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Martín

Depois de quase três horas e meia, um pouco atrasados por conta do trânsito, acabamos indo direto para a filial sem nem se quer passar no hotel. Juli apenas se certificou de avisá-los sobre um check-in no período da tarde.

- Vamos entrar direto pelo andar da presidência e vamos descendo, sei que parece meio coisa de filme, mas nesse primeiro momento a intenção é não sermos vistos. - Julieta explica assim que conseguimos estacionar no prédio da filial.

- Por que não entramos do primeiro ao da presidência? - Pergunto querendo sanar minha curiosidade.

- Assim que entrarmos, as secretárias dos andares das de baixo vão avisar as de cima.

- Nossa, bem pensado! - Parabenizo por todo este plano.

- Obrigada, vamos? - Ela pega sua bolsa e abre a porta.

- Vamos. - Saio do carro.

Entramos na cabine, quase como dois agentes do FBI, olhando ao redor para ver se fomos notados e travando as portas nos dois andares que o elevador tentou parar.

Assim que chegamos à presidência, notamos um pequeno corredor, assim como na Delvecchio's central e no canto duas mesas, uma mais pomposa e outra um tanto simples.

Uma moça muito bem arrumada está na mesa mais chique e uma jovem, na mesa mais simples.

- O que faremos agora, Juli? - Sussurro me sentindo em um filme de ação.

- Vamos aguardar, uns dez minutos, e aí descemos andando pelas escadas - Ela sussurra de volta.

- Cadê ela?! - Ouvimos uma voz grossa ecoar e observamos um homem sair da sala da presidência.

- Ele está te chamando, Angelina. - A secretaria pomposa diz com desdém mascando um chiclete.

A jovem se levanta com uma expressão tímida e vai até o homem.

- Este era um dos assistentes da recepção, não entendo como ele chegou a gerência tão rápido. - Juli sussurra.

- Olhe para isso! Está uma porcaria! - O homem mostra o papel e quando a jovem se aproxima para ler a folha ele esfrega a folha no rosto dela.

No mesmo instante, olho para a outra secretaria e noto seu riso escondido, me enchendo de revolta.

- D-desculpe. - A menina de cabelos ondulados e castanhos escuros, abaixa a cabeça. - Irei refazer, senhor.

Que horror! Parece que ele é um rei e ela uma pobre escrava.

- Estou saindo, quero doze cópias deste documento até eu voltar, caso contrário, adeus ao estágio!. - O homem a empurra, fazendo a garota tropeçar em seus próprios pés quase indo de encontro ao chão, mas consegue por um momento recobrar o equilíbrio e se manter de pé.

- Já podemos dar um jeito nele? - digo em fúria.

- Tchau, gatinha! - O sem vergonha pisca para a secretária que faz caras e bocas.

- Vamos! - Juli me puxa em direção as escadas e ficamos observando o andar que ele aperta, sendo dois andares abaixo em que estamos.

Descemos como loucos quatro lances de escada e assim que abrimos uma fresta da porta, notamos o elevador abrindo e o mesmo cara saindo.

- Olá, Senhorita Rosa! - Ele diz em um ar irônico com uma senhora de cabelos grisalhos. - Se lembra que faltou sem justificativa na semana passada?

- Eu trouxe o atestado, senhor Paschetto - A senhora diz aflita.

- Mas eu não considerei justificativa, me deve algo e hoje vai pagar, mande flores para essa senhora aqui, faça um bom recado, caso contrário pode passar no rh, você sabe bem para quê.

Uma CEO inalcançável.Where stories live. Discover now