Capítulo 13

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(POV LEXIE)

Uma vez ouvi dizer que a fé operava milagres e desde lá, sempre tive isso em mente. Milagres médicos existem. Sendo adoradores do altar da ciência, cirurgiões não gostam de acreditar que milagres existem, mas eles existem. Coisas acontecem e não podemos explicá-las nem sequer controlá-las, mas elas acontecem. Milagres acontecem na medicina.

Acontecem todos os dias.

Quando o monitor cardíaco voltou a marcar o ritmo do coração de Mark, eu e Jackson nos olhamos simultaneamente, pensando que isso era loucura.

Aquilo era impossível.

Imagine então, o que nos ocorreu quando, segundos depois, a atividade cerebral de Mark começou a apresentar um funcionamento normal. Um funcionamento que permanecia inexistente nos últimos cinco meses.

"Lexie?" – Jackson me chamou.

Eu o olhei e ele pegou minha mão puxando-me para perto da cama de Mark, a fim de presenciarmos o impossível. Em um minuto, Mark Sloan estava tendo uma parada cardíaca, morrendo... e no minuto seguinte, suas pálpebras se mexiam enquanto seus lábios se contorciam levemente. Eu peguei sua mão e a mesma exerceu uma leve pressão sobre a minha.

"Mark?" – eu perguntei.

Lentamente, a imensidão azul do mar revelou-se em seus olhos semiabertos.

"Você está me ouvindo? Você está me vendo?" – minha voz estava trêmula.

"Add..." – ele murmurou.

"O quê? O que você está tentando falar? Jackson me ajuda com isso." – eu falei e ele me ajudou a tirar o tubo que se encontrava dentro da boca de Sloan.

"Mark, sou eu, Lexie." – eu sorri.

"Addie... Addison?"

Eu parei.

"Não, sou eu, Lexie."

"Eu... eu não sei... Eu quero a Addison. Cadê a Addison?"

Senti um choque violento percorrendo meu corpo enquanto minhas pernas perdiam a força; com a visão desfocada por causa das lágrimas comecei a cambalear por meio da multidão que se encontrava no quarto e saí daquele lugar.

"Alguém chame o Shepherd, agora." – ouvi a voz de Jackson soar apreensiva lá dentro enquanto eu me afastava cada vez mais. Depois de alguns metros parei de me esforçar e simplesmente deixei-me desabar, sendo corroída por tudo que me assombrava.


(POV MEREDITH)

Era quase meia-noite quando o pager de Derek começou a tocar; o dispositivo estava do meu lado da cama. Eu tentei ler a mensagem, mas a luz do aparelho quase me cegava; rapidamente, Derek o arrancou de minha mão e ao ver a mensagem saiu em disparada pelo quarto.

"Derek?" – eu perguntei quando ele estava colocando seu sapato.

"É o Mark."

Aquilo me pegou de surpresa, a essa altura do campeonato, nós não esperávamos mais ter notícia alguma de Mark; a não ser o comunicado de que os aparelhos tinham sido desligados, e isso só deveria acontecer em quatro semanas...

Antes mesmo de Derek fechar a porta, foi a vez do meu pager tocar. A mensagem era simples e clara: 911 – Lexie Grey.

Senti meus sentidos falharem.

Primeiro Mark?

E agora Lexie?

O que estava acontecendo naquele hospital?

Meant to be | Slexie [FINALIZADA]Where stories live. Discover now