capítulo 9

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curiosidade de hoje: em francês, Tom Marvolo Riddle, ou, como é chamado no Brasil, Tom Servolo Riddle. na França, é chamado de Tom Elvis Jedusor. eu sei que é beeem diferente, mas existe uma explicação. em inglês, Tom Marvolo Riddle é um anagrama para o nome: Voldemort, que fica algo como: I am Lord Voldemort ou só I am Voldemort. a mesma coisa para o português. em francês esses nomes( Tom Elvis Jedusor) criam a frase: Je suis Voldemort, traduzindo seria: eu sou Voldemort, enfim, é isso. amo vocês, bebam água, ok? 💅❤😭

Quando termino meu chá, coloco a xícara na pia, lavo minhas mãos, e então vou em direção à sala. sento em uma das poltronas, cruzo as pernas, me aconchego, e contemplo o corpo de Lilian deitado no sofá.

preciso acorda-la. ugh, meu pai vai brigar comigo se chegar aqui, e descobrir que eu, em um acesso de raiva desmaei alguém. me sinto tentado em mexer nas memórias de Lilian. mas logo trato de expulsar essa ideia da minha mente, nem Lilian, que é o ser humano mais irritante que eu conheço, merece ter alguém se intrometendo na sua mente e mudando seus pensamentos, memórias, entre outras coisas.

encaro meus pés, pensativo sobre o que devo fazer. pedir desculpas está fora de cogitação, mexer nas memórias dela também.

o melhor caminho é meter medo nela porque é isso que eu faço de melhor. giro a minha varinha entre os dedos, diferente da anterior que foi partida no dia em que a minha vida mudou, essa foi feita especialmente para mim por uma fabricante de varinhas francesa. Pauline Lefrève. demorei uns dois dias para pegar o jeito, já que segundo o que a fabricante me disse, o núcleo dessa varinha é de uma criatura mágica extremamente temperamental e poderosa. o que aumenta a potência de muitos feitiços, se o bruxo não estiver atento à toda e qualquer mudança na entonação ao pronunciar encatamentos, na forma como manuseia a varinha, em movimentos pequenos, pode acontecer muitos acidentes.

resolvo parar de enrolar, com um movimento pequeno da minha varinha - Lilian acorda, o corpo se arqueia para o alto em busca de ar. ela se senta, vejo suas mãos trêmulas subirem até o pescoço.

- você é irritante. - digo. sua atenção se volta para mim, ela não diz nada, sua expressão está cautelosa, então resolvo continuar falando:

- não sinto muito por ter desmaido você, e você sabe disso. salvei sua vida, e estou me arrependendo. foi uma decisão idiota tomada em um momento de loucura da minha parte. se for começar a destilar seu veneno contra mim, fique à vontade. mas saiba que quando estivermos em Hogwarts, espero, desejo, que você se mantenha longe de mim, não irei responder por mim caso você me irrite, como vem fazendo desde o momento que nós nos conhecemos. - encaro os olhos verdes e ela me encara de volta. porém, quebro o contato visual quando escuto um barulho de aparatação lá fora. ando até uma das janelas, abro uma pequena fresta entre às cortinas. solto um resmungo de alívio quando vejo a figura do meu pai surgir no limite que marca nosso terreno. vejo-o repetir os mesmos movimentos que eu fiz com perfeição. corro em direção à porta da frente, abro-a, e saio correndo. escuto os gritos de James, Sirius, Remus e Lilian.

- o que aconteceu? - pergunto quando paro na frente do meu pai, ele me puxa para um abraço. não parece machucado, mas sei que algo de ruim aconteceu.

- Professor!? - quatro vozes gritam há um metro do lugar que estamos parados, meu pai me solta, e me encara com um grande ponto de interrogação na cara. dou de ombros, também não sei o motivo de ter salvado-os. na realidade, não sei se salvei eles de alguma coisa. os quatros chegam parto de nós, bombardeando meu pai com perguntas. me afasto um pouco.

- o que aconteceu? alguém se feriu? - Lilian questiona, a testa vincada.

- alguém... alguém morreu? - James pergunta. sinto vontade de revirar os olhos, não sou um monstro, mas também odeio o drama que todos fazem quando o assunto é morte. a vida mata, ela cria o cotidiano, os problemas, as intrigas, a morte, ela apenas recolhe os corpos. sou tirado de dentro dos meus pensamentos com o som de Sirius me chamando. sua mão está enroscada na minha.

- você está bem? parecia estar no mundo da lua. - meu olhar desce até nossas mãos. Sirius também olha para o lugar que eu estou olhando. pelo canto do olho, vejo que ele se espanta ao ver o que fez. engulo seco. a intimidade daquilo me pega desprevenido. largo sua mão, e evito os olhares dos outros três. meu pai estende o braço para mim, eu aceito.

- o que aconteceu lá? - estou curioso, ele percebe, um sorriso pequeno se desenha na expressão meio cansada.

- Tom Elvis Jedusor, "Je suis Voldemort", pelo menos é assim que o nome dele precisaria ser em francês para o anagrama que ele criou funcionar. em inglês, o nome dele é Tom Marvolo Riddle. é assim que ele se chamava antes de se tornar Voldemort.

com essas poucas palavras, consigo entender o que ele quer dizer. o tal lorde das trevas em pessoa estava naquela rua. talvez eu tenha salvado o quarteto de patetas irritantes da morte certa. e me salvado de uma morte certa.

- lutamos contra ele, graças à Deus que nenhum dos nossos se feriu ou morreu. mas, Seth, ele estava ali porque queria atingir você.
aliás, muito esperto da sua parte aparatar para cá. - concordo com ele, sob o ombro, olho para os quatro que estão nos seguindo há uma distância segura. o que seria esse sentimento que estou começando a sentir? ternura? por eles? até mesmo por Lilian?

em outros tempos, eu teria simplesmente largado esses três para morrerem. não, eu não precisava ter tirado eles da batalha. mas algo me diz que eu faria isso de novo.

chuto uma pedrinha. eu estava me sentindo errado, e com medo. por isso, durante os minutos seguintes, me mantive distante de todos.

meu pai enfeitiçou uma bota para torna-la uma chave de portal. acabo ficando entre Lilian e meu pai.

fecho os olhos quando o puxão familar nos leva para longe da propiedade da minha família.

...

paro em pé no chão do bar do meu tio, meu pai também. os outros caem de cara no chão. àquela hora o bar está completamente vazio, uma placa com letras garrafais escrita: fechado, está estendida lá fora.

pulo o balcão, e saio buscando uma cerveja amanteigada.

- Al? é você? - meu tio grita no andar de cima, escuto o barulho de um chuveiro se fechando.

- sim! eu, Seth e uns alunos que perderam o trem do expresso de Hogwarts! - meu pai grita. tomo um gole da minha cerveja, feliz por estar de volta no lugar em que tenho tantas boas memórias.

vejo Remus me olhando, a sobrancelha loira erguida. ofereço um gole para ele, que nega, corando.

- de todos os cenários em que imaginei te ver, nenhum deles era atrás do balcão do Javali sem cabeça, tomando uma cerveja amanteigada como se isso fosse a coisa mais comum do mundo. - James fala, e como estou me sentindo de bom humor, retruco:

- ah, é? e em que cenários você me imaginou? - coloco um ênfase na palavra você, não tenho a intenção de soar malicioso. mas gosto da forma como o rosto moreno de James se tinge de um vermelho profundo ao escutar isso. talvez ele não esperasse que eu fosse tão direto, e o ignorasse, bem, ruim para ele.

- Seth Dumbledore sabe ser legal? isso é algo novo. - Reviro os olhos, mas sorrio para ele, que sorri de volta.

- posso parecer um velho, mas sou jovem como vocês, idiots.

- é claro que sim, mas acho que você só consegue agir como um jovem raras vezes. não estou reclamando, é uma coisa legal. tirando a parte, é claro, na qual você é um puta rabugento. - James debocha, e eu respondo:

- sim, mas vocês gostam, e não adianta negarem. - não tenho ideia se eles gostam de mim ou não. mas de repente um silêncio se instala entre nós. e eu preciso dizer, nunca ouvi um silêncio tão alto.

pulo o balcão novamente, então me sento em uma das mesas do bar. minutos depois, meu tio aparece e me enche de abraços. me deseja boa sorte na seleção de casas, me aconselha.

quando partimos, sinto-me ansioso. uma coisa era enfrentar só quatro adolescentes chatos, outra muito diferente era enfrentar quase quinhentos alunos chatos.

mas resolvo deixar tudo isso para lá e me concentrar.

no caminho, percebo que James, Sirius e Remus me observam quietos. parecem querer conversar, mas saio andando o mais rápido que consigo ao lado do meu pai.

Seth Dumbledore Where stories live. Discover now