Capítulo 12

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O sol no qual atravessava uma fresta da cortina, batia em meu rosto. Mesmo com o frio lá fora, a casa mantinha-me aquecida. Levanto da cama e caminho até o banheiro, lavando meu rosto na pia. Descido por mim mesma que hoje meu dia começaria bem, e para ajudar, um bom banho enfim iniciaria meu dia. O vestido ainda cobria meu corpo, de forma que ao tirá-lo, marcas formavam pela minha pele, dado ao aperto de algumas partes, porém isso não me incomodou, quando mergulhei em minha banheira, molhando-me por completa.

Estiquei minhas mãos até o xampu de morango, hortelã e canela no qual havia ganhado de Mor, e então lavo meu cabelo, por fim me ensaboo com o maravilhoso sabonete de amêndoas no qual havia roubado de Cassian.

Se eu tinha inveja daquele Macho? Com toda certeza, ele poderia lutar em mil guerras que sua pele continuava macia, e cheirosa, que mulher não teria? Então aproveitei de um momento no qual o mesmo não se encontrava e adentrei seu quarto, subtraindo desse esse maravilhoso sabote. Claro que ele sabia disso, dado ao fato de que no mesmo dia quando adentrei a sala de jantar, esse respirou profundamente, dizendo:

- Pestinha!

Saio do banho, me secando rapidamente, deixando com que algumas gostas ainda escorresse por meu corpo, me direciono a porta do guarda-roupa, batendo com os dedos em meu queixo.

- O que usar? – Pergunto a mim mesmo.

Porém opto por uma calça larga e preta na qual subia até minha cintura, e uma camisa simples que mais estava para um cropped. Me olhando ainda no espelho, coloco os únicos acessórios no quais eu tinha, um colocar em prata, com um pingente de turmalina, no qual havia ganhado de minha mãe, pequenos brincos de ponto de luz, e minhas pulseiras nas quais combinavam com o material do colar. Avisto a maquiagem em cima de minha cômoda, mas a ignoro, sentindo-me confortável estando assim.

Caminho então em direção a porta, hoje iria permitir me juntar a quem quer que fosse, hoje eu tomaria um café da manhã reforçado, e daria início a qualquer tarefa que me dessem a cumprir.

O cheiro de panquecas me guiava até a mesa de jantar, então para lá me dirigi. Ao chegar no local avistei Azriel e Cassian sentados a mesa comendo silenciosamente.

- Bom dia – Cantarolei me direcionando a mesma e me sentando de frente ao Encantador de Sombras, e ao lado do General no qual estava sentado a ponta da mesa.

- Olha só quem apareceu – Diz Cassian, se levantando e fazendo uma reverencia exagerada. Az revira os olhos para ele.

- É sempre bom fazer uma aparição diante de meus súditos – Digo estendendo o pano de minha calça e agradecendo – Não posso deixar com que se sintam abandonados.

- Não sabe à honra minha Senhora – Completa o moreno, dou um tapa em seu braço, rindo de sua encenação.

Azriel continua em silencio, apenas nos observando, porém, decido me direcionar a ele.

- Como passou a noite? – Ele então reseta, piscando os olhos para mim, percebendo que a pergunta havia sido para ele.

- É, muito bem. Precisava descansar, as vezes é bom se ter uma cama – Bom, muito bom, ele havia falado mais que duas palavras.

Concordo, servindo-me com frutas, panquecas, geleia e um delicioso chá. Quando dou por mim já encontrava-me encostada sobre a cadeira, querendo a todo modo abrir os botões de minha calça nos quais não existiam.

- Pela mãe, preciso de roupas novas, veja, essas não me cabem mais – digo irritada.

- Você precisa é comer menos – Diz Cassian – Pelos Deuses, cheguei a pensar que pegaria comida de nossos pratos – Seus olhos estavam arregalados. Azriel gargalhou, e pela primeira vez vi seu sorriso, verdadeiro e genuíno. Peguei-me o encarando, quando recebi um chute por de baixo da mesa do macho ao meu lado.

- Aí – Grunhi, me sobressaltando da cadeira.

...

Estávamos em frente a lareira, Cassian deitado, esparramado pelo grande sofá, eu sobre a poltrona, segurando uma xicara de chá, nas quais esquentavam minhas mãos, e Azriel escorado na janela mais próxima, limpando sua adaga.

- Ele não relaxa por um minuto? – Digo baixo para Cass no qual apenas nega com a cabeça.

Estava-me sentindo entediada, havia prometido a mim mesma que hoje seria um grande dia, então pulei do sofá.

- Vamos passear! – Ambos me olharam, evitei me encolher sobre seus olhares – É sério, vamos, vamos, nós vamos passear, preciso conhecer a cidade, e nada melhor do que vocês dois para me apresentar.

Cassian se ergueu levantando os ombros, como se aceitasse, direcionando seu olhar a Az no qual revirou os olhos mais uma vez, e concordou.

- Mais animação meninos, porque hoje o dia será uma criança.

Pedi para que a casa trouxesse uma blusa para nós, quando sobre o sofá elas apareceram, coloquei a minha na qual me adornava de um pelo macio, tive vontade de me aninhar a mesma e me deitar ali mesmo, porém espantei esse pensamento, agarrando os braços de Cass, e travando por um momento antes de agarrar os de Az também e os levar até a varanda.

- Com quem eu vou? – Perguntei.

- Boa sorte – Disse o General levantando voo e acenando para Mestre Espião.

Por dois segundos fiquei olhando para a cara de Az com medo de que o mesmo desistisse, então esse me estendeu os braços, e eu quase gritei de emoção.

O voo foi suave, nada parecido com o de Cassian, não havia brutalidade na forma como batia as asas e nem pressa, era calmo, como se ele quisesse desfrutar de cada momento no ar. Respirei profundamente sentido o gelo adentrar meus pulmões, mas junto dele pude sentir o cheiro de névoa, limão e canela no qual Az exalava. Os pelos do meu braço se arrepiaram, e pude notar um meio sorriso no rosto macho, no qual estava escondido pelas sombras.

Pousamos sobre a rua da cidade, muitos Feéricos de todos os tipos passavam a nossa volta, e todos nos olhava com um sorriso no rosto, como se tivesse gratidão por tudo que os dois nos quais me acompanhavam havia feito por eles. Dou voltas e mais voltas sobre meus calcanhares, admirando o lugar, porém dessa vez de perto. Cass se pronuncia.

- Por onde quer começar Monstrinha?

- Me surpreenda – Digo grudando no braço de ambos novamente – Então viro para Az inclinando minha cabeça – Sinto muito, mas vai ter que me aguentar emozinho.

- Maldita hora em que pedi desculpas – Ele sibila baixo, me arrancando gargalhadas.

Corte de Chamas e SombrasWo Geschichten leben. Entdecke jetzt