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Julieta — Segunda-feira

Sorrio para o espelho do closet, enquanto passo um pouco de blush nas bochechas, lembrando da sensação do beijo e dos carinhos de Martín em minha bochecha. Não é muito certo isso, mas  não consigo deixar de lembrar e sorrir.

Fico repassando tudo, como foi bom o final de semana e me fez recarregar as baterias, mesmo com o jeito dele de me perturbar, seu lado alegre e extrovertido me fizeram muito bem.

Prendo os cabelos em um rabo de cavalo alto, com alguns fios soltos na frente, um pouquinho de perfume e observo meu reflexo no espelho.

Uma blusa de tricot grossa de gola alta branca, uma saia evasê em verde militar e botas pretas brilhantes  de cano curto¹, passo um batom vermelho fechado nos lábios e pego minha bolsa preta.

Entro no carro depois do café mais corrido da história, já que meu avô estava em jejum para uma exame de rotina e as gêmeas se atrasaram, o que fez com que elas enfiassem qualquer coisa na boca e saíssem correndo.

Dirijo tranquilamente por Milão, batucando os dedos no volante, ansiosa por essa segunda feira, como será com o Martín pelos corredores da empresa? Suspiro manobrando o carro entrando na avenida principal.

Depois de vinte minutos, estaciono o carro e saio notando Martín do outro lado fazendo o mesmo. Ele pela primeira vez está um pouco mais formal, o que o deixa muito bonito.

Ele veste uma camiseta preta, calça jeans de sarja escura, um blazer preto e sapatos pretos. Em seus ombros está uma pasta e ele dá uma olhada no celular.

Aproveito o momento para sair do carro, buscando fazer o máximo de silêncio possível, seguindo para a cabine do elevador.

Aguardo pacientemente a porta se fechar, torcendo para ele não entrar, respiro fundo buscando me acalmar olhando fixamente para a porta que começa se mover e antes de se fechar completamente, volta a abrir quando Martín enfia sua mão sobre o vão.

Droga!

— Julieta! Bom dia! — ele diz contente e eu dou um passo para o lado, dando lhe espaço.

— Bom dia! Você chegou cedo.  — Pontuo.

— Finalmente vou conhecer a empresa, preciso estar pontual. — Martín alfineta puxando minha cintura em tipo de abraço de lado, ele deixa um beijo casto em minha bochecha. — Fugindo de mim, senhorita Julieta? — Faço careta ao saber que ele percebeu. — A propósito, você está muito bonita hoje.

— Obrigada, agora pode me soltar — Faço uma carranca e ele me solta rindo. — Finalmente você está mais formal.

— O meu formal. — Incita sorridente.

A porta do elevador se abre no térreo e eu ergo uma sobrancelha, mirando o painel que está com destino ao décimo quinto andar.

Uma mulher de estatura mediana, com cabelos castanhos presos em um coque e roupas simples adentra de uma vez.

— Bom dia. — Ela diz um tanto acanhada. — Desculpe meus modos, mas vocês sabem como encontrar a senhora Delvecchio? Eu preciso de ajuda! Ninguém queria deixar eu subir, não tenho hora marcada, mas preciso falar com ela.

— Bom dia! — Início me posicionando de modo firme. — Prazer, sou Julieta Delvecchio. — Sorrio brevemente.

— Puxa vida! Mil perdões pelos meus modos. — A senhora se agita fazendo gestos. — É que fui demitida injustamente, preciso de ajuda.

— Entendo, vamos conversar na minha sala. — Olho para ela e para Martín que se mantém atento a tudo.

O elevador após alguns segundos abre no andar correto, saímos os três em direção ao corredor.

Uma CEO inalcançável.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora