Capítulo 5.

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Adolescentes, em geral, são complicados. É uma fase de auto conhecimento e identificação confusa e intensa, e quem sentia toda aquela pressão, era Jisung.

Depois do culto de domingo a noite, o moreno ficou pensativo sobre quem ele era, ou deveria ser. E é na adolescência, que passamos por situações que mudam quem somos, de forma positivas, ou não. 

É o tal do dilema, quem somos? E Han, estava descobrindo. Aos poucos.

Na segunda feira, foi mais do mesmo. Ficou com seus amigos em algumas aulas, fazendo deveres. Nada de novo, são mais dias repetitivos e cansativos na vida de um menino de dezesseis anos. Nenhuma novidade.

Apesar que aquela semana prometia muita coisa, não havia só a festa da Jennie e reuniões do clube. Havia também o time de líderes de torcida, que querendo ou não, deixou Jisung muito ansioso. Mesmo sabendo que não passaria.

Quando Jisung entrou no colégio na manhã ensolarada de terça feira, ele se deparou com manchete do jornal da escola, que dizia: "Resultados do clube de líderes de torcida: AMANHÃ!".

Jisung já sabia que quarta feira seria um dia muito bom, ou de muita humilhação.

Particularmente, Han nunca fui um garoto muito ligado nas manchetes e jornais do colégio. Claro, era inevitável não ver. Estavam por toda parte! Mas o moreno nunca achou nada muito interessante lá. Um fato divertido, Jisung já apareceu no jornal! Na última página, como "aluno que gabaritou o boletim" no ano retrasado, enfim.

Nada que seja de extrema importância pra Jisung, sempre eram coisas fúteis e fofocas irrelevantes pela escola, como fulano de tal traiu cliclano. Clube de teatro fecharam as vagas, festa na casa da Jennie... Sim, a festa da atleta estava na manchete do jornal.

Mais uma vez, Han ignorou o jornal e seguiu para sua sala. Na mesma calmaria de sempre.

Estava um clima ótimo na cidade, Han usava uma blusa branca pelo calor bom da manhã. Ele já sentia seu corpo suar só pelos pessoas ali dentro da escola abafada, e abarrotada de alunos!

Han entrou na sala de química, fazia tempo que não tinha uma aula experimental. Da última vez, bom... Vocês já sabem o que aconteceu.

— Jisung, eai! — Minho entrou na sala. Nada mal ter o primeiro horário do dia com seu melhor amigo!

Não que Jisung se importe com rótulos. Afinal, mal sabia se Lee também considerava o moreno de tal forma... 

— Oi Minho, como você está!? — Aquele papinho de sempre, isso sabemos bem.

— Estou bem, e você?

Han indagou, mas nada saiu de sua boca. Como ele estava? Sabe... De verdade?! Depois de tantos questionamentos sobre Hwang, sobre sua religião e seus pais. Jisung estava bem? Estava tudo certo em sua vida? Por que do nada, Han começava a ficar tão pensativo sobre coisas desesperadamente simples?

— Sim, estou bem também. — Mentiu.

— Ótimo! Adoro aula de química, sabe, experimental.

— Ah, eu também. Apesar de sempre acontecer uma catástrofe no final...

Jisung odiava aula de química no laboratório.

As vezes, parecia que Han mentia para si mesmo. Tentando ser algo que a sociedade queria, o que era o certo para responder e falar. Mas não era o que Jisung achava, de forma alguma.

Se pararmos pra pensar, tem coisas no nosso cotidiano que são tão repetitivas e cansativas, que forçamos a gostar, e seguir o padrão. Como por exemplo, responder sempre que está tudo bem. Que gostamos disso, e daquilo. Mesmo que no fundo, você não goste, ou não esteja bem, e se força a acreditar que se sente confortável com a ideia.

Gays club; Stray kidsWhere stories live. Discover now