Capítulo 1

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  A luz está perfeita esta manhã.

Aproximo minha Cânon do rosto e pressiono o botão. Click. Brighton Beach está coberta por cores: rosa, azul e, pela primeira vez, o vento é praticamente inexistente. As ondas gentilmente se emaranham na barreira de concreto sob meus pés, e me perco na beleza que está diante de mim.

Click.

Eu me viro para a direita e vejo um casal bem jovem caminhando pela calçada. A praia de Brighton, pouco menos de 100 km de Londres, estava praticamente deserta, com exceção de algumas pessoas persistentes, ou madrugadores, como eu. O jovem casal está se afastando de mim, de mãos dadas, sorrindo um para o outro, então, aponto minhas lentes para eles e click. Dou um zoom em seus tênis de corrida e suas mãos entrelaçadas e tiro mais uma foto, já que meus olhos de fotógrafa apreciavam seu momento de intimidade na praia.

Inspiro o ar salgado e observo as ondas mais uma vez, enquanto um barco vermelho gentilmente desliza pela água. O sol matutino está apenas começando a brilhar em volta dele, então levanto minha câmera novamente para capturar esse momento.

- Mas que merda você está fazendo? - eu me viro em direção ao som daquela voz irritada e me deparo com olhos azuis, que refletem a clara água da manhã. Tais olhos acompanham um rosto muito, muito contraído. Não apenas irritado. Puto da vida.

- Perdão...? - eu chio, finalmente encontrando minha voz.

- Por que não pode me deixar em paz? - o belíssimo estranho está tremendo de raiva e, instintivamente, eu me afasto, franzindo o cenho e começando a ficar irritada com ele também. - Que merda você está fazendo?

- Eu não estava te importunando. - respondo, feliz em perceber que minha voz soa mais forte do que a minha raiva, e recuo mais um passo. Certamente o Sr. olhos azuis com o belo rosto de Deus grego é lunático. Infelizmente, ele começa a seguir meus movimentos e sinto o pânico sobressair minha coragem.

- Estou de saco cheio de você me seguindo. Acha que eu não notei? Me dá a câmera. - ele estende uma das mãos de dedos muito longos em minha direção e fico boquiaberta. Aperto a câmera no peito, segurando-a de forma protetora.

- Não. - minha voz está calma e quero olhar ao meu redor para procurar alguma forma de escapar dali, mas não consigo parar de olhar para seus olhos azuis irritados.

- Me dá a porra da câmera, e não vou te processar por assédio. Só quero as fotos. - ele baixa o tom de voz sem torná-la manos ameaçadora.

- Você não pode ficar com as minhas fotos! - mas quem é esse cara? Eu me viro e ele agarra meu braço, me girando até que fico frente a frente com ele novamente, tentando pegar minha câmera. Eu começo a girar, mal acreditando que estou sendo assaltada praticamente na porta da minha casa, até que ele me solta e coloca as mãos nos joelhos, inclinando-se para frente, balançando a cabeça, e eu reparo que suas mãos estão tremendo.

Mas que inferno!

Dou mais um passo para trás, pronta para começar a correr, mas, com a cabeça ainda baixa, ele levanta a mão e diz: - Espere!

Eu deveria correr. Bem rápido. Chamar a polícia e fazer com que ele fosse preso por roubo, mas não me movo. Minha respiração começa a acalmar, meu pânico ameniza e por algum motivo sinto que ele não vai me machucar.

Sim, tenho certeza que as vítimas do assassino de Green River também pensaram que ele não iria lhes fazer mal.

- Ei, você está bem? - minha voz está ofegante, e percebo que ainda estou apertando minha câmera junto ao peito, quase me machucando. Sendo assim, relaxo minhas mãos e começo a abaixá-las enquanto ele levanta a cabeça.

Back to You - Tom HiddlestonOnde histórias criam vida. Descubra agora