Último Capítulo

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{POV. Anna Elis}

- Paul e Luíza se apaixonaram muito cedo, só tinha 16 anos quando se casaram e pouco tempo depois ela já estava traindo ele. Anna Luíza tinha aquele jeito livre, gostava de coisas erradas e muita balada, Paul sempre foi mais quieto e na dele, com 25 anos já havia sucedido os negócios do pai e se encaminhava para conquistar o posto que sustentou até o dia da sua melhor. Anna, por outro lado, não gostava de ficar em casa e muito menos de ficar nas festas dos mafiosos, achava chato mesmo Paul sempre fazendo de tudo para agradar ela. Paul sempre foi louco por tua mãe, beijava o chão que ela pisava, então não era mais amor e sim obsessão. Ele perdeu o chão quando ela se apaixonou por Dorgles e ela saiu de casa jurando nunca mais voltar, ele tentou a fazer voltar, uma vez chegou todo machucado após uma briga com Dorgles, e eu mesma tive que cuidar dele. Então uns 2 anos depois, Anna Luíza voltou grávida, ela havia acabado de sofrer um atentado com Dorgles, ele vivia sofrendo esse tipo de coisa por já ser o maior mafioso de San Diego e isso sempre lhe rendeu centenas de inimigos...
"Paul até pensou em não a aceita-lá mas ele a amava demais e não conseguiu, então você nasceu e todo o caos piorou. Paul adorava você e por isso proibiu Luíza de contar a Dorgles sobre você, quando ela chegou aqui ainda não tinha barriga que a entregasse. Luísa só estava com teu pai por segurança e porque aos poucos Paul começou a se tornar cada vez mais possessivo, mas mesmo assim ela nunca parou de ver ele, ela o amava, só não podia ficar com ele porque correria muito risco de vida. Até que um dia ela deixou a prudência de lado e disse que iria voltar de vez com Dorgles, enfrentaria o mundo por ele. Eu estava presente em cada briga e inclusive esse dia, fui eu que limpei cada caco de vidro e cerâmica que Paul quebrou quando Luísa saiu pela porta.
Você era muito pequena e não deve lembrar bem, Paul disse que não te deixaria ir com ela, Luísa jamais poderia te levar. Ele sabia que aquela era a maneira certa de atrair Luíza de volta e porque ele realmente sempre te amo, Elis. Até que um dia quando ela resolveu te levar escondida dele, Paul chegou mais cedo do serviço e eles tiveram uma briga muito horrível. Eu chorei durante a briga deles, foi quando ouvi um barulho muito enorme e quanso cheguei a sala, percebi que Paul havia se descontrolado de vez e empurrado Luíza da escada. Ela morreu na hora e acho que ele morreu junto com ele, ele inventou toda a história que Dorgles havia a matado para poder um dia se vingar e porque ele não queria que você soubesse o que ele fez. Ele subornou a mim e os outros empregados para nunca sequer mencionar o acidente. Dorgles e Anna Luíza nunca tiveram culpa de nada, Paul foi quem matou a tua mãe." - Lúcia terminou de contar tudo e eu apenas senti as lágrimas descerem sem sequer fazer um barulho.

Tudo havia sido mentira, Paul mentiu pra mim, Dorgles mentiu pra mim, Ana Luíza havia mentido pra mim. Eu sou uma mentira em si.

- E essa é a história da minha família. - Sorri com desdém ainda sem acreditar naquilo.
- Mas não é a sua história, Anna Elis. - Lúcia limpou minhas lágrimas com suas mãos enrugadas. - Você é uma menina especial e brilhante, uma belíssima pintora e que ainda vai fazer muito sucesso. Não deixe que os erros dos outros, atrapalhem quem você é. - Meu coração se aqueceu com aquele carinho e eu suspirei como se tirasse o peso de um elefante das minhas costas.
- Eu vou embora de San Diego nessa madrugada, eu não vou aguentar ficar aqui enquanto Anna Kariênina é executada. - Conto. - Mas fica tranquila que Stefan vai cuidar de tudo aqui, a casa vai ser vendida mas você e todos os funcionários vão ser amparados acima do que merecem. - Aviso.
- Eu só preciso que você fique bem, querida. - Sorri levemente para ela.
- Muito obrigada, Lúcia, por ter me contado toda a verdade sobre minha família. - Suspirei lhe abraçando.

Aqui se encerra esse capítulo doloroso, horrendo e confuso da minha vida, eu só queria ser livre e deixar essa cidade.
[...]

{POV. Anna Kariênina}

No corredor da morte, como eles chamam a fila de espera para aqueles que esperam a pena de morte, eu tive prioridade, aparentemente por ser uma indivídua de alta periculosidade. Admito que meu coração batia acelerado como uma bateria de escola de samba, mesmo eu já estando conformada e ansiosa para o que vai logo pela frente. Só queria por um fim logo nisso tudo.
"- Tudo que eu quero da vida é a morte." A frase uma vez dita por mim em uma de minhas missões, nunca fez tanto sentindo como hoje.
A execução não era feita pelo presidido, e sim por uma clínica especializada nisso. Não acredito que exista esse tipo de coisa no mundo, mas, enfim, quando cheguei acompanhada pelos 10 policiais no carro forte, como sempre, passei por alguns exames básicos e tiraram um pouco de sangue. Então eu entrei na sala de eletrodução.
Meu sangue gelou e eu senti náuseas ao olhar as paredes de concreto mofadas e o ambiente silencioso e triste. Havia várias formas de pena de morte mas o juiz escolheu essa, acho que em uma tentativa falha de me amedrontar que eu voltasse atrás para escolher prisão perpétua, mal sabe ele que poucas coisas assustam Anna Kariênina.

- Pode sentar-se ali. - Um dos enfermeiros indicou a cadeira elétrica no meio da sala e eu engoli seco.

Os policiais tiraram todas as minhas algemas e correntes e saíram da sala como manda o protocolo, o outro enfermeiro vestido com roupa não impermeável branca da cabeça aos pés, chegou perto de mim para colocar as amarrações em mim nos braços da cadeira. Mesmo não tendo-os, eu reconhecia aqueles enfermeiros.
O metal da cadeira gelou contra meu corpo e eu me tremi quando eles se afastaram. Eu considerava a deusa da morte estava nesse momento olhando para ela e só conseguindo pensar em Anna Elis, espero que e ela esteja bem e nos vejamos logo. Eu não vejo a hora de dizer as palavras prometidas.

- Vamos ligar. - A voz do enfermeiro familiar soou perto da alavanca na parede e eu engoli seco me despertando daqueles devaneios.

Anna Kariênina Ralph Vegas, a garota a qual o projeto de vida era vingar a prisão injusta e a morte do pai, para isso se tornou a maior assassina profissional de San Diego e se casou com um mafioso por dinheiro, será esse o seu fim?
Eu acho que não...

Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now