei afastada delas e pedi uma bebida.

Pego mais uma colherada de sorvete antes de continuar.

-E aí me sentei ao seu lado e começamos a conversar e quando percebi eles tinham sumido apenas restando eu e esse rapaz. Não queria beber então começamos a caminhar pela cidade mas paramos para comer só que a chuva atrapalhou. Fomos para seu apartamento e ele tomou um banho pois dormiria na casa de um amigo antes de me trazer em casa pois que cavalheiro ele seria se me deixasse ir embora na chuva. Conversamos por um tempo e percebemos coisas em comum.

Explico e minha mãe sorri.

-Fico feliz que tenha feito um amigo.

Conheço seu tom de voz, ela está insinuando coisas.

-Eu conheço esse tom de voz dona Priscila, não é isso que está pensando.

Digo apontando a colher para ela, a mesma sorri.

-Eu não disse nada.

Se defende.

-Mas pensou.

Rebato a fazendo rir.

-Você me conhece. Eu só quero que seja feliz meu amor, que encontre alguém que mexa com esse coraçãozinho, que faça surgir os mais lindos sorrisos nessa boquinha linda.

Se justifica acariciando meu rosto.

-Bom, foi um dia cansativo e surpreendente, preciso dormir se não irei me atrasar amanhã.

Digo ao me levantar e pegar meu celular.

-Boa noite mãe.

Digo ao beijar o topo da sua cabeça.

-Boa noite meu amor, durma bem.

Diz assim que me afasto.

-Você também.

Digo ao subir as escadas cansada com meus saltos em mãos.

Ao chegar no meu quarto me jogo na cama, meu cabelo está levemente úmido pela chuva mas não ligo, uma vez que outra é permitido dormir com os cabelos molhados. Retiro meu vestido e ponho meu pijama preto, uso apenas um body de tecido fino e um short para dormir, apesar de estar meio frio prefiro dormir assim e com dezenas de cobertas sobre mim.

Me deito e apago as luzes, encaro o teto enquanto escuto as gotas de água caírem do telhado até o chão, o barulho vindo do lado de fora me deixa ainda mais sonolenta, deito de lado encarando minha janela e fico vendo as gotas de água competirem para ver quem chega às extremidades do vidro primeiro e assim adormeço.

Josh Beauchamp

Eu iria para a casa de Noah mas ele me responde, deve estar com Sina por isso não me atende. Após deixar Any em sua casa e perceber que meu amigo me abandonou novamente retorno ao meu apartamento. Deixo as chaves sobre a mesinha ao lado do sofá e caminho até a cozinha, bebo um copo generoso de água em um gole apenas deixando o copo na pia.  Retiro minha camisa a jogando na poltrona no canto do quarto, retiro os sapatos desajeitadamente e me jogo na cama.

Eu não sei explicar o porquê mas ela não sai da minha mente desde que colocou aquele café em minha frente, eu tento de todas as formas entender o motivo dela não sair da minha cabeça mas não encontro. Apago as luzes deixando apenas um abajur ao lado da minha cama iluminando o quarto, encaro o teto pensando em como minha vida é uma merda.

Meu convívio com família é limitado, conversa com meus irmãos eu não sei o que é isso há tempos. Não posso sentir falta de converaar com meu pai pois nunca conversamos como pessoas normais, nossos diálogos sempre foram em tons altos, xingamentos e dedos na cara e claro, lavação de roupa suja.

A muito tempo não converso com alguém de fora do meu ciclo social, falar sobre minha vida com alguém de fora é estranho, tenho medo de contar a alguém e a pessoa chamar um psicólogo para mim ou pior, me enternar em uma clínica. Pela primeira vez me senti bem ao conversar com alguém, deve ser por ela também ter problemas em casa e de certa forma estarmos no mesmo barco.

Levo minhas mãos atrás da cabeça e fecho meus olhos, respiro fundo e tento dormir, as vezes me sinto sozinho nesse apartamento gigante, eu adorei o apartamento quando o visitei pela primeira vez. Mas era novo, recém tinha sido expulso de casa e tinha que me virar, no inicio era legal morar sozinho mas depois começou a ficar deprimente. Por isso as vezes durmo na casa de Noah, é para isso que os amigos servem, claro quando ele não está com Sina.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

ToxicWhere stories live. Discover now