Erros acontecem, querida

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Abro os olhos sentindo um peso excessivo insistir em mantê-los fechados.

Estou em uma sala branca. Tão branca que faz minha visão doer. Aparelhos apitam ao meu ouvido em um ritmo marcado e minha cabeça aprecia o macio do travesseiro.

"Te levarão para a quarentena...", a voz de Clarke ecoa mentalmente.

Ahn... Checado.

Estudo a porta.

"O vidro pode ser quebrado por algum objeto pesado...", possui uma parte de vidro para visualizar o lado de fora, mas grades estão soldadas logo atrás.

A Griffin os mostrou a falha na segurança, não repetiriam de novo.

Menos um ponto.

Tento levantar meus braços, porém sou impedida por amarras em cada extremidade da cama. Fios me conectam diretamente à origem dos sons irritantes.

Filhos de uma...—me interrompo abruptamente encontrando a câmera no teto do cômodo; o único tom diferente, além de minhas roupas.

Minhas roupas... Olho para o restante de meu corpo e vejo que não são mais as mesmas. São limpas e um tanto rasgadas.

Preciso manter o papel.

Seja a delinquente perdida.

—Sei que estão aí!—puxo meus pulsos e tornozelos inutilmente—Me soltem! O que está acontecendo?

Como se observassem meus movimentos através da porta, um barulho de chave a destranca. Um homem bem vestido e uma mulher de jaleco branco entram e se aproximam lentamente como se estudassem um ser exótico.

—Quem são vocês?—pergunto juntando as sobrancelhas e recuando o que consigo sobre a cama.

O homem para ao meu lado com uma expressão divertida.

—Seus salvadores.—me avalia avidamente com seus olhos famintos—Não implorava por ajuda ao lado de fora?

—Estava fugindo por horas...

Não tenho que fazer esforço nenhum para minha voz tremular, o medo de falhar faz isso por conta própria.

—Está segura aqui.—sorri malicioso sem mostrar os dentes e repousa sua mão sobre a minha me fazendo fugir de seu contato frio—Ah, já está com fome? O sangue de sua última refeição ainda estava fresco, creio continue satisfeita.

Engulo em seco.

—S-sim, estou bem, obrigada.—repuxo os lábios em um sorriso sem emoção.

Ele dobra sua manga e observa o relógio de pulso.

—Acho que o café da tarde logo será servido, se não se importar de esperar um pouco.—franze a testa como preocupação—Minha nossa, onde estão os meus modos?—murmura—Como se chama, senhorita?

Intercalo o olhar entre ele e a mulher que revira instrumentos cirúrgicos numa mesa de canto.

—Sou Beatriz... Beatriz Pierce...—puxo minha mão de propósito para que o som ecoe na sala—Por que estou presa?

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Where stories live. Discover now