Capítulo 24

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{POV. Anna Elis}

- É uma história longa e um pouco complicada, Anna.

Kariênina suspirou, mas eu estava determinada colocar tudo em pratos limpos.

- Tenho todo o tempo do mundo.

Falei me sentando ali mesmo no chão da biblioteca, encostada em uma das prateleiras com um livro no colo, e ouço Anna Kariênina soltar uma risada.

- Você é teimosa, hein.
- Você ainda não viu nada. - Rebati neutra, e enfim ela se sentou ao meu lado.
- Meus pais sempre foram muito pobres, minha mãe até era de classe média mas fugiu de casa para casar com meu pai, os pais dela ficaram tão furiosos que a deserdaram. Então quando ela morreu durante meu parto, meu pai só não desabou em uma depressão por causa do bebê que ele tinha que cuidar, a única coisa que ainda restava do amor dele e de minha mãe. - Kariênina começou a contar com o olhar perdido nos livros na prateleira a frente, e confesso que não esperava um começo de história tão triste.

"- Meu pai não conseguia emprego, mas também não queria entrar para a máfia, Jones havia lhe oferecido empregos várias vezes, mas ele começou a fazer pequenos delitos, como se isso fosse diferente de ser um mafioso. - Anna Kariênina soltou um sorriso triste. - Ele assaltava pessoas na rua, postos de gasolina e supermercados, eu até gostava quando assaltava os supermercados pois me trazia salgadinhos. - Outro sorriso triste. - Eu sempre fiquei sozinha em casa desde que me entendo por gente, uma vez ou outra algum vizinho aparecia por lá para saber se eu ainda estava viva, apenas isso. Então meu pai conseguiu um companheiro de assalto, ele tinha planos grandes para conseguir dinheiro rápido e fácil, ele era Dorgles. - Ela me olhou como se eu soubesse de quem se tratava, mas eu apenas balancei a cabeça, negando. - Já já você vai saber. Então eles planejaram um grande roubo a uma joalheria, aparenente Dorgles conhecia alguns seguranças que passaram algumas informações. Meu pai queria logo nos tirar da pobreza e topou, mau sabia ele que aquilo seria o inicio do seu fim. Tudo deu errado no assalto e apareceu um segurança que não era conhecido de Dorgles, o desgraçado atirou matando o homem e meu pai ficou sem reação. Não conseguiu fugir pois os outros seguranças o capturaram e ligaram para a polícia, Dorgles conseguiu fugir com todas as jóias e com isso ele começou o império que ele tem hoje. As custas da vida de meu pai. - Os olhos de Anna Kariênina eram negros de ódio por trás daquele seu verde brilhante.

- Eu só tinha 10 anos na época e o visitei as escondidas na cadeia por 4 anos, até que ele pegou uma intoxicação alimentar forte e morreu no presidio. Mas, antes disso, passamos esses 4 anos planejando que um dia eu ia o ajudar a sair dali provando a sua inocência, infelizmente ele não conseguiu ficar vivo para isso. Então será sua morte que vingarei. - Posso ver seus olhos marejados e meu peito doía tanto que me arrependi por um instante que ela me contasse a verdade. - Você sabe que seu pai é apenas um dos maiores mafiosos de San Diego? Há alguém acima dele. - Ela me olhou passando as mãos nos olhos, como se quisesse limpar as lágrimas."

- Sim, posso não gostar de meter nos negócios de meu pai, mas é inevitável não saber de alguma coisa. Ele é o segundo maior mafioso, abaixo dele está os Borges e os subordinados.
- Exatamente, e é Dorgles quem é o primeiro maior mafioso. Ele fez fortuna com o dinheiro que ganhou destruindo meu pai, me tornei uma assassina profissional para conseguir o vingar. Planejo isso desde que meu pai foi preso, mas eu precisava de dinheiro e não podia deixar que as pessoas soubessem para o que, Dorgles poderia descobrir e pedir minha cabeça.
- Então você fez o acordo de casamento com Paul para que ninguém desconfiasse, Paul também quer o derrubar. - Digo deduzindo.
- É, é exatamente isso. - Anna Kariênina diz sem me olhar. - Eu me planejo isso há 12 anos, não posso fracassar, é pelo meu pai. - Anna Kariênina tinha um olhar triste e eu coloquei minha mão sobre a sua que estava sobre um de seus joelhos.
- Então, esse é seu plano de vida, Anna Kariênina? Uma vingança? - Ela assentiu cabisbaixo sem me olhar e eu uni nossas mãos em um aperto. - Bom, eu quero ser pintora, acho que não há tanta diferença entre tinta e sangue. - Uma brincadeira que lhe arrancou um sorriso.
- Tem muita diferença, Anna Ellis. - Ela me olhou, e sua mão veio em direção a meu rosto mas eu me esquivei.
- Tem câmeras aqui. - Avisei e ela se indiretou. - Mas não tem lá em casa. - Meu olhar malicioso encontrou o dela, Anna Kariênina mordeu seu lábio inferior e demos um salto do chão ao mesmo tempo. Sorrimos e começamos a andar para sair da biblioteca, e podermos nos perder em nós mesmas assim que chegarmos em casa.
[...]

Colocamos uma música em meu quarto pois fiquei com medo de alguém nos ouvir, mesmo sabendo que Paul estava há metros do meu quarto, do outro lado da casa.
Eu mordia meu lábio com força tentando me conter enquanto Anna Kariênina estava mordendo e lambendo meu pescoço, sua mão acariciava minha cintura e eu já havia tirado sua jaqueta e meus dedos estavam quase dentro de seu sutiã. Eu estava pegando fogo, meu centro latejava queimando, mas eu não queria ir tão rápido ainda.
Uma das mãos de Anna Kariênina subiu e eu dei permissão quando ela começou abrir devagar os botões de minha camisa social branca, Anna Kariênina me olhou e seus olhos eram suplicantes e pegando fogo, mas ela estava indo com calma.

- Posso? - Eu sabia ao que ela se referia e apenas assenti, embriagada de prazer por essa mulher.

Anna Kariênina não disse mais nenhuma palavra quando colocou a mão por dentro de meu sutiã e tomou um de meus seios, de olhares fixos eu suspirei quando ela o massagiou e logo o tomou em seus lábios. Movements - Phan começou a tocar pelo quarto e eu segurei firme a nuca de Anna Kariênina, delirando enquanto ela fazia o trabalho mais prazeroso que já recebi, o primeiro, na verdade.
Anna Kariênina trabalhou em meus dois seios e eu me senti a vontade ao perceber que ela não ligava para as cicatrizes e marcas em meu corpo, havia algo muito maior entre nós do que estética. Senti quando sua outra mão começou a subir por minha coxa, quase chegando ao ponto que eu estava tentando evitar e eu segurei sua mão, acho que lhe assustando um pouco.

- Te machuquei? - Ela estava quase desesperada e eu coloquei minhas mãos em seu rosto.
- Não, claro que não. Só... - Fiquei sem palavras, sem saber o que dizer, e então acho que ela acabou deduzindo.
- É virgem? - Meu rosto queimou como o inferno e acho que essa foi resposta o suficiente, Anna Kariênina sorriu levemente e acariciou meu rosto com carinho. - Tudo bem, não precisa se preocupar. Vamos no teu tempo.
- Obrigada. - Meus olhos brilharam de felicidade ao sentir que ela me entendia complemente e não me julgava.
- Onde você estava esse tempo todo, garota? - Anna Kariênina sussurrou olhando para cada ponto que havia em meu rosto, como se estivesse encantada, logo em seguida voltou a me beijar e os amassos recomeçaram.

Acho que nunca me cansarei de beija-lá.
[...]

Continua...

Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt