OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100

Ele merece morrer

—Bia, você está bem?—Octavia chega às pressas após escutar meus gritos—Oh meu Deus, o que houve?!—indaga espantada ao ver a cena e entender o que realmente se passa.

—Eu... eu não sei!—enxugo os olhos com a manga da blusa, o que não resolve de nada.

—V-vou chamar os outros!

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Eu e Clarke acabamos por enterrar o corpo de Wells. A loira não parou de chorar e se culpar pelo que tinha acontecido um instante sequer.

—Eu fiz isso...—fala duramente consigo.

—Não, Clarke, você não tem culpa do que aconteceu.—tento acalma-la com uma mão no ombro.

Ela observa a cova do garoto sem quase ao menos piscar. Demonstra que pode passar dias ali em transe do luto.

—Ele fez com que eu o odiasse para não odiar a minha mãe. Minha mãe entregou o meu pai! Minha própria mãe, Beatriz...—me olha transbordando em dor e fúria e acabo por entender a desavença dos dois—No fundo eu sabia, mas não queria acreditar. Como pude ser tão estúpida?—fico calada sem saber dizer uma mínima palavra—Eu queria que ela pudesse sentir o que eu estou sentindo agora...—e de repente, para de chorar. Ficando com uma expressão séria, encarando o nada.

—O que aconteceu?

—Vou fazê-la sentir...—a loira fala e sai andando. Corro atrás e percebo que estamos indo até a nave—Monty, tira a pulseira do meu pulso!—ordena cegamente.

Vejo que Jasper já está bem recuperado, sentado em uma cadeira ao lado do amigo e assistindo a cena toda. Decido não impedir a loira. Compreendo o que está sentindo.

—Mas assim sua mãe vai pensar que está morta.—ele fala confuso.

—Até ela descer. Além do mais, pode ser útil para você, não é?

Diante os lábios comprimidos, a Griffin parece o convencer.

Monty, um pouco relutante, retira a pulseira dela cuidadosamente com suas ferramentas para não desativá-la e poder utilizá-la.

—Consegui!—exclama vitorioso, fazendo um "toca aqui" com Jasper que se limita um pouco nos movimentos. Clarke sorri por conseguir o que queria.

Escutamos gritos vindos do exterior. Eu e a loira saímos e vemos Octavia junto de outra garota entrando no acampamento correndo. Decidimos nos aproximar.

—Foram atacadas?—pergunto tentando decifrar o rosto da Blake.

—Não, mas achamos uma coisa.—responde quase atropelando as palavras.

—O que encontraram?—Clarke questiona.

—Melhor conversarmos na nossa barraca, chamem meu irmão.—diz se dirigindo para o local.

Seu comportamento me deixa tensa.

Chamamos o Blake — que é um pouco difícil de convencer — e entramos, nos certificando de que não tem ninguém por perto.

—O que é tão importante?—ele pergunta em pouco caso.

Octavia coloca uma faca ensanguentada em cima de uma mesa junto com dois dedos decepados.