Capítulo 25

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{POV. Anna Elis}

Anna Kariênina mais uma vez quis dormir em meu quarto e eu, obviamente, não recusei. O sono lhe sequestrou primeiro, e eu, ainda acordada, aproveitei cada segundo de sua respiração quente em meu pescoço, de seu abraço, até que peguei no sono também. Quando acordei ela não estava mais comigo, e havia apenas uma roupa de malhar sobre minha cama com um bilhete por cima. Franzi as sobrancelhas e li.

"Vista-se e me encontre na área externa após tomar café.
Ass: Sua babaca arrogante."

Minha babaca arrogante.

Como era estranho pensar assim, não em ter alguém para mim, mas sim, ter alguém comigo.
Se tratava de uma roupa de academia que eu havia comprado há algum tempo, mas sequer usado, já que eu não faço nenhum tipo de exercício. Isso me deixa a entender que Anna Kariênina andou mexendo em minnas coisas.
Após minhas higienes matinais, vesti a calça leggin preta, a camisa cinza de mangas, o tênis, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Não faço idéia do que essa doida está inventando, mas pelo menos irei passar o fim de semana com ela, ao invés, de ficar trancada em meu ateliê, como eu sempre fiz.
Então após tomar meu café da manhã com uma certa pressa para vê-lá, fui até a área externa onde lhe encontrei também em roupas de malhar, onde usava pesos para treinar. Anna Kariênina usava um short preto cintura alta, tênis e um top, seu cabelo estava em uma trança de raiz e estava totalmente suada. Mordi meu lábio inferior ao vê-lá fazendo esforço enquanto usava uma barra de ferro com pesos a cada lado para fazer agachamento.
Meu Deus! Como ela é forte, e ao mesmo tempo delicada. Foi com essa força e delicadeza que ela me fez delirar ontem, sem sequer me tocar onde eu realmente queria que ela tocasse.
Anna Kariênina notou minha chegada e jogou a barra no chão, parando seu exercício.

- Enfim, a mimada chegou. - Ela colocou as mãos na cintura.
- É sábado, por que eu acordaria cedo?
- Pra treinar? - Anna Kariênina diz, como se aquilo fosse óbvio.
- Não! - Rebati também no mesmo tom óbvio. - Pode me dizer o que está aprontando? Por que me mandou usar essas roupas?
- Você não sabe se defender. - Anna Kariênina se aproximou, respondendo como se eu fosse entender.
- Sei sim, praticamente quebrei o nariz da Savana.

Em uma resposta que eu com certeza não esperava, Anna Kariênina arrastou suas pernas em uma velocidade absurda, passando por baixo minhas, me dando uma rasteira que me fez cair com tudo com as costas no chão. Gemi alto com o impacto.

- Você sabe se defender de pessoas despreparadas como você, não de pessoas como eu. - Ela se aproximou e me pegou pela cintura, me ajudado a levantar.
- Poderia me dizer isso com palavras, não quase quebrando minhas costelas. - Suspirei ainda sentindo dor, e Anna Kariênina engoliu seco por um instante antes de se afastar.
- Desculpa, as vezes extrapolou na força.
- Tudo bem, só acho que eu não preciso de treinamento. Não quero ser uma assassinada ou mafiosa. - Rebati e Anna Kariênina se aproximou por alguns instantes.
- Foi uma maneira de passarmos o fim de semana juntas, Paul vai passar o fim de semana em casa. - Ela sussurrou e eu mordi meu lábio inferior entendendo sua intenção. Era tão bom vê-lá me querer por perto.
- Ele quase não sai mais de casa. - Comentei e ela apenas deu de ombros.
- Chega de conversinha, vamos alongar. Depois vou começar a te ensinar alguns golpes simples de defesa. Relaxa, que você não vai sair daqui graduada em assassina, apenas aprender a não morrer após levar um soco. - Ela explicou e eu revirei os olhos.

Nunca fui de me exercitar ou ser muito atlética, o máximo que fazia era corrida no ensino médio, e ainda assim era apenas para ganhar pontos em educação física. Anna Kariênina me passou as instruções de alongamento e me ajudou em alguns passos que estava fazendo errado, como, quando fui agachar estava com a coluna um pouco curvada, meu corpo estremeceu quando senti os toques delicados dos seus dedos em minha coluna lhe colocando na posição correta.
Esse será um longo teste de autocontrole.
[...]

Kariênina realmente cumpriu o que havia dito e me passou apenas sequências simples de golpes de defesa, por exemplo, como desviar de um soco, chutar o saco de alguém, e entre outros. Então eu me peguei com uma audácia desconhecida quando estávamos subindo suadas para nossos quartos no mesmo corredor, eu lhe chamei para tomar um banho comigo. Eu me sentia totalmente a vontade com ela, como nunca havia me sentindo com ninguém.
A água escorreu por nossos corpos, e eu apenas deixei Anna Kariênina continuar quando eu fiquei de costas e ela começou a enxaguar minhas costas, pude sentir seu olhar pelas queimaduras que havia no local, mas não me incomodei quando logo senti seus lábios em meu pescoço. Meus seios estavam pesados e suspirei quando ela os tomou em suas mãos, estamos as duas nuas e eu sabia o quão Kariênina queria logo me tomar, mesmo com a água nos inundando eu sentia tudo ao nosso redor pegar fogo.
Kariênina de repente me virou e minhas costas bateram no box quando sua boca tomou a minha, meu corpo tudo se incendiou e eu me arrepiei, apertei os dedos dos meus pés quando coloquei as mãos na cintura de Anna Kariênina e senti sua pele macia e um pouco musculosa, ela era perfeita, e eu queria lhe sentir. Subi minhas mãos até chegar a seus seios e ela suspirou entre o beijo quando os segurei, como se a tivesse surpreendido com meu ato ousado. Mas eu queria ser assim com ela, sem amarras e vergonhas, queria ser ousada, fazer o que eu sempre quis fazer quando encontrasse alguém, sentir cada parte dela.
Apertei seus seios da forma que eu gostava e ela suspirou, entendi que ela também gostava assim, apertei seus mamilos e Anna Kariênina encostou mais seu corpo no meu, apertando suas pernas e eu sabia que ela estava úmida, pois eu estava totalmente encharcada. Sua boca desceu a meu pescoço e uma de minhas mãos começou a descer.

- Porra... - Anna Kariênina gemeu em meu ouvido, e eu sorri maliciosa, adorando aquele som.

Continuei a descer minhas mãos até onde eu tanto queria tocar, mas de repente, ela segurou minha mão.

- Não. - Ela me olhou e eu fiquei confusa. Será que ela não gostou? - Faremos isso juntas, quando você tiver pronta. Somente eu ter prazer, não é justo. - Ela explicou ofegante e meus olhos brilhavam, mesmo ainda ardendo de desejo.
- Mas eu queria tanto. - Choraminguei e ela sorriu de lado.
- Eu sei que queria, minha flor. - Ela acariciou meus cabelos por debaixo do chuveiro.


- Você já se tocou alguma vez? - Meu rosto queimou um pouco.
- Sim. - Engoli seco sem saber como dizer. - Algumas vezes pensando em você. - Admiti e a boca de Anna Kariênina se abriu um pouco, enquanto ela me analisava.
- Você... se tocou pensando em mim? - Sua voz era surpresa e o verde em seus olhos queimavam como uma bola de fogo, eu apenas assenti cabisbaixo sem saber onde enfiar minha cara, de tanta vergonha. Sinto seus dedos gelados pela água tocarem meu queixo, erguendo-o.
- Você me surpreende a cada dia, garota. - Anna Kariênina me beijou com uma intensidade que me fez gemer e agarrar seus ombros.

O beijo estava tão gostoso com nossas línguas brigando e nossos seios se tocando, até que ela parou mas não se afastou.

- Me mostre... - Ofegou. - Me mostre como se tocou por mim. - Não era um pedido, e sim uma ordem que eu tinha que obedecer.

Nossos olhares ainda calados, uma de minhas mãos desceu e eu suspirei quando me toquei. Anna suspirou entre dentes olhando o que eu fazia em mim mesma, e suspirei quando ela levou própria mão a si mesma, olhei seus dedos ali entre suas pernas se mexendo tão ágeis, ao mesmo tempo que eu sentia o prazer dos mesmo em mim mesma.
Minha boca entre aberta, Anna Kariênina me encarou, também perdida de desejo em seus dedos. Estamos loucas uma pela outra mas dando prazer a nós mesmas, se bem, que olhar para os dedos de Anna é uma estímulo tão grande, quanto meus dedos fazendo círculos em meu clitóris.

- Ah merda... - Anna Kariênina desabou sobre mim, gemendo com o rosto entre o vão de meu pescoço, ainda se estimulando, e eu gemi também.

Como eu queria que fosse ela ali a me tocar, sentir mais que apenas seu corpo sobre mim, enquanto a água nos lavava. Eu ainda vou a sentir por inteiro e ela a mim, porque estamos a nos completar mesmo sem nos tocar totalmente ainda.
[...]

Continua...

Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora