Corte de Chamas e Sombras

Capítulo 15

- Bom dia – Cantarolo adentrando a sala de reuniões de Rhys.

Hoje é meu primeiro dia com meu novo emprego oficial, e mal posso esperar para o que tinha para vir.

Os três machos Illyrianos estão próximos a grande janela, de braços cruzados conversando. Enquanto Feyre e Amren se encontravam sentadas as poltronas apenas existindo.

- Que isso meninas, mais animo, eu cheguei – digo me jogando no sofá.

- Graças a Mãe Green – Feyre levanta os braços em agradecimento. Amren revira os olhos.

- Mais uma ratinha de ego inflado. Anda passando muito tempo com Cassian menina – Olho para o General piscando.

- E você pelo humor, deve estar muito tempo sem dar, já que Varian voltou para a Estival – Todos me olham e eu me xingo mentalmente por ser tão boca aberta.

Rhys quase cospe a água que tomava enquanto todos nos olhava como um belo jogo de pingue pongue, quicando seus olhares entre mim, e ela. Porém Amren levanta levemente seus lábios.

Tics tics – Você anda muito abusada garota.

Evito dizer algo mais, porém me sinto mais aliviada por ela não ter ficado brava. Rhysand nos chama para que déssemos início a reunião. Então nos direcionamos ao entorno da grande mesa de pedra Onix na qual se encontrava no centro da sala.

- Vamos começar, a Corte Primaveril se tornou uma zona neutra, Tanlim não irá interferir em quem entra ou sai, agora que a muralha caiu, tornando os humanos presas fáceis para o que tínhamos desse lado, e para feéricos com más intenções – Feyre continua, e é incrível como um e outro se complementa.

- Porém, Eris nos forneceu alguns de seus soldados para que façam rondas pelo local, evitando com que entram ou saiam, por enquanto é o que pode ser feito. Temos também o problema com as Rainhas humanas, nenhum sinal até o momento, mesmo com Azriel cuidando de toda informação possível, ainda não conseguimos descobrir nada – O espião concorda, enquanto seu rosto não transpassava nenhum tipo de sentimento, a não ser culpa.

- O que pode ser feito agora? – Pergunto.

- Precisamos de alguém lá dentro, precisamos de um espião, um humano – Diz Amren

- Mas um humano é vulnerável, elas possuem poder agora, e sabe-se lá quais foram dados pelo caldeirão. É um risco, não podemos nos deixar ser descobertos agora. Nenhum humano fará um serviço no qual é meu, e morrerá por isso – Az se pronuncia.

- Acho melhor que Az fique por aqui, e deixamos com que elas nos de a primeira pista, soltem a primeira faísca de o que vão fazer, ou do que pode estar acontecendo. Acredito que seja melhor que deixemos com que elas deem o primeiro passo – Digo, a insegurança de não gostarem do meu conselho estava me sufocando, enquanto aguardava-os pensativos. Nunca imaginei estar tão nervosa assim para sentir que minha opinião também é válida, ainda mais agora, quando pessoas, ou melhor, feéricos, precisavam dela

- É uma boa ideia – Amren concorda - enquanto isso, juntamos soldados, fazemos acordo, e criamos poder.

- Estou com problemas no acampamento, mas nada que eu não possa resolver. O solstício está chegando, após ele, darei início ao treinamento de Guerra em novos guerreiros, e nos que sobraram – Cassian diz, e pela primeira vez o vejo sério. Ali estava ele, o General da Corte Noturna, um dos Illyrianos mais perigosos e mortal, com seus 7 sifões colados em seu traje de coro, no qual estava grudado em seu corpo.

- Realmente pode ser uma boa ideia, em todas as situações, sempre buscamos estar um passo à frente de todos, mas dessa vez esperar deve ser nossa melhor chance, melhor do que irmos cegos a uma guerra e acabarmos perdendo – Diz o Grão Senhor.

As próximas duas horas se passaram rápido, a ideia e discussão rendeu uma certa dor de cabeça, levando em conta que todas as cortes estavam com problemas por conta da Guerra, e que teríamos de ser bem drásticos em algumas ações quando se tratava de precisarmos da ajuda de Keir, o que de fato precisaremos em breve. Porém, o nosso maior problema nesse momento seria unir as cortes, e era isso que nos deixava exaustos.

- Cansado? – Digo caminhando até a poltrona na qual Azriel estava sentado. Sento-me no braço da mesma apoiando minhas mãos em seus ombros enquanto lhe acariciava.

- Um pouco, me sinto sufocado com esta situação, minhas sombras estão inquietas, elas sabem que algo está para acontecer e assim como eu, elas não estão felizes em não saber o que – o Espião então pousa suas mãos sobre a minha a tocando de maneira suave, enquanto as pontas de seus dedos acariciavam os meus.

- Tudo, eu digo tudo mesmo o que sei até agora, é que você é o melhor no que faz, porra, você é o Azriel, o Espião da Corte Noturna, eles não seriam nada se não fosse você, essa corte precisa você, e tenho certeza de que são totalmente gratos por telo, por que você daria sua vida por ela... E tenho certeza, de que quando chegar a hora, você saberá o que fazer, mesmo que seja tarde, você dará a volta por cima, e irá conseguir. As chances, de alguém vencer você, ou vocês – digo apontando a todos daquela sala – São mínimas, porque além de terem, poder, e não vou negar que é muito, vocês também possuem isso – Digo apontando com minha mão livre para seu coração – E é isso, que fará com que ganhem essa, e mais tantas outras guerras que vierem. Todos vocês, são um só, e isso é lindo, e poderoso.

Feyre olha para seu parceiro, e eu sinto nesse momento que ambos estão se comunicando, não por mente, e sim por sentimento, e gratidão de terem um ao outro, assim como Cassian, no qual se sentou ao lado deles dando sua mão a Grã-Senhora em forma de conforto, ou como Amren na qual se sentou afastada de todos, e suavizou seu semblante deixando com que seus pensamentos voassem até um lugar de conforto, ou alguém, eu sinto.

- Obrigada por estar sempre comigo, obrigado por apesar de tudo que te fiz, ainda estar aqui, obrigada por ser minha melhor amiga.

- Onde mais eu estaria?! – O abraço.