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Nota da autora: A música na descrição foi a inspiração desse capítulo. Se possível recomendo que leiam ouvindo ela.

Julieta

- Bom, já está decidido! - Digo depois que Martín sai apressado da sala. - Reunião encerrada! - Sentencio notando o olhar ácido de Cynthia.

- M-as...- Ela tenta insistir,mas Gabrielle é rápido e tira a amiga de cena.

A sala esvazia e respiro fundo massageando as têmporas.

O que foi isso? Minha mente martela, deixando meu coração angustiado.

Me levanto, olho as horas em meu relógio quase dezoito horas. Hora de ir para casa e depois o ensaio! Suspiro um tanto cansada desse mau negócio.

Junto minhas poucas coisas, tablet, canetas e alguns papéis,e caminho para a minha sala. Me sinto subitamente desanimada. Arrumo minhas coisas e entro no elevador ignorando tudo e todas.

Um tanto grosseiro? Sim! Mas me sinto tão cansada.

Dou partida no carro, com o pensamento longe e, em uma reflexão profunda e interna. O que aconteceu? Porque estou assim? Repenso batucando os dedos no volante.

Os olhos dela! O jeito, ela me tratou com um pouco de inferioridade! Foi isso, sim. Mas por que ela agiu assim?

Suspiro pensativa, buscando ter foco na estrada.

- Mas o que? - Olho ao redor percebendo que peguei a rodovia saindo do centro, seguindo o caminho da nossa casa de veraneio. - Tudo bem, acho que preciso, eu não quero ir ao ensaio e também não quero ir para casa, não vou conseguir esconder essa tristeza das meninas. - Sussurro a mim mesma enquanto guiava o carro tranquilo pela rodovia.

Abro as janelas, deixando a brisa noturna invadir o ambiente e tocar suavemente meu rosto, balançando as pequenas mechas soltas do meu cabelo.

Passo por uma loja de conveniência e estaciono indo em busca de um bom vinho que seja doce e suave, não gosto, mas acho que é um bom momento, compro chocolates e olho as horas. Sete e dez.

Pego meu celular e envio uma mensagem às gêmeas avisando que irei à casa de veraneio, buscar algumas coisas.

Antes de voltar ao carro, meu telefone começa a tocar e noto o nome de Andrea no visor, recuso a chamada e sigo em direção ao carro.

Volto ao carro e sinto novamente a brisa leve a me guiar. Sorrio ao ver a pequena estradinha, a direita e entro com cuidado. Ao fim dela é possível ver nossa casa, com uma pequena lâmpada ligada ao fundo.

Um casal gentil de amigos, cuidam dela, deixando-a sempre pronta para essas escapadas.

Ao me aproximar da casa, procuro no porta-luvas o controle do portão e, com um pouco de esforço, o encontro e adentro na propriedade.

Estaciono próximo a porta principal e observo ao redor. Tão linda! Como sempre!

Sorrio enquanto recolho minha bolsa e as compras da loja de conveniência. Subo os poucos degraus que levam à varanda e procuro no meu enorme molho de chaves, a desta casa.

Abro a porta e uma lufada de ar morno, com o cheiro dos meus pais. Meu coração aperta.

- Ah que saudade de vocês! - Meus olhos lacrimejam, formando pequenas lágrimas no canto dos olhos

Tiro os saltos, deixando no cantinho ao lado da porta, tranco a porta e acendo as luzes.

- Eu amo esse lugar! - Giro nos calcanhares enquanto observo os velhos e lindos sofás floridos, em tom vinho, o enorme tapete fofinho, sobre o delicioso assoalho avermelhado e quentinho.

Uma CEO inalcançável.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora