Capítulo 23

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Envolvida pelo frio nítido do inverno, percorria as ruas encantadoras de Velaris, com meu fôlego visível no ar gélido. O solstício de inverno estava se aproximando, e eu estava determinada a encontrar presentes especiais para cada um dos meus amigos, que haviam se tornado minha família. Os passos ecoavam nas calçadas de pedra, enquanto eu absorvia a energia mágica que emanava da cidade.

Minha jornada me conduziu até uma pequena loja, cuja fachada parecia brilhar com uma luz misteriosa. As joias expostas nas vitrines cintilavam como estrelas congeladas, cada uma possuindo uma aura de poder mágico. Ao adentrar a loja, o ar ao meu redor parecia eletrificado, como se a própria magia do lugar estivesse me cumprimentando.

Os encantamentos entrelaçados nas peças eram visíveis apenas para aqueles que se permitiam enxergar além do óbvio. Minhas mãos tocavam com reverência as pulseiras que pareciam sussurrar segredos antigos, os colares que emanavam uma luz suave e os brincos que pareciam capturar a essência da noite estrelada. Cada joia era única, uma manifestação de poder.

O proprietário da loja, de olhar perspicaz, se aproximou e sorriu como se soubesse exatamente o que eu estava procurando. Ele começou a me contar histórias sobre as joias, revelando como cada uma estava conectada a um aspecto específico da personalidade e do destino.

Enquanto eu ouvia, meu coração parecia dançar em sintonia com os segredos da loja. Cada escolha, cada joia que eu segurava nas mãos, era uma sensação diferente. Eu sabia que, ao presentear meus amigos com essas joias, eu estava oferecendo a eles mais do que meros objetos, eu estava presenteando-os com uma conexão duradoura com o poder e a magia que eles compartilhavam.

Cada joia daquela, me lembrou alguém e fez com que meu peito se aperta-se em pura satisfação em saber que sairia daqui deixando algo meu com eles, fazendo com que se lembrassem de mim.

Guardei cada centavo que recebi de Rhysand, ele valorizava a contribuição de cada membro da sua corte. Ele entendia a importância de recompensar o trabalho duro e reconhecia a necessidade de me ajudar a me estabelecer em minha nova vida. Os valores que ele me pagava eram mais do que razoáveis, permitindo-me não apenas suprir minhas necessidades, mas também me proporcionar a liberdade financeira, por isso decidi guardá-lo, e expressar toda a minha gratidão dessa forma.

Caminhando para fora da loja com o coração ainda pulsando de emoção, uma suave brisa carregada de energia me envolveu, fazendo com que meus cabelos se movessem como um sussurro.

Minha atenção foi atraída de repente para uma única pedra preciosa, escondida entre outras peças em uma pequena vitrine próxima. Ela irradiava um brilho sutil, mas era como se um chamado silencioso reverberasse em minha mente. Meus passos hesitaram, meu olhar ficando fixo nela, como se ela tivesse algo a me contar.

Estendi a mão e peguei a pedra com uma sensação de expectativa, sentindo seu toque frio e liso contra minha pele. Ela parecia pulsar em resposta ao meu toque, como se estivesse ansiosa para compartilhar um segredo comigo. Enquanto eu a segurava, uma sensação estranha começou a se espalhar pelo meu corpo, uma mistura de excitação e apreensão.

Minha mente começou a se encher de imagens fragmentadas, como flashes de sonhos. Vi cenas de natureza selvagem, ventos sussurrantes e sombras dançantes. Pude sentir a ligação da pedra com as estrelas e a lua, como se ela fosse um elo entre mundos desconhecidos. Meus sentidos estavam em alerta, meu coração batendo mais rápido à medida que a verdade começava a se desvendar diante de mim.

Um calafrio percorreu minha espinha enquanto eu a olhava, uma compreensão lentamente se formando. Aquele objeto não era apenas uma joia mágica, ele estava conectado a mim de alguma forma.

Com a pedra ainda em minhas mãos, caminhei até o senhor atrás do balcão, podia sentir meus dedos congelando, porém, com suor excessivo escorrendo entre minhas mãos, assim como minhas têmporas e coluna. A força que ela emanava era gigantesca e quanto mais eu ficava com ela em mãos, mais a queria, me fazendo desfocar de toda a realidade.

Decidi me afastar da sensação, jogando-a sobre a mesa de forma abrupta.

- Se...será que o senhor poderia embrulhá-la para mim? Vou levá-la – Pedi quase com um sussurro.

- A Senhorita está bem? Prefere se sentar? – Disse com o olhar preocupado, logo o mudando para algo perdido, dizendo – Ao pegar essa pedra, você pegou um fragmento do desconhecido, uma centelha do poder que ainda não reconheceu plenamente. Abra os olhos da alma e verá o que realmente é.

Assenti, ainda perdida em meio a sensações e confusão, caminhando para fora daquele local, com algumas sacolas em mãos, decidindo passar em algum lugar para refrescar minha mente, na qual insistia em me pregar peças, sobre o que era real ou o que não era.

"Será que deveria comunicá-los?" Perguntei a mim mesma. "Talvez depois, não quero que saibam onde estive antes mesmo de entregá-los o que tanto procurei"

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⏰ Última atualização: Aug 16, 2023 ⏰

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