Capítulo 16

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{POV. Anna Kariênina}

A última coisa que eu imaginei na minha vida era ir parar em uma escola por reclamação que uma "filha emprestada" havia se metido em uma briga. Espero que Anna Elis pelo menos tenha pregado algum corretivo nessa garota, porque ser chamada aqui porque ela apanhou é uma palhaçada com minha cara.
Assim que Taddy abriu a porta do carro para mim, avistei para a entrada da escola, com a feição seria e usando meus óculos escuros quadrados, percebi que todos me olharam enquanto andava pelos corredores. Lucia havia me indicado onde ficava a diretoria, então não parei até chegar lá.
Senti os olhares e ouvi alguns burburinhos, todos tão patéticos que era perda de tempo dar ouvidos.

- Meu Deus, essa é a nova madrasta da Anna Elis?
- Ela é nova demais para o pai dela.
- Deu o golpe do baú, com certeza.
- Ou golpe da barriga, caso já estiver grávida.
- Ela é tão elegante, olha as roupas dela.

Bufei andando mais rápido ao ouvir as conversas, ser o centro das atenções me irritava, ainda com esses tipos de seres humanos em construção que só tem pensamentos fúteis. Sei que alguns aqui tem a mesma idade que eu, até mais velhos, mas eu já tenho mais experiências de vida que pareço ter uns 15 anos de vida a mais que eles. Eu sei que a vida vai além de status sociais, dinheiro e joias.
Então, finalmente chego a diretoria e dou de cara com uma garota loira saindo com um casal de loiros atrás dela, pelo seu rosto cheio de hematomas e o lenço no nariz, visivelmente ainda com sangue, essa deve ser a garota da briga.

Algo dentro de mim sorriu ao ver que Anna Elis tem apenas a cara de anjo, mas um punho forte como de um soldado.

******

{POV. Anna Elis}

Com meu coração já em no ritmo normal novamente e eu não conseguia sequer olhar para o rosto de Savana, que estava sentada ao meu lado em frente a mesa da diretora, enquanto seus pais indignados estavam reclamando, dizendo que sou uma baderneira. Faltava-me forças para contestar o que eles diziam, e contar que a filha é uma pessoa sem caráter algum, que humilha as pessoas. Eu só queria ir embora desse lugar, e terminar minha faculdade escondida entre os cantos da escola, já que agora minha vida social academia está definitivamente no lixo.
Por um lado, confesso que eu até gostei de fazer aquilo em Savana, e me perguntava se essa pessoa com coragem para enfrentar os problemas com tanta audácia, era meu verdadeiro eu. Não sei se quero pensar nisso agora, só quero ir embora, e até agora ninguém chegou para vir me buscar.
Não sei o porquê chamaram algum responsável, já sou de maior e essa escola ainda nos trata como alunos do fundamental. Uma palhaçada!

- Espero que isso se resolva logo, diretora Orleane. Nossa filha não pode estudar em um lugar a qual não se sente segura. - O pai de Savana exigiu.
- Senhor, tudo será resolvido e as devidas pessoas seram punidas. Ambas levaram advertências pelo que aconteceu. - A diretora ruiva explicou rígida de sua cadeira.
- Nossa filha foi agredida e ela também levará a advertência? Isso é um absurdo! - Agora foi a mãe de Savana que falou, a voz aguda e fresca igual a da filha me deixou em nervos.
- Anna Elis também está machucada e não brigou sozinha, então não seria justo. - A diretora rebateu firme. - Agora por favor, esperem no corredor enquanto esperamos o outro responsável para tratar de algumas medidas. - Orleane levantou apontando para a porta.

Mesmo frustrados e resmungando, eles obedecerem e começaram a sair da sala juntamente com a filha. Foi quando Anna Kariênina finalmente chegou.

- Mas que porra aconteceu?! - Ela disse ainda olhando para Savana saindo, então fechou a porta.
- Senhora, restrinja seu linguajar, por favor. - A diretora protestou mas Kariênina pouco ligou quando olhou para mim.
- Meu Deus, garota foi está horrível. - Houve um certo teor de desdém mas pude sentir um pouco de preocupação, ou posso estar imaginando coisas. - Foi aquela garota que fez isso? - Ela disse se sentando na cadeira ao meu lado, onde Savana estava a pouco.
- Não, ela apenas me empurrou e eu bati com muita força no chão quando me desiquilibrei.

Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu