Capítulo 6 - narração

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   O cheiro familiar de Rafe contra o meu nariz faz meu peito apertar, apesar de eu não saber exatamente o porquê

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O cheiro familiar de Rafe contra o meu nariz faz meu peito apertar, apesar de eu não saber exatamente o porquê. Não, isso é mentira. Eu sei exatamente o porque estou nervosa e tem tudo a ver com voltar para casa depois de um ano.

   Eu não deveria estar tão receosa em ir para Outer Banks porque aquele é meu lugar favorito do mundo, mas eu não posso evitar. É como se eu tivesse deixando toda a tranquilidade de estar no continente para me enfiar numa situação onde eu não tenho ideia de como as coisas vão ser.

   Eu não sei quando (ou se) meus pais irão.

   Eu não sei como os pogues, mesmo Sarah e John B, os únicos com quem mantive contato, vão agir comigo depois de tanto tempo.

   Eu não sei se vou encontrar JJ.

   Apesar de ter me mudado achando que as coisas ficariam mais fáceis, parece que eu só piorei toda a situação, e que agora é tarde demais para voltar atrás.

   — Boa viagem, Estrelinha. Tenta não surtar — Rafe deixa um beijo na minha testa, se despedindo com um sorriso.

   Eu solto seu corpo e saio do abraço, assentindo com a cabeça com um sorriso irônico.

   — Não posso prometer nada.

   Eu respiro fundo, desejando mais do que nunca que ele tivesse aceitado ir comigo porque, nesse momento, entrar no aeroporto sozinha e ficar a viagem inteira só pensando em tudo que pode dar errado me parece uma péssima ideia.

     Rafe dá um tapa leve na minha testa e entra de novo no carro, que saiu só porque eu insisti muito que ele deveria me abraçar. Como estou bastante adiantada, eu fico olhando enquanto ele liga o carro e ajeita a marcha. O menino deve sentir meu olhar ainda sobre ele, porque me encara com a sobrancelha arqueada.

   — Olha, Kie, eu não sou muito de dar conselhos. Ainda mais de graça, mas vou abrir uma exceção para você.

   Pronto. Nem preciso saber o que é para abrir um sorriso descrente.

   — Ah, você vai?

   — Sim, cala a boca e escuta — ele respira fundo e se inclina para a janela, como se fosse ficar mais perto de mim, então, com toda a seriedade que existe naquele corpo, ele continua — Tente só sair do avião quando ele já estiver pousado.

   Eu não queria rir, juro que não, mas não consigo esconder a risada (de decepção) que me escapa. Rafe sorri como se estivesse orgulhoso da péssima piada que fez.

   — Jura? Tá feliz por essa merda? — eu implico.

   — Ah, cala a boca. Me avise quando pousar.

   Eu assinto com a cabeça antes de acenar em despedida para ele. Dessa vez, meu melhor amigo realmente vai embora sem mais conselhos ruins ou o apelido que eu odeio, e eu me viro para entrar no aeroporto.

   Ao mesmo tempo que estou super nervosa, eu não vejo a hora de estar de volta em casa.

Christmas wishes and Mistletoe kissesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora