Capítulo 6

708 67 10
                                    


Tom para na frente da minha casa e desliga o carro. Abre a porta para mim, tira a bolsa da minha câmera do banco traseiro, seguindo-me até a casa. Eu destranco a porta e peço que ele entre.

― Ronnie! ― chamo minha colega de apartamento, mas a casa está vazia. ― Acho que ela não está aqui. ― Sorrio para ele e pego minha bolsa, colocando-a no chão e a outra, de mão, sobre a mesinha. Pego a chave e as coloco na mesa também. ― Posso te mostrar minha casa? ― De repente me sinto tímida.

― Claro... depois de você.

Eu pego a mão dele.

― Obrigada por se juntar a nós hoje, Sr. Hiddleston, é um prazer tê-lo conosco.

Tom ri, uma risada com vontade, e sinto minha timidez desaparecer.

― Adoro seu senso de humor, Meredith.

Pego minha câmera do chão e ele ergue uma sobrancelha.

― Vou te mostrar meu estúdio e aproveitar para guardar isso também.

Ele assente e eu o guio pela casa.

― Você também tem uma bela vista aqui. ― Ele aponta para as janelas que vão do chão ao teto da sala de estar, e eu sorrio.

― Tenho sim. Aqui, obviamente, é a sala de estar, aqui é a de jantar e ali é a cozinha. ― Eu olho para os tons de vermelho e marrom dos sofás, para os móveis escuros da sala de jantar e para a elegância simples da cozinha.

― Bela cozinha. ― Ele pisca para mim.

― Sim ― respondo, e ele ri. ― Mas não cozinho muito. Ronnie é quem faz a maioria das coisas.

― Seria muito interessante cozinhar pra você aqui. ― Seus olhos brilham.

― E eu adoraria. ― Sinto meu rosto queimar. ― Ok, vamos ao estúdio lá fora e depois vou te mostrar o segundo andar.

― Lá fora?

― Sim, eu converti a casa de hóspedes em um estúdio. É minha parte favorita da casa. Venha.

Eu o guio para fora das portas deslizantes de vidro, pelo quintal até o estúdio. Paro em frente à porta e olho para ele especulativa.

― O que houve? ― ele pergunta com a curiosidade escrita em seu rosto.

― Não fique bravo comigo, ok?

― Por que ficaria?

― Bem, eu te disse que não faço fotos tradicionais. ― Mordo meu lábio.

― Amor, depois da nossa conversa e pela forma como me sinto em relação a você agora, garanto que não vou ficar bravo.

Eu observo seu rosto e vejo que ele realmente acredita nisso, portanto, abro a porta.

Era tudo ou nada.

Entro na frente dele e coloco minha bolsa no chão. Acendo a luz, e Tom me segue. Ele para exatamente à soleira da porta; de boca aberta, olhos arregalados, observando meu estúdio.

Me viro e olho para ele. Há uma cama king-size em um dos cantos, com panos brancos drapeados por cima do dossel, preparada para a sessão de amanhã.

As janelas daqui também são enormes proporcionando uma iluminação perfeita no quarto. Tenho várias lingeries, espartilhos, plumas, sapatos e outros adereços. Mas ele parece estar concentrado nas fotos emolduradas por todo o quarto.

Ele caminha em direção a uma e observa um casal no auge da paixão. Está em preto e branco, é uma imagem da lateral do casal deitado na minha cama king-size. O homem está por cima, apoiado sobre ela, com a boca sobre seu seio.

A cabeça da mulher está jogada para trás, a boca aberta, a perna enroscada no quadril dele e seu pé descansando atrás de sua coxa.

É uma foto erótica, íntima, uma das minhas favoritas.

Tom se vira num círculo, observando todas as fotos nas paredes; algumas de mulheres ou homens em poses provocativas, mas a maioria de casais em diferentes posições sexuais. Finalmente seus olhos encontram os meus.

― É isso que eu faço.

― Meredith... ― Ele engole em seco e olha para minha foto favorita novamente. ― Isso é incrível.

― Sério?

Ele assente, com os olhos bem abertos.

― Sim, é maravilhoso. Sexy demais. Como acabou entrando nesse ramo?

Não consigo parar de sorrir.

― Na faculdade. As garotas queriam que eu tirasse fotos delas para os seus namorados, então eu improvisei um estúdio em meu apartamento e comecei o negócio lá.

― E os casais?

― Isso meio que foi evoluindo. A maioria são clientes usuais, os namorados e maridos adoram fotos de suas garotas, e acabem querendo fotos íntimas deles como casais. Não é pornô. ― Eu quis esclarecer e observei seu rosto.

Ele franze o cenho.

― Amor, isso aqui é arte. Definitivamente não é pornô.

Eu sorrio, aliviada.

― Tem um quarto que eu uso para guardar adereços e mobílias para outras fotos e uso a cozinha para guardar suco para os clientes. Algumas das garotas também gostam de tirar fotos lá. É divertido.

Ele caminha na minha direção, segura meu rosto em suas mãos e me beija suavemente.

― Você é extremamente talentosa.

Uau.

― Obrigada. Ah, e que fique bem claro que eu nunca fiz sexo ali. Nunca.

Seus olhos dançam, cheios de malícia.

― Isso é um desafio?

― Não, é um fato.

― Por quê?

― Porque não são lembranças minhas. São lembranças dos meus clientes.

― Então você não traz homens para cá?

― Só você, bonitão. ― Eu sorrio timidamente.

― Bom saber.

― Na verdade ― eu continuo ―, nunca convidei nenhum homem para minha casa antes.

Seus olhos se arregalam e ele inspira profundamente.

― Sua cama?

― Só eu a conheço.

― Isso vai mudar já, já. ― Ele segura minha mão e me tira do estúdio, fechando a porta atrás de si, me levando de volta para a casa. ― Onde é o seu quarto?

Bom Deus, ele é um homem com uma missão.

Back to You - Tom HiddlestonWhere stories live. Discover now