Capítulo 58 - narração

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   Quando dá umas quatro da tarde, todos já estão alimentados e de volta a casa Cameron

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Quando dá umas quatro da tarde, todos já estão alimentados e de volta a casa Cameron. Sarah afrouxou o olhar de cerimonialista há apenas algumas horas, quando deixou a primeira dupla (Cleo e Pope) saírem para almoçar. Depois disso, JJ pediu para que ele acompanhasse John B. Na minha frente.

Ele estava fugindo de mim, não tem um recado mais óbvio.

Não sei se foi pelo melhor amigo ou por estar tão concentrada na decoração que nem se importou, mas Sarah deixou os dois irem e tirou toda a minha ideia de falar com ele quando nos afastássemos.

Depois, veio minha vez com Rafe. Eu nem estava com fome e, na verdade, só conseguia pensar em como falar com JJ se ele não parecia nenhum um pouco à vontade com a ideia de falar comigo. Meu melhor amigo me obrigou a tomar um cappuccino antes de que voltássemos a casa dele, e é só isso que me mantém em pé até agora.

Eu estou terminando de arrumar a enorme árvore de natal do hall de entrada, um pouco maior que uma sala, e o primeiro lugar a se pisar quando entra na casa Cameron. Tem uma mesa com um livro de assinatura, pequenos cartões, canetas e três urnas onde as pessoas podem escolher uma das instituições que eu e Sarah ajudamos a pré-selecionar.

Só por esse cômodo eu já quero chorar. Não é querendo ser convencida, porque eu fiquei responsável pela decoração dele praticamente sozinha, mas está incrivelmente lindo. Com a árvore, piscas-piscas, bolas vermelhas, folhas enroladas no corrimão da escada e, é claro, um ramo de visco pendurado sobre a porta aberta que leva até a sala de jantar. É tudo o que eu mais amo.

Ao mesmo tempo, não tem nada pior do que a lembrança de que, mesmo que eu tenha ajudado em grande parte da decoração da Ceia, minha casa não viu nem uma árvore de Natal esse ano. Estava esperando meus pais chegarem para montarmos em família, só Deus pode dizer o motivo. E, bem, agora eu nem sei se ainda estão vindo.

Eu respiro fundo, me recusando a pensar neles e ficar triste agora. Principalmente porque se eu ficar triste, vou desacelerar no que estou fazendo, e Sarah vai odiar.

Parece que é de propósito. No momento em que eu decido que não quero mais pensar nisso, JJ passe pela porta encarando o celular. Não é segredo que eu esteja aqui, porque estou há um bom tempo nessa função, mas ele parece tão concentrado no que lê que não se incomoda com a minha presença.

Ótimo. É exatamente a oportunidade que eu queria.

- JJ - eu chamo. Seus olhos parecem me procurar por alguns segundos antes de focar na minha figura atrás da árvore de natal. Então suas sobrancelhas se franzem e ele bloqueia o celular. É a minha vez de falar, percebo. Como não tinha planejado nada para depois de chamá-lo, eu falo a primeira coisa que me vêm à mente - Pode me ajudar numa coisa?

Ele hesita, parecendo pensar. Eu respiro fundo enquanto assisto ele tomar a decisão e guardar o celular antes de vir até mim. Achei que ele fosse parecer irritado, resignado, magoado ou qualquer coisa. Mas ele parece normal. Só não querendo a minha presença.

Christmas wishes and Mistletoe kissesWhere stories live. Discover now