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Martin

Olho para Julieta, sentindo meu coração acelerado, sem acreditar em suas palavras. Ela está escondida,somente com os olhos de fora, que brilham como os de um gato sapeca.

— Como é? — Repito e me arrumo no sofá para olhar para Julieta, que continua escondida no cobertor.

— Juli. — Cutuco seu ombro. —  Juli, venha aqui e repita. — Dou risada me aproximando e puxando-a pra perto.

Julieta fica se esquivando e se escondendo no cobertor, rindo e se divertindo com o meu desespero.

— Vamos, repita o que disse para o meu coração. — bagunço seus cabelos  e faço cócegas em seu pescoço.

— Meu coração já se apaixonou! — Ela sussurra mas não deixa de me olhar nos olhos.

Abro um pequeno sorriso, ainda sem acreditar, sem tirar os olhos dela. Ajeito seu cabelo atrás da orelha.

— Ah! Julieta, como faz isso com meu coração?! — Puxo ela para meus braços e capto seus olhos novamente.

Ela me olha com um sorriso tímido, ergue sua mão e se aproxima do meu rosto, fazendo um suave carinho em minha pele, descendo a mão e contornando meus lábios com o indicador.

O sorriso não sai do seu rosto e seus olhos brilham como se fizesse um silencioso pedido, que compreendo e mesmo tendo um pouco de receio de avançar, diante dos recentes acontecimentos, eu me aproximo mais do seu rosto ao ponto de sentir sua respiração sobre mim.

Toco seus lábios com os meus de modo leve e suave,  como estão nossos sentimentos nesse momento, o beijo se aprofunda, nos completando eu a abraço com carinho, puxando-a para o mais perto possível.

— Você é muito especial, senhorita compacta. Obrigada por ganhar um espaço nesse coração —  Acomodo ela com carinho, que sorri se encolhendo no meu colo e ficando quietinhos vendo o filme.

Sem demorar muito seus olhos pesam e eu noto seu cansaço, deve ter sido difícil aguentar tudo sozinha e eu sei que ela deve ter uma porção de coisas a me contar.  Decido que sempre que eu puder, vou me esforçar para dividirmos, ela não precisa carregar tudo sozinha.

Seus braços me envolvem e eu continuo observando cada detalhe seu, fazendo suaves carinhos, noto o rosto avermelhado pelos tapas, olho para o pé que continua bem inchado e vermelho, os cabelos úmidos que foram puxados tantas vezes. Tanto sofrimento sozinha. Faço cafuné em seus cabelos e assim me permito dormir.

Acordamos por volta de meio-dia, enrolados um no outro com o som da televisão de fundo.  Julieta por cima de mim com seus olhos verdes brilhantes me olhando com um jeito preguiçoso,  mas divertidos.

— Bom dia, senhorita descabelada! — Faço graça e beijo sua bochecha vermelha e em seguida, seus lábios, rindo do bico emburrado que ela faz.

— Bom dia, senhor cara amassada! — Ela devolve com jeito debochado, sem fazer menção alguma sobre se levantar.

— Você que está aí, toda inchada! — Dou risada e a abraço. — Descansou um pouquinho? — passo a mão sobre seus cabelos.

— Sim, um pouquinho, mas meu pé está doendo muito, desde madrugada. — Ela olha para o pé que continua bem inchado.

— Vou trazer o seu café, seguimos para o hospital e depois para su casita! — Informo e ela afirma feliz.

Uma CEO inalcançável.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora