Capítulo 17 - narração

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   Sem a menor sombra de dúvidas, apesar de ter muita coisa que eu amo em Outer Banks, o Natal é minha coisa favorita

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Sem a menor sombra de dúvidas, apesar de ter muita coisa que eu amo em Outer Banks, o Natal é minha coisa favorita. Pensei nisso enquanto ainda dirigia até a cafeteria, quando vi a maior parte das lojas enfeitadas com pisca-piscas, papais noéis e bengalas doces.

Mas, quando cheguei na casa de Sarah e fui recebida com a loirinha já prestes a ficar doida graças a madrasta, eu tive ainda mais certeza. Porque Rose, apesar de ser uma boa pessoa na maior parte do tempo, consegue ser bem irritante e, ainda assim, eu não podia estar mais feliz.

Nem o fato de eu não ter estado aqui na ceia do ano passado foi um grande problema. As mulheres Cameron fizeram questão de me explicar com detalhes quem tinha faltado e o porquê, quem não seria mais convidada por ter arrumado briga e me deixado completamente a par do que aconteceu durante minha ausência para que agora eu planejasse tudo da melhor forma possível. E foi incrível.

Eu e Sarah passamos o dia inteiro enfurnada na sala de jantar de Tannyhill fazendo exatamente o que ela me descreveu, mesmo que em ordens diferentes. Às vezes, nós duas estávamos vendo os lugares de cada convidado - o que nos rendeu uma pequena conversa antes de colocarmos o de Rafe, porque ela tem quase certeza que o irmão não virá. Outras, eu desenhava o planejamento da decoração enquanto ela lia a descrição de cada instituição para onde os fundos podem ser doados, ou eu dividia o orçamento para o buffet e ela decidia se a toalha da mesa seria branca ou vermelha.

Apesar de ser uma "festa" Kook e de ser oferecida por Ward e Rose, a Ceia não tem um orçamento exagerado ou é feita para demonstrar o quão ricos são, como a maioria dos outros eventos do Figure 8. É só o Natal, da forma que tem que ser. Alegre, chamativo, com biscoitos de gengibre e uma casa cheia de pessoas que talvez não se gostem no resto do ano, mas que vão apertar as mãos e desejar algo bom um para o outro.

No final do dia, quando o sol já começava a se pôr, Sarah se jogou numa das cadeiras e disse que já não aguentava mais. Eu também estava cansada e a maior parte da checklist que Rose nos deixou estava marcada como concluída, então eu e a loira nos despedimos.

Agora estou aqui, pegando o caminho mais longo até em casa só para poder passear por Outer Banks. A sensação é boa e, mesmo que eu esteja doida para tomar um banho e comer alguma coisa, não quero voltar para casa.

Quero ficar na rua, deixando as janelas abertas e indo até perto do mar para sentir os ventos frios do início da noite contra o casaco fino que peguei antes de sair. Talvez, encontrar o píer que eu costumava ir quando mais nova e observar os últimos minutos do céu laranja antes do sol se pôr completamente. Então, mesmo sozinha, eu vou manter o sentimento bom dentro de mim.

Isso faz sentido. O suficiente para que eu realmente o faça e vire algumas curvas pelo caminho que eu conheço tão bem que nem mesmo um ano longe me fez errar. E, assim que eu chego no início do píer, como se me recepcionasse com um cumprimento saudoso, uma moto grande e preta estacionada de qualquer jeito. A moto de JJ.

O reconhecimento me deixa sem ar por longos segundos e minha mente começa uma discussão irritante entre o porquê que eu não deveria fazer isso e o porquê eu quero tanto. De longe, sei que as razões contra ganharam. Eu não deveria continuar entrando no píer por uma caralhada de motivos e todos eles me dizem o quanto eu seria egoísta se fosse atrás dele depois de ele ter fugido da minha presença na casa de John B ontem.

Mas, a conversa com Sarah me vem à mente. E eu decido que preciso falar com ele, mesmo que um ano atrasada. Talvez ele me jogue na água, eu definitivamente mereceria, mas acho que vale a pena tentar.

Então estaciono o carro de qualquer jeito, o nervosismo dando um nó na minha garganta e comprimindo a boca do meu estômago a cada passo que me atrevo a dar. Tenho mais ou menos uns trinta segundos para pensar em algo decente a dizer - é pouco tempo.

Mas mesmo que eu tivesse tido uma hora para me preparar, ainda não conseguiria lidar bem com o que vejo.

JJ está em pé, apoiado na grade do píer, com uma das mãos na costela enquanto ele parece fazer bem mais força do que deveria ser necessário para respirar. Tem uma garrafa vazia de cerveja presa pelo gargalo entre os dedos da mão livre e eu acompanho ainda sem reação enquanto ele a leva até a boca. Quando bebe todo o líquido, ele faz menção de jogar a garrafa longe.

O movimento parece ser demais, porque ele perde o equilíbrio. É nesse momento que eu não controlo meus impulsos e corro até ele, segurando seu braço na intenção de o dar apoio caso ele realmente fosse cair. Não tenho tempo de reparar muito bem, mas tenho certeza que há um filete de sangue escorrendo de seu supercílio e uma marca vermelha na bochecha. Eu sei muito bem o que isso significa.

O loiro parece se assustar com a minha presença - com o fato de ser eu, especificamente -, e se desvia do meu toque com tanta força que tonteia outra vez e me faz engolir o nó na minha garganta.

Mas isso não doeu nem metade do que dói quando seus olhos encontram os meus, e parecem transbordados com tantas emoções que é difícil acompanhar. Raiva. Mágoa. Decepção. Saudade.

Ele é o primeiro a desviar o olhar, revirando as orbes azuis e travando o maxilar como se fosse difícil continuar olhando para mim. Eu não deixo que isso me impeça de dar um passo em sua direção e estique a mão para limpar o sangue que escorre ao lado de seu olho.

Tento ignorar a pontada no peito quando JJ desvia como se não quisesse meu toque e vire o rosto para o lado contrário, até que eu já não veja mais. Foda-se, não estou tentando recuperar seu amor e nem nada.

— Droga, JJ, me deixe te ajudar.

Posso escutar o menino respirando fundo. Ele espera alguns longos segundos até me olhar de novo, e passa a língua nos lábios antes de falar.

— Não sei se quero sua ajuda.

A frase machuca de um jeito que me faz desviar o olhar para que ele não possa perceber. Ainda assim, tento não parecer tão afetada quando respondo:

— Não me importo. Vou te levar para casa.

Ele é rápido de um jeito que eu não imaginei:

— Não. Porra, não vou voltar para lá agora.

Se passam três segundos até que eu entenda. Não quer voltar para a própria casa, obviamente. Como se eu não soubesse quem é a única pessoa que o deixaria assim, com machucados no rosto e nenhum sinal de luta nas mãos. Eu reviro os olhos.

— Para a minha casa, JJ. Vou te levar para a minha casa.

Seu olhar encontra o meu outra vez, se demorando ali por alguns segundos. Dessa vez, não há todos os sentimentos transbordando, apenas dúvida. E, depois de alguns segundos, um suspiro alto.

— Foda-se, tanto faz.

Christmas wishes and Mistletoe kissesUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum