Capítulo 28.

652 76 78
                                    

De todos os inícios de semana do ano, aquele era o mais estranho para Han. Era a primeira segunda feira sem aula, sem ver a neve ao caminho da escola, ou sem esbarrar naquela multidão de pessoas pelos corredores.

Aquele final de semana havia sido um choque para Jisung. Bem, para a família de Jisung, no geral... Sinceramente, o garoto não tinha cabeça para começar aquela semana.

Era fim de ano, literalmente. Ou seja, era o momento para Han planejar as coisas pro seu próximo ano, resolver pacificamente as coisas com seus pais, aproveitar o natal e o ano novo e... Estava tudo um caos.

E, bom, Jisung simplesmente não queria sair da cama.

O dormitório de Lee estava uma bagunça. Depois do baile de inverno e daquele fim de semana, o dormitório estava desorganizado em demasia. Entretanto, Han mal conseguia se levantar para comer. Não conseguia respirar... Só queria ficar ali, deitado e chorando até se desidratar.

Tudo que passava na cabeça de Jisung na segunda e na terça-feira, era sua avó. Mal havia conseguido dormir na noite de segunda para terça... Imagina a de domingo para segunda...

No primeiro dia, com Minho focado em ajeitar a casa, acabou se deparando com um Han totalmente desolado. E claro, Lee ficou ali com o garoto por bastante tempo antes de fazer seus afazeres. Pediram tempo do trabalho, pelo menos nesse fim de ano... No fim, Lee não exigiu absolutamente nada à Han. Sabia que, perder alguém que amamos era difícil... Tipo, de todas as maneiras. Então, Minho apenas apoiou o mais novo e o deixou descansar o dia todo.

Já o azulado, sentia um embrulho no estômago. Não era fome, não era vontade de ir ao banheiro... Era uma ânsia de vômito que parecia não vir... E isso era sempre que Jisung voltava a pensar em tudo que poderia ter dito a sua avó, e não disse.

Na terça feira, as coisas tinham que ser diferentes. Minho percebeu que, bem, Han não pretendia levantar da cama. E logo pelo início da tarde — que foi quando o azulado acordou com os olhos inchados, — Minho sentou-se no colchão da beliche ao lado do garoto.

— Sung. — O de fios cinzas cutucou o garoto sonolento. — Ei... Precisamos conversar.

Sem jeito, fraco e pálido, Jisung sentou-se ao lado de Minho. O mais novo sentiu todas as suas articulações doerem com o simples movimento. A coberta enrolou-se no menino e lentamente. Jisung coçou os olhos e ajeitou os fios azuis que já estavam desbotando.

— Hm. — Foi o que Han foi capaz de responder.

— Você não pode ficar assim o dia todo. — Minho diz da forma mais leve e compreensível possível. — Eu sei que... Você teve uma perda de uma pessoa muito importante pra você. Mas, mesmo assim, você não pode parar sua vida completamente por causa disso.

Han suspirou, olhando pra todos os lados menos os olhos de Lee.

— E-eu sei, desculpa... Eu só... Não consigo...

— Sei que dói, Sung... Eu sei que dói. — Minho fala, colocando sua mão sob a de Han. — Mas... Temos que saber como será daqui pra frente. Já que, agora, você conversou com seus pais.

Mais uma vez, Han se viu perdido. Era a hora do garoto sair daquele dormitório, dar espaço para Lee nas férias e... Finalmente, voltar para casa.

Mas no fundo, Jisung não sabia se queria mesmo voltar.

Sem contar que o funeral seria no dia seguinte, pela a tarde. Eram tantas coisas e... Jisung, simplesmente, só queria ficar deitado. O dia todo, sem fazer nada.

Gays club; Stray kidsWhere stories live. Discover now