Depois de tomar café e estudar, eu sempre ia pra um lugar que era um pouco afastado do jardim, eu não brincava como as outras crianças, eu gostava de desenhar e observar. A única pessoa com quem eu brinco é o papai Hazz, mas ele nem sempre tem tempo pra mim. Sempre que tava sozinho eu desenhava, lia alguns livros ou ficava falando sozinho.
Sentei embaixo de uma árvore e peguei o meu caderno de desenho e o meu lápis, eles foram presente do Papai.
O que eu ia desenhar agora?
Com a ponta do lápis sobre o papel minha mão foi escrevendo sozinha na folha. O que tá acontecendo? Eu não tô fazendo isso, n-não consigo controlar!
Depois que na folha completou a frase "Eu ainda estou aqui, amigo." minha mão parou de se mexer sozinha.
Quem tá aqui comigo?
- Olá? - perguntei olhando desconfiado ao redor. - Quem tá aí?
Novamente a minha mão começou a se mover sobre o papel escrevendo mais alguma coisa.
"Eu sou sua amiga, Freddie. Meu nome é Haley."
- Haley? - perguntei encarando o papel sem acreditar no que tava acontecendo - O que é você, Haley? Um fantasma?
"Sou uma garota que precisa de um amigo."
Escrevi na folha.
- Ah... então vamos ser amigos, Haley! - digo sorrindo sem saber pra onde olhar - Você é invisível? Por que eu não consigo te ver?
- Olha só, o moleque agora tá falando sozinho! - Jorge e seus três amigos idiotas apareceram atrás da árvore me dando um baita susto.
- Será que ele tá vendo coisas depois da porrada que a gente deu? - disse um dos babacas rindo da minha cara.
Eu resolvi tentar ignorar a presença deles e sair dali o mais rápido possível. Peguei rapidamente o meu caderno e saí andando.
- Calma aí, pirralho! - Jorge me puxa pela camisa fazendo eu derrubar o meu caderno no chão.
- Me solta! Eu vou contar pro papai! - respondo furioso.
Os quatro começam a rir da minha cara e um deles me pega por trás segurando os meus dois braços.
- Me larga! - gritei me debatendo.
Jorge se aproximou de mim e puxou o meu cabelo fazendo a minha cabeça tombar para frente. Enquanto eu gritava de dor ele ria sem parar. Começou a dar vários socos na minha barriga, um atrás do outro até me fazer cuspir sangue.
- O pirralho já tá querendo arregar! - disse um outro amigo que estava ao seu lado rindo e assistindo tudo.
O garoto que me segurava me larga e eu caio de cara na grama.
- Você é bem fraquinho, Freddie, mas é bom de bater. - disse o mesmo que em seguida chuta as minhas costas me fazendo gemer de dor.
"É por isso que o inferno é tão agitado."
Ouso a voz de um homem ao fundo, parecendo animado com seu sotaque debochado. Eu virei lentamente a minha cabeça e vi que ele estava parado em uma posição descontraída, olhando pra gente de forma divertida.
- Olha só, o papai veio defender o bebê chorão. - disse Jorge, se aproximando lentamente do homem.
- Ou é seu namoradinho, Freddie? - perguntou um dos idiotas.
- Vai pro inferno! - o mesmo chuta o meu rosto, fazendo o meu nariz sangrar.
"Boa ideia."
- Então, cuzão, o que você vai fazer? Veio proteger o seu namoradinho? - perguntou Jorge, frente a frente com o homem.
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il appartient au diable
Mystery / Thriller"O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui."- William Shakespeare Ou Onde Anne styles não acreditava naquele jogo estúpido, é sem saber acabou vendendo seu único filho homem para o diabo. Essa fanfic trata se de uma ideia espirada de uma...