Capítulo 32 - narração

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    Okay, acho que minha resistência à bebida está menor do que eu me lembrava

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    Okay, acho que minha resistência à bebida está menor do que eu me lembrava. Porque em condições normais, eu não estaria tão tonta depois de cinco latinhas. Tá bom, seis ou sete. Na verdade, ninguém está contando, certo?

   O fato é que eu estou consideravelmente mais tonta do que deveria e, nesse momento, já não acho mais Cleo ou Sarah há pelo menos trinta minutos. Eu não acho que elas teriam saído de casa e me deixado sozinha com JJ. Bom, não achava, pelo menos não até pensar sobre isso direito, porque me parece totalmente algo que elas fariam sim.

   Droga.

   JJ está sentado na rede, envolto por uma nuvem de fumaça com cheiro amadeirado quando eu volto para o lado de fora da casa, depois de rodar entre os dois quartos para ver se achava as meninas. Uma péssima ideia, porque eu acho que odiaria a cena que teria visto se as tivesse encontrado.

   Eu arqueio a sobrancelha sem conseguir evitar o sorriso quando me aproximo.

   Não vou repetir o que disse mais cedo em voz alta, porque ele claramente não gostou de ouvir, mas parece que nada mudou desde que saí. Ele está mais bonito, é claro, e nós dois estamos diferentes na maior parte do tempo. Mas ainda somos os mesmos.

   Isso me traz um alívio que não deveria sentir, mas não consigo evitar. Talvez, se eu tivesse mais tempo, se não precisasse voltar para o continente, ele me perdoaria.

   O loiro me olha por alguns segundos enquanto a fumaça se dissipa, parecendo pensar. Seus olhos denunciam que já não é a sua primeira tragada, mas que ainda não está tão chapado. Talvez um pouco bêbado, como eu, mas não tenho certeza.

   Depois do que parece uma eternidade, ele estica o baseado que segura. Eu acompanho seus movimentos com o olhar, tentando decidir se devo ou não aceitar, mas rápido o bastante para ele não se arrepender de oferecer.

   — Ainda tenho que voltar para casa — comento.

   Os olhos dele ficam presos em mim. Não sei se sua mente já está rodando mais devagar ou se agora ele pensa mais nas coisas que diz, mas demora alguns outros segundos antes que ele responda:

   — Eu te levo.

   Eu sorrio, aceitando o baseado bem bolado e o levando aos lábios. Já tem algum tempo desde a última vez que fumei, porque é mais difícil do que parece conseguir isso no continente. Então, trago devagar, só conseguindo segurar a fumaça dentro de mim por pouco tempo.

   Me sento numa das cadeiras de praia que John B trouxe aqui para fora da casa, puxando uma tragada mais longa antes de responder:

   — Você deve estar pior que eu.

   Ele deixa que sua cabeça caia para trás até estar deitado, e então se ajeita devagar para poder continuar me olhando. Eu me estico para devolver o baseado. Só por isso, consigo ver o pequeno sorriso em seus lábios.

Christmas wishes and Mistletoe kissesWhere stories live. Discover now