Capítulo 63 - narração

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   É estranho e diferente estar nervoso para encontrar Kiara, porque ela é a pessoa com a qual eu sempre estive confortável sendo eu mesmo, e além de aceitar, ela parecia gostar

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É estranho e diferente estar nervoso para encontrar Kiara, porque ela é a pessoa com a qual eu sempre estive confortável sendo eu mesmo, e além de aceitar, ela parecia gostar. Ainda assim, aqui estou eu, com as palmas das mãos suadas por cima do vento gelado do litoral, segurando com firmeza uma caixa de papelão enquanto torço para que ela tenha ouvido a campainha tocar e venha abrir a porta.

Eu olho novamente para o conteúdo da caixa, várias bolas vermelhas e aqueles troços verde de enrolar nas coisas; decorações de Natal para fazer uma surpresa, como se o fato de eu estar aqui não fosse patético o suficiente. Felizmente, não tenho muito tempo para me sentir um idiota antes que ela abra a porta.

Kiara tem os olhos vermelhos, o cabelo num coque e um pijama curto cobrindo seu corpo. Completamente diferente de como estava na Ceia, há menos de uma hora, mas continua incrivelmente bonita. Suas sobrancelhas se franzem como se ela estivesse surpresa em me ver.

- JJ. O que tá fazendo aqui? - sua voz soa um pouco arranhada quando pergunta.

Eu dou de ombros e aponto com a cabeça para a grande caixa em minhas mãos. Seu olhar é atraído para o objeto e ela quase nem disfarça quando se aproxima para espiar o que tem dentro.

- Achei - me interrompo, sem saber muito bem o que falar. O que eu estou fazendo aqui é uma boa pergunta. Tentando consertar as coisas, talvez? Eu umedeço meus lábios antes de continuar - Bom, eu estive aqui ontem e não vi nenhuma luz piscando. Achei que fosse querer decorar a casa. Você gosta tanto desses troços.

Kiara não parecia estar esperando isso, e abre um sorriso que demonstra tantos sentimentos que eu me recuso a tentar decifrar, mas que faz minha respiração se alterar mesmo assim. Seu olhar tem um brilho diferente agora, mas não tenho tempo para reparar nisso, já que ela se afasta da porta e me dá espaço para entrar.

Ando diretamente até o sofá para apoiar a caixa sobre ele. Então me viro para a menina com as mãos enfiadas nos bolsos da calça preta que uso. Diferente dela, eu não tive tempo de trocar de roupa, então ainda estou vestido da mesma forma que na ceia.

Kiara, que estava me observando cuidadosamente, agora fecha a porta da casa e anda até mim. Nenhum de nós se atreve a falar algo agora, muito provavelmente porque não sabemos direito o que falar. Eu devo pedir desculpa por ter saído correndo como um covarde? Ou sei lá, perguntar se ela tinha certeza sobre aquilo que disse? Talvez devamos só ignorar a situação difícil como fizemos quando ela chegou. Afinal, o Natal já está batendo na porta e eu não quero que estejamos brigados quando a noite virar.

Acho que fiquei calado tempo demais, porque é ela quem decide. Kiara para na minha frente e dá outra olhada no que eu trouxe antes de respirar fundo.

- Olha, eu sei que não... - eu seguro sua mão e nego com a cabeça, como se dissesse para que ela ficasse quieta. Com uma sobrancelha arqueada e uma expressão um pouco contrariada, a menina aceita minha interrupção.

Christmas wishes and Mistletoe kissesWhere stories live. Discover now