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Martín

A água morna escorre por meu corpo, enquanto enxáguo meus cabelos, terminando de tomar meu banho, e por fim, passo a toalha sobre meu corpo e a prendendo na cintura.

Penteio os cabelos, passo desodorante e aplico um pouco de loção pós-barba, visto uma camiseta polo preta simples e uma bermuda jeans de lavagem escura, calço sapatos confortáveis e puxo minha mala, indo ao hall do apartamento que aluguei em Nova York.

Coloco em meus bolsos, celular, carteira, chaves e documentos, e por fim aperto o botão, chamando o elevador.

— Vamos para casa, Martín. Chega dessa vida comandada! — Digo a mim, olhando para o espelho. — Chega dessa mulher que me tira a liberdade. — relembro a noite anterior em que Cynthia Bianchi entrou em meu apartamento exigindo mil coisas sobre moda e uma reserva num restaurante caro para jantar, quando na verdade, eu queria comer uma pizza e ver um filme legal.

Cynthia é uma boa pessoa. Jovem e trabalha com agências de modelo e marketing, ótima profissional, mas um tanto exigente em relacionamentos, acho que não combinamos.

Pois, mesmo sendo de uma família de renome e possuindo um vasto capital financeiro, gosto da simplicidade e viver de um modo leve.

Cyntia por outro lado, veio de uma família um pouco mais inferior, segundo ela, e por isso, ela queria e deveria ter sempre o melhor. Eu discordo, acho que a ambição fala muito mais alto.

O elevador chega e eu adentro a cabine, em poucos minutos, chego a portaria vendo Cynthia na saída e ergo uma sobrancelha, tentando entender o que ela faz aqui.

— Olá, Martín! – A morena de cabelos ondulados saúda 

— Cynthia? — Assopro totalmente confuso com a sua presença.

— Tudo bem? Aonde você está indo? Pensei de nós sairmos para um brunch. — ela desembucha me observando com um sorriso.

— Tudo bem! — Afirmo elevando um pouco o tom de voz — Estou indo embora, voltar para a Itália como eu havia dito ontem! — Incito a palavra ontem, com os olhos levemente saltados.

— Ainda com essa história? — Ela dá uma risada um tanto seca para o meu gosto — Esquece isso, Martín, foi apenas um mal entendido, vamos tomar um brunch e tudo segue como está! — Diz procurando minhas mãos, mas eu rapidamente cruzo os braços.

— Cyntia, querida Cynthia — Digo um tanto desacreditado— Nós não combinamos, entenda meu bem, eu sou um cara mais livre, sabe? Leve e simples. Não combinamos e acho melhor não levar isso adiante.  — Tento dizer de modo suave

— E por minha causa você vai voltar para a Itália? - Cynthia responde em um tom pomposo.

— O quê? — Dou risada — claro que não! Eu vim para Nova York com um objetivo, no meio do caminho nós nos conhecemos, eu terminei meu objetivo e como podemos concluir que nós dois não funcionamos, eu estou voltando. Entende? — enceno os processos com as mãos.

— Bom, tudo bem, podemos ser amigos? A jovem insiste.

— Claro! — Ufa! Acho que ela entendeu— Penso.

— Ótimo, então vamos para o brunch! —  Ok, ela não entendeu! Suspiro.

— Não, querida! O meu táxi acabou de chegar — eu nem sei se chegou — Penso— Estou indo agora. Adeus! Digo me afastando e entrando no primeiro táxi que me aparece.

— Até logo! — ouço ao fundo a voz esganiçada dela.

Talvez ela não fosse tão normal quanto eu pensei.

Uma CEO inalcançável.Where stories live. Discover now