capítulo 10

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frase: Il n’y a pas plus sourd que celui qui ne veut pas entendre

significado: Mais surdo é aquele que não quer ouvir.

curiosidade de hoje: o canto da fênix aterroriza pessoas de coração impuro, mas para as pessoas de coração puro, o canto dela é algo incrível, que enche de coragem. ( expliquei de forma bem  blé, mas é isso aí)
amo vocês, bebam água, ok? 💅😭❤

À distância, vejo as inúmeras carruagens que levam os alunos para Hogwarts, são guiadas por testrálios. o fato de eu ser capaz de vê-los me assombra, somente quem já viu a morte, e a aceitou, consegue enxerga-los. os cavalos alados estão pastando tranquilos, esperando com paciência as pessoas que estão há quilômetros de distância dali, dentro do expresso de Hogwarts. 

— Para o que você está olhando?— Sirius para ao meu lado, está com um pedaço de chocolate na mão, provavelmente pegou de Remus. os outros continuam andando, meu pai lança um olhar na nossa direção, e sorri. balanço minha cabeça, e aponto com o dedo na direção dos testrálios.

— você não os vê? são testrálios. — uma expressão confusa cruza o rosto de Sirius, então continuo explicando:

— essas carruagens não se movem sozinhas, são puxadas por testrálios, cavalos alados, para a maior parte das pessoas eles são invisíveis. — cruzo os braços, me sinto desconfortável dando esses detalhes.

— Eles são invisíveis, mas você é capaz de ver eles. por quê? — ele leva o dedo manchado de chocolate à boca, esperando que eu responda. 

— descubra você mesmo, você nunca leu o seu exemplar de animais fantásticos!? — corro em direção aos outros, deixando Sirius para trás. sei que fui mal educado com ele, mas não iria reviver velhas lembranças para poder saciar a curiosidade dele — abro caminho entre Lilian e James, que estava andando lado a lado. acho que fui meio bruto porque na mesma hora Evans se irrita. 

— você é ridículo! se eu fosse sua esposa, iria envenenar o seu CHÁ! — sua voz sai esganiçada quando ela pronuncia a palavra "chá", finjo uma tosse para disfarçar que estou rindo. 

— se eu fosse o seu marido, com toda a certeza iria tomar esse chá! — respondo em francês, e continuo andando. ciente de que James e Remus estão segurando Lilian pelos braços. escuto Sirius dizer alguma coisa para os amigos. 

puxo meu pai para dentro da primeira carruagem que vejo. no momento em que nós nos sentamos, os testrálios começam a trotar pela estrada que vai em direção à escola. 

— Seth Dumbledore, o que foi aquilo? — cerro os dentes, e me sinto corar de vergonha porque fiz algo que geralmente não faria na frente do meu pai. olho para ele, tentando fazer o meu melhor olhar de cachorro abandonado. 

— desculpe, pai. eu não sei o que está dando em mim. meus nervos estão à flor da pele hoje. — hoje, e sempre completo em pensamento. 

— me prometa uma única coisa, ok? — ele faz uma pausa, esperando que eu confirme, e assim o faço, com um leve balançar de cabeça. 

— tente ter mais paciência em Hogwarts.

— mas as pessoas são irrirantes e burras, pai! — reclamo, me sentindo uma criança de cinco anos. bufo, e viro minha cabeça para o lado. 

— não, Seth, as pessoas não são burras, talvez sejam irritantes, mas até você é irritante de vez em quando. 

— você acabou de dizer que eu sou irritante? — encaro o homem ruivo, esperando uma resposta. 

— filho de peixe, peixinho é. — ao dizer isso, ele belisca a ponta do meu nariz, e sorri. 

— inacreditável. — cruzo os braços. 

Il n’y a pas plus sourd que celui qui ne veut pas entendre. — ele diz, sua voz se sobrepõe ao barulho da carruagem em movimento. faço uma careta, e mordo minha língua, meu pai é a última pessoa do mundo que eu gostaria de desrespeitar.

— você sabe que se chamou de irritante, não é? — meu pai ri, então me puxa para um abraço de lado. 

— se esqueceu que eu disse apenas "de vez em quando?"— reviro os olhos, não consigo ficar bravo com o meu pai, e nem ele comigo. somos uma família bem maluca, mas somos unidos. eu sou muito grato por ter um pai como o meu. sorrio, deito minha cabeça sobre o seu ombro. observando os contornos de paisagens que passam pela janela. 

chegamos há exatas três horas, estou na sala do meu pai, sentado em cima da cadeira dele, mexendo em seus instrumentos mágicos. às minhas costas, os quadros de diretores conversam animadamente, eles tentaram me incluir na conversa, mas quando viram que eu não iria responder, pararam de tentar. 

faço uma careta quando escuto o ancestral de Regulus falar dos maus costumes dos jovens de hoje em dia. 

com cuidado, desmonto um objeto que é capaz de detectar inimigos e o remonto novo em folha.

sorrio, animado, não perdi o jeito pelo visto. 

— viu isso, Faw? — olho para a fênix do meu pai, que está empoleirada ao lado do chapéu seletor. ela canta uma pequena canção para mim, me deixando completamente feliz, cheio de coragem para enfrentar tudo o que vier. escuto um farfalhar de asas, sinto as garras dela no meu ombro. faço um carinho nela com a mão. 

— você é uma garota linda, cuidou do nosso pai por mim? — pergunto, a fênix bica minha mão carinhosamente, tomo isso como um sim. 

desvio meu olhar na direção do relógio na parede. os ponteiros estão se movendo mais rápido do que eu imaginava. meu pai foi conversar com os outros professores em relação a mim, e aos outros quatros. dei graças à deusa por não ter tido de enfrentar os olhares curiosos. 

estar de volta à Hogwarts parece um sonho louco. sei que vou ver rostos conhecidos hoje à noite, mas vou ser um desconhecido para eles. é uma sensação estranha, libertadora, e triste pois existem pessoas que eu gostaria que me reconhecessem, amigos da época que fui Severus Snape. Regulus Black, Lucius Malfoy, e Narcisa Black Rosier. 

— vai ser difícil, vê-los de novo. — Faw esfrega sua cabeça na minha, como se dissesse: tudo vai ficar bem porque seu pai vai estar lá caso você desmorone. 

— você têm razão, obrigado. 

... 

Estou dentro dos aposentos que o meu pai usa em Hogwarts. troquei minhas roupas pelo uniforme da escola, a capa preta realça a cor de fogo dos meus cabelos. boto o chapéu cônico, e os óculos. arqueio as costas, ajeitando melhor a minha postura. 

faltam exatamente trinta minutos para os estudantes chegarem, serei selecionado junto dos primeranistas. 

me sinto em pânico, mas tento relaxar. 

escuto batidas na porta, e respondo um: entre. 

meu pai entra, está usando uma capa roxa berrante, e um chapéu roxo também. a combinação dessas cores em qualquer outra pessoa iria ficar estranha, mas nele... simplesmente fica perfeita. é como se o roxo simplesmente existisse para ser usado por Alvo Dumbledore. não é à toa que na antiguidade somente a nobreza usava essa cor. faz sentido ser uma cor usada por bruxos, e bruxas. 

— preparado? — faço que não com a cabeça, mas respondo: 

— estou tentando, acha que vou cair na sonserina? 

— Filho, eu nunca tive tanta certeza sobre algo. não existe qualquer casa que o represente mais que sonserina. 
antes de irmos, quero que você saiba que estou extremamente orgulhoso. — ele estende o braço para mim, e juntos, saímos, indo em direção ao salão principal. 

Seth Dumbledore Where stories live. Discover now