Corte de Chamas e Sombras

Capítulo 2

Eu estava cansada de tudo, andava em volta do lago chutando pedras e observando minha volta, os patos, as pessoas nas quais caminhavam alegremente, umas sozinhas, mas focadas, outras sorrindo para companhia ao lado em uma conversa acalorada. E eu estava apenas existindo. Até algo surgir no meio do meu caminho, algo que não estava lá a um segundo atrás, me fazendo tropeçar. Olhei para o objeto no chão, não era nada mais de que um livro velho, um livro muito velho. Caminhei em sua direção para pegá-lo quando senti um impulso, como se as batidas de meu coração tivessem se reprogramado. Então voltei um passo para trás.

"Mas que caralhos?"

Olhei em minha volta e todos andavam normalmente, como se não tivessem visto ou sentido nada, e talvez nem tivessem mesmo.

"Coisas da minha cabeça, apenas coisas da minha cabeça" pensei

Caminhei até o livro novamente para pegá-lo, senti a energia mais uma vez, mas a ignorei, colocando toda aquela sensação ruim de lado, para um canto do meu corpo e da minha mente, nas quais não reconhecessem a palavra medo. Até porque, por que sentiria medo de um livro?

Então ao tocá-lo senti. Senti algo percorrer meu corpo inteiro, queimando como fogo, dor agonizante, era o que eu sentia, a tentativa de gritar foi falha, pois logo após, não me lembro de mais nada.

...

Abro os olhos, em um despertar lento e doloroso, algo denso está a minha volta, não como água, talvez como sangue ou algo do tipo, busco por ar e o líquido então preenche meus pulmões, novamente aquela sensação de ardência, mas dessa vez só em minha região toráxica, busco o ar novamente, sabendo que não terei êxito. E então por fim me desespero. Olho para cima e vejo luz, mas não consigo sair de meu lugar, me debato até não ter mais energia para isso, e então levanto o braço na esperança de alguém me ajudar.

Era tarde demais...

...

Feyre

Surpreendentemente Amren sobreviveu, a retiramos do caldeirão assim que Rhys nos avisou. E graças a mãe, minha família está unida novamente. Estou abraçada ao meu parceiro, o macho no qual não aguentaria um dia viver sem, sem o sentir pelo outro lado do laço, ou completamente dentro de mim. Olho em volta, todos os Grão-Senhores de Prythian unidos, todos forneceram uma semente de seu poder ah Rhys, para salvá-lo. Até Tamilin, e apesar de tudo, nunca me sentirei tão grata por tal gesto.

Mas então algo desvia minha atenção, não só a minha, como a de todos naquela sala. Azriel não conteve um rosnar ao ver do que se tratava, mantendo uma postura de guerra, onde sua mão estava posicionada na reveladora da verdade, para atacar rapidamente o que quer que fosse. O caldeirão vibrou, o líquido no qual estava dentro do mesmo se agitou, e então de lá surgiu uma mão.

Olhei para Rhys com uma pergunta silenciosa, e esse só me balançou a cabeça em negação. Então Nestha, como se tivesse em transe se aproximou, dando auxílio aquela mão desesperada. A salvando.