{POV. Anna Elis}
Tentei ficar calma, por mais que meu coração disparado pedisse para que eu gritasse até Anna Kariênina acordar.
- Anna, pelo amor de Deus, acorda. Isso é um pesadelo! - Lhe chacoalhei e percebi que ela estava muito suada.
- Pai, por favor... Volta pra mim. - Sua voz era totalmente de derrota e tristeza, ela estava tendo um pesadelo com o pai.
- Anna, acorda. - Tentei ser racional mais uma vez, mas pelo jeito vou ter que tentar de outra força.Puxei Anna com força para virar-se para mim e, sem pensar duas vezes, bati a palma de minha mãe em seu rosto.
- Acorda, caralho! - O tapa estralado ecoou pelo quarto escuro, e Anna Kariênina levantou de uma vez puxando o ar, como alguém que estava se afogando em alta mar. - Anna... Anna você está bem? - Perguntei preocupada.
- Eu... Eu... - Ela tentou dizer mas parecia está atordoada.
- Você estava tendo um pesadelo. - Ela suspirou.
- Não era um pesadelo, era... era uma lembrança. - Ela fechou os olhos se acalmando mais. - Estava lembrando do enterro de meu pai, as vezes eu tenho esses flashbacks.Meu peito se partiu em mil pedaços ao ouvir aquilo. Meu Deus, que coisa triste.
- Quer que eu vá buscar um pouco de água? - Sugeri tentando lhe ajudar de alguma forma.
- Não, não. - Ela disse rápida. - Só fica comigo, por favor. Não sai de perto de mim. - Kariênina quase implorou.
- Claro que não! Nunca!Disse lhe puxando com cuidado e voltamos a nos deitar, Anna Kariênina ficou por cima de mim e eu lhe apertei com força, acariciando seus cabelos, pude sentir seu coração acelerado como uma bala, e aquilo me deixou angustiada.
Anna Kariênina tem esse porte de assassina profissional super forte e temida, mas no fundo só é uma criança traumatizada pela morte do pai.- Está tudo bem agora, eu estou aqui.
Falei e em uma resposta silenciosa, ela me apertou mais. Engoli seco e senti meus olhos marejarem por um momento.
[...]O café da manhã estava silencioso e dessa vez Paul se juntou a nós, até estranhei quando Anna Kariênina e eu descemos juntas e ele já estava a mesa, tivemos que nos disfarçar, claro. Terminei meu café e me levantei da mesa.
- Vai querer carona? - Anna perguntou ainda a mesa, abri minha boca mas quem falou foi Paul.
- Elis vai com Taddy, preciso conversar com você sobre alguns negócios.
- Ah, tudo bem então. - Anna disse um pouco surpresa.
- Tchau para vocês. - Disse já andando.
- Boa aula. - Ouço a voz de Anna e sorriu levemente antes de sair.
[...]Assim que chego a escola dou de cara com o sorriso terrivelmente largo e animado de Elena.
- O que você está aprontando, hein? - Falei rindo ao me aproximar.
- Festinha de aniversário de um dos jogadores de futebol hoje, vamos? - Ela disse animada.
- Outra festa? Eles fazem aniversário toda a semana? - Abri meu armário.
- Que se dane, eles são jogadores e não são lá esses inteligentes. - Ela revirou os olhos.
- Acho melhor não, a última vez que fui não foi um bom exemplo.
- Ah para, ninguém nem lembra mais disso. - Elena rebateu.Graças a Kariênina.
Afasto rapidamente esse pensamento.- Vai ser legal, música, comida e bebida, boys and girls. - Ela terminou com um sorriso malicioso e eu revirei os olhos.
- Não, estou muito empenhada em uma nova tela e quero me dedicar, inclusive não vou trabalhar hoje na biblioteca para pintar.Uma meia verdade e uma meia mentira. Eu realmente estou empenhada em pintar a foto que Kariênina tirou de mim, mas também não quero ir a festa para poder passar mais tempo com Kariênina.
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Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)
Teen FictionAnna Kariênina tinha apenas 10 anos quando seu pai foi injustamente acusado de assassino, e anos depois faleceu na cadeia. Doze anos depois, Kariênina se tornou uma assassina profissional após ser adotada e treinada por uma família de mafiosos, agor...