10. Baby, baby, I feel crazy

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Chegava as três da tarde quando Harry se encontrava exausto e preso por correntes. Sentado no chão da cabana sem suas roupas, com apenas um pano para lhe ajudar a se cobrir.

A lua ficaria cheia por sete ou oito dias e Harry estava conformado por entender que era necessário continuar naquela situação humilhante.

Depois da terceira noite de transformação seu corpo parecia destruído e por esta razão, Sirius optou por pedir ajuda. Não era seguro que o corpo de Harry respeitasse apenas a lua cheia que saia no céu, eles precisavam de esforços para que o rapaz assumisse o controle do seu poder.

- Mas por que a senhora Weasley? - Harry perguntou com o cenho franzido. - Não é perigoso? Posso machucá-la sem querer.

- Não se preocupe. Estarei aqui com vocês o tempo inteiro. - Sirius falou abaixando a frente de seu filho.

- Mas pai...

- Harry, me escute, Molly é uma bruxa. - falou e Harry abriu os olhos, arregalando-os.

- Uma bruxa? - Harry perguntou assustado. - Como, uma bruxa?

- Sim, Harry. Eu sei que isso parece estranho, mas ela é ótima no que faz e no dom que foi lhe dado.

- Estranho? Pai, eu estou me transformando em lobo a dias consecutivos, tentando fazer com que isso seja normal. Acho que isso pode ser tranquilo.

Sirius não estava com animo para sorrir, mas mesmo assim deixou transparecer um leve sorriso.



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Harry foi deixado sozinho, amarrado naquelas correntes e já nem sabia quanto tempo havia se passado desde que Sirius saiu de lá.

Ele riscava o chão com um pedaço de pedra quando ouviu a porta ranger, quando fazia sempre que era aberta.

- Finalmente pai. - Harry falou antes de levantar a cabeça. E como não teve vozes nem nada, levantou o rosto.

Não era seu pai.

Draco Malfoy estava de pé a sua frente, com as mãos no bolso da calça preta e cara que usava.

- Que situação desagradável. - Draco falou vendo as correntes presa nos pulsos, tornozelos e até mesmo pescoço de Harry.

A situação era bem pior do que Draco podia imaginar. Ele nunca tinha visto como um lobo era tratado depois de sua primeira transformação e agora sabia o quão diferente era.

- O que faz aqui? Ficou maluco? - Harry perguntou erguendo-se do chão e enrolando o pano ao redor de sua cintura.

- Quis saber se tinha chegado bem, mas não consigo ter uma boa resposta vendo como se encontra nesse momento. - Draco respondeu calmamente.

Harry nem sabia porque ele estava tão calmo. Era até irritante. Mas seu pai havia falado que sua irritabilidade se tornava mais forte ao ser um novo recém formado.

- Você não deveria estar aqui. - Harry falou sério, ignorando tudo que Draco tinha dito. - Meu pai logo estará de volta. Então dê meia volta e saia daqui.

- Não se preocupe comigo.

- Quem disse que estou preocupado com você? - respondeu rapidamente e fez Draco sorrir.

"Por que está sorrindo?" Harry pensou, e por fora, apenas estreitou o olhos para Draco.

- Seu pai está colhendo ervas. - Draco falou.

- Como sabe disso? - Harry perguntou e logo surgiu mais questionamentos. - Como soube que eu estava aqui? Anda me espionando?

- Ouvi sua mãe dizer para uma amiga... Tonks... ou algo assim.

- POR QUE VOCÊ ESTAVA PERTO DA MINHA MÃE? - Harry gritou tentando se aproximar de Draco, mas sendo impedido pelas correntes.

- Uou... - Draco falou se surpreendendo no quando aquelas correntes eram fortes. - Eu não vou machucar ninguém. Acalme-se.

- Como posso fazer isso, uma vez que você é um vampiro?

- E você um lobo, garoto. - Draco respondeu rapidamente. - Você é forte como eu ou qualquer outro vampiro. Qualquer um de nós pode machucar alguém e ao contrário do que você pensa, não irei.

Harry não sabia porque, mas acreditava no que Draco dizia.

Em nenhum momento sentia medo ou achava que ia ser mordido e morto por ele. Foi então que o questionamento voltou a sua mente, e resolveu que deveria procurar por respostas.

- Por que me ajudou? Diga-me a verdade. - Harry falou e Draco caminhou até o banco de madeira, sentando-se.

- Senti que você precisava de ajuda. - respondeu com simplicidade.

- Sentiu? - Harry perguntou com uma mistura de confusão e surpresa. - Você estava no meio da chuva, em uma madrugada e resolveu me ajudar porque sentiu?

- Isso parece inusitado, compreendo. Mas não poderia deixar de ajudar um garoto naquelas condições. Você estava em sofrimento, por isso não lhe dei as costas.

- Mesmo sabendo que poderia machucá-lo?

- Não machucou.

- Mas eu poderia. - respondeu Harry rapidamente.

- Pelo menos seria eu, e não uma pessoa normal, sem culpa de nada.

Harry ficou ainda mais surpreso e não sabia o que pensar a respeito. Por isso continuou em silêncio por alguns poucos segundos. Já que logo resolveu o que poderia falar.

- Nem todos os vampiros são assim... um ou alguns deles mataram meu pai... então... não entendo como você pode não ser como os outros.

- Você mesmo acabou de dizer que nem todos são iguais.

- Então por que está no meio disso? Como se tornou um deles?

Aquilo saiu da boca de Harry antes mesmo de pensar se deveria ou não entrar em um assunto pessoal com Draco. Mas diante do que ambos já sabiam, logo achou não ter problema.

Antes que Harry obtivesse respostas, viu Draco olhar rapidamente para a porta. Como se ouvisse algo.

- O que foi? - Harry perguntou no mesmo instante em que Draco ergueu-se do banco de madeira.

- Preciso partir, Potter. - ele disse com certa pressa. - Foi bom ver e saber que continua vivo.

Harry franziu o cenho mais uma vez e Draco lhe deu as costas sem nem mesmo esperar que fosse respondido.

- Não... - Harry falou, mas sua voz saiu baixa demais.

Então repetiu rapidamente, antes que Draco fechasse a porta atrás de sí.

- Não! Draco!

- Seja rápido, menino lobo. - Draco disse abrindo a porta e encarando Harry que desta vez, não se importou com o apelido ruim.

- Espero que consiga ajudar mais pessoas e continuar sendo diferente daqueles sanguessugas.

Draco fitou o outro por mais um segundo e antes de correr dali - sumindo da vista de Harry - o garoto poderia jurar ter visto um leve e pequeno sorriso em seus lábios, fazendo com que ele acabasse sorrindo também.

Quando já estava de volta em sua residência, Draco encarava o teto deitado sobre sua cama pensando no que Harry havia dito.

Depois de horas questionando-se sobre tudo, Draco decidiu o que faria com a sua eternidade.

"Fico lhe devendo uma, Potter" pensou.





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I Don't Wanna Live Forever - ᴅʀᴀʀʀʏWo Geschichten leben. Entdecke jetzt