Capítulo 8 - narração

841 59 10
                                    

   Puta que pariu

Hoppsan! Denna bild följer inte våra riktliner för innehåll. Försök att ta bort den eller ladda upp en annan bild för att fortsätta.

Puta que pariu.

É possível que eu tenha sido atropelado por um caminhão mesmo sem ter saído da casa de John B ontem? Porque parece muito que eu fui. A porra do meu corpo inteiro dói e eu não me lembrava de beber tanto assim.

Okay, talvez eu tenha bebido, mas foda-se.

Tateio o lado da cama e a pequena mesa de cabeceira em busca do meu celular, resmungando alto quando não o encontro. Eu não faço a menor ideia de que horas tem ou quanto tempo eu dormi, então me forço a levantar para descobrir essas coisas logo.

Meu primeiro destino fora do quarto deveria ser o banheiro, mas Pope e Cleo estão olhando para mim com um sorriso quando deixo o quarto. Aparentemente eu interrompi alguma conversa divertida, ou talvez a graça seja meu estado completamente acabado depois de ontem.

Incrivelmente, eles parecem bem. Bem do tipo fui-em-casa-e-tomei-banho. Minhas sobrancelhas se franzem automaticamente e eu luto com a sensação de que chupei uma toalha a porra da noite inteira para poder perguntar:

— Cara, que horas são agora?

Pope ri da minha confusão e olha no relógio aparentemente caro, mas eu sei que é uma réplica que seu pai importou.

— Já passa das cinco — ele e Cleo riem outra vez — Velho, que horas tu foi dormir?

Eu balanço a cabeça pros lados.

— Sei lá, mano. Já tava de manhã, eu fui surfar quando o sol nasceu.

Agora é Cleo quem me olha chocada, mas tenho certeza que vi uma leve excitação correndo seus olhos. Ela é das minhas.

— Tu surfou bêbado?

Eu dou de ombros como se não fosse nada demais. Pelo pouco que eu me lembro, eu não consegui ficar em pé na prancha nem pela metade do tempo. E talvez metade da sede que eu sinto agora seja porque bebi muita água salgada, mas isso é detalhe.

— Cês vão ficar? Preciso de um banho.

Cleo assente com a cabeça ao mesmo tempo que Pope fala:

— Vamos esperar JB e Sarah.

— Beleza, então. Marca um dez, já tô de volta.

Não espero pela resposta deles, apesar de poder jurar que ouvi um "pode demorar mais, ta fedendo mais que o John B" que me deixou consideravelmente ofendido.

***

Graças aos céus, a água fria, de algum jeito, me ajudou a relaxar o corpo e tirar aquela sensação terrível de pós bebedeira. Depois de uns cinco minutos debaixo dela e quase o mesmo tempo escovando os dentes, eu me sinto novo em folha.

Eu deixo o banheiro secando o cabelo com uma toalha que achei ali. Pope e Cleo já não estão mais na sala, o que me faz revirar os olhos.

Só queria voltar a me jogar na cama porque sinto que poderia tranquilamente voltar a dormir. Mas preciso achar meu celular. Uma mania idiota que peguei depois de tantas vezes perder ligações do meu pai dizendo que precisa de mim.

O pensamento quase me faz revirar os olhos sozinho e eu cedo a essa paranóia e tento procurar na sala, onde também não o encontro. Mas que porra? Se eu perder essa merda, não sei nem o que eu faço.

Desistindo da falha tentativa de achar por mim mesmo, eu tento seguir a risada escandalosa de Cleo, que me leva até lá fora. Eles estão deitados na rede de costas para mim, conversando algo que eu não faço questão de tentar entender. Até que...

Bom, até escutar o nome dela.

Foi Pope quem disse e, apesar de eu ter ignorado totalmente o início da frase, não consigo interromper o assunto antes de entender sobre o que estão falando, então fico ali, parado na porta enquanto escuto.

— ... a Kie, não sei nem como vai ser encontrar ela depois de tanto tempo.

Mas o que..?

Eu até tento ficar calado ali escutando, mas eu nunca fui realmente bom em controlar meus impulsos, então ignoro o peso no peito e me aproximo deles.

— Vai viajar, Pope?

Cleo é a primeira a se virar para mim, apertando os olhos numa careta enquanto solta um palavrão. Essa é a resposta que eu preciso, mas mesmo assim paro de secar o cabelo e bagunço os fios enquanto encaro a dupla com uma sobrancelha arqueada.

Pope não parece nada a vontade quando revira os olhos para mim e respira fundo, já cansado daquela conversa antes mesmo de ela começar. Ótimo, eu não queria ter ela também.

— Não. Eu... ela tá vindo pra cá — ele se dá mais um tempo antes de terminar — Por causa do Natal, e você sabe, é a data favorita dela.

Foda-se. Eu acho que esqueci como respirar.

Kiara vem nos visitar. Não, ela vem visitar a cidade que ela dizia que amava mas abandonou na primeira chance. Vem visitar talvez os amigos que ela fez questão de continuar falando, o que mal inclui Pope e Cleo porque ela também resolveu ser uma filha da puta com eles.

Ela vem visitar a cidade porque é seu evento favorito, mesmo depois de ter perdido o meio do ano, quando as tartarugas põem os ovos na praia e ela passava dois meses indo todos os dias. Na maioria me convidando com ela.

Ainda assim, ela não vem me ver.

Não que isso importe, é claro. Eu definitivamente não quero ver ela também.

Acho que para não deixar o melhor amigo sozinho, Cleo se remexe e vira para mim, continuando o assunto.

— John B e Sarah foram buscar ela.

Eu assinto com a cabeça, bagunçando o cabelo outra vez e fingindo que a nova informação não fez o meu corpo inteiro voltar a ficar tenso.

— Vocês viram meu celular? Preciso vazar e não to achando ele.

— Não vai ficar?

Eu reviro os olhos como se a resposta fosse óbvia.

— Porra, não. Não to afim de participar da festinha de "bem-vinda de volta" de vocês.

A menina repete o meu gesto, tirando meu celular do bolso e me esticando. Eu não preciso nem desbloquear o aparelho para saber que eles provavelmente estavam falando sobre isso no grupo e eles queriam evitar que eu visse antes da hora.

Bando de cuzão também.

— Não seja um babaca, JJ — ela diz, desviando da minha mão quando eu faço a menção de pegar o celular.

— Pode deixar.

Christmas wishes and Mistletoe kissesDär berättelser lever. Upptäck nu