•.¸♡ Capítulo 21 ♡¸.•

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POV CHRISTOPHER

_ Eu sou mesmo obrigado a usar isso? – digo olhando para o smoking preto que estou usando.

_ Lamento dizer, mas sim. É um casamento cara, não dá para ir de chinelo e bermuda – diz Richard.

_ Estamos parecendo os homens de preto isso sim – comenta Erick e caímos na gargalhada.

_ Melhor írmos se não vamos chegar atrasados – diz Zabdiel e partimos.

Hoje é o tão esperado casamento do Walter e dessa vez o caminho até sua casa é rápido e tranquilo. Entramos e de imediato começo a procurar Natalie por todo o lugar, mas sem sinal dela quando Clara nos leva até nossos lugares. Várias possibilidades se passam pela minha cabeça e a que prevalece é a possibilidade de que ela não tenha vindo já que também não vejo Daniel por aqui.

Acordes de uma canção começam a soar pelo recinto e ao me virar de costas lá está Natalie ao lado de seu pai. Ela está usando um belo vestido tomara que caia preto com uma fenda do lado esquerdo, os cabelos estão presos em um coque e a maquiagem é suficiente para realçar seu olhar.

_ Vai querer um babador? – pergunta Zabdiel e eu lhe dou um pequeno empurrão como alerta para calar a boca.

A cerimônia segue tranquila e na hora dos votos reparo que Natalie revira os olhos discretamente.

_ Ela não está nem um pouco confortável com essa situação – comenta Erick e eu concordo com a cabeça.

Após alguns minutos a mais de tortura a cerimônia acaba e finalmente posso tirar o paletó e a gravata.

_ Puta que pariu eu já não aguentava mais isso aqui.

_ Nem eu. Porra, isso aqui é quente pra caralho – concorda Erick.

_ Vocês reclamam demais.

_ E você não perde tempo – aponto para o copo de bebida que Richard traz nas mãos.

_ Obrigada por virem meninos – Walter agradece assim que se aproxima da nossa mesa. – Vocês não sabem como isso é importante para nós.

_ E muito obrigada por convencerem Natalie a vir, vocês não sabem como isso é especial para Walter. Principalmente depois do que aconteceu entre eles – diz Elena que se distância para acompanhar seu marido que cumprimenta os outros convidados.

_ Por que ela agradeceu a gente? Não fizemos absolutamente nada – diz Erick.

_ Acho que ela não sabe da troca que eles fizeram e imagina que tenha sido a gente que fez a Natalie mudar de ideia – comenta Richard.

_ Mas a dúvida que não quer calar é... o que rolou entre Walter e Natalie para ela o desprezar tanto?

_ Não faço ideia Zabdiel, mas deve ser algo que a machucou demais – raciocina Richard e meu coração aperta um pouco mais.

Pouco mais de uma hora se passa e nem sinal da Natalie, até penso em ir àquele mesmo lugar que a encontrei no Natal, mas não tive oportunidade.

_ Senhoras e senhores um minutinho da vossa atenção – diz Walter batendo a colher na lateral do copo a fim de chamar a atenção. Um longo silêncio se forma e ele continua: – Hoje é um dia muito especial para mim e para Elena e poder compartilha-lo com nossos amigos e parentes é maravilhoso. E aqui diante de todas essa pessoas eu reforço que farei de tudo para te fazer feliz – Walter conclui e um barulho de palmas surge fazendo todos virarmos para traz e vermos Natalie no pé da escada.

_ Que lindo – Natalie solta um riso abafado. – Emocionante eu diria – diz enquanto se aproxima da mesa onde Elena e seu pai estão. É sutil, mas pela forma que anda sei que bebeu mais do que devia. – Isso aqui é irônico não acha? Você tendo a oportunidade de se casar com quem você ama, mas eu não pude nem morar na mesma cidade – ela hesita deixando tudo em completo silêncio, mas continua: – Se lembra quando você me perguntou por que meu pai estava me tratando daquele jeito? – diz olhando nos olhos de Clara. – Pois agora eu te explico. Há oito anos, eu conheci um garoto atencioso, simpático. Ele me tratava de uma forma que eu nunca havia sido tratada por ninguém. Até que um dia eu decido apresentá-lo ao meu pai. Meu amado pai. Comprei até roupas novas para que ele pudesse passar despercebido aos olhos de Walter Kolm e criei uma história de que ele era filho de um grande empresário do ramo de hotéis – ela ri de forma irônica e começa a despejar as coisas em cima de Walter e de todos os convidados. Eu e Richard estávamos prestes e para-la até que a história começou a se encaixar. – Mas o queridíssimo Walter, empresário musical, não quis nem que ele colocasse os pés dentro da nossa casa. Isso tudo sabe por quê? PORQUE ELE ERA POBRE – todos ficam com cara de horror quando ela diz a última parte, enquanto eu não consigo acreditar no que está acontecendo, é impossível. Imagens daquele dia retornam à minha mente e me lembro dela dizer que o pai estava em reunião. Nunca desconfiei que isso podia ter sido uma desculpa. – No dia seguinte tive que ouvir esse monstro que tenho que chamar de pai me dizer que ele não era o cara certo pra mim, que eu devia me relacionar com alguém que tivesse o mesmo nível social que eu – Walter acena pra que a gente a pare, mas eu barro Richard e Erick. Preciso ouvir a história até o final. – Você me afastou do cara que eu mais amei nessa vida por um capricho e preconceito seu. Você nunca saberá como é doloroso estar longe de quem ama. Como é doloroso acordar todos os dias e lembrar a vida maravilhosa que você e seu amor nunca vão ter. É doloroso imaginar que outra pessoa possa estar o fazendo feliz, que ele pode estar casado e com filhos correndo pelo quintal – tenta enxugar as lágrimas que escorrem em seu rosto enquanto encara seu pai. – Espero que vocês sejam muito infelizes – diz e joga uma taça de vinho no rosto de Walter. – Ah, e eu me demito – ela conclui e vou em sua direção e seguro pelo braço. – Qual foi Chris? Não está feliz? Não era isso que você queria deste o começo? – faz uma pausa enquanto olho nos seus olhos. – Sei que aquela história de trégua era papo furado, então está aí o seu presente – ela se desvencilha de mim e corre em direção à saída.

_ Natalie – a chamo quando chegamos do lado de fora.

_ O que foi? Meu querido papai te mandou aqui para me fazer volta lá para dentro e pedir desculpa?

_ Não – digo colocando o colar que me deu para fora da gola. Natalie parece reconhecê-lo e se aproxima.

_ Onde você conseguiu isso?

_ Novembro de 2014, Biscayne Boulervard, próximo ao museu de arte – é o que consigo dizer. – Foi onde nos conhecemos.

_ Não... você...

_ Sim, eu sou aquele engraxate que te ajudou a chegar ao parque municipal – explico e ela parece incrédula. – Passei todos esses anos perguntando porque você havia me deixado e hoje finalmente sei a verdade.

_ Vamos amor – ouço a voz de Daniel e instintivamente pego na mão de Natalie como um pedido para que fique. Ela olha para ele, olha para mim, volta sua atenção para nossas mãos e se solta indo em direção ao carro.

_ NATALIE – grito enquanto corro atrás do carro, mas não continuo por muito tempo. Tive a oportunidade de tê-la novamente em meus braços e novamente a vejo partir.


❀ OIII XUXUS ❀

Quase um ano depois, cá estou eu de volta. Depois que entrei pra faculdade fiquei meio sem tempo e nem me lembrava que haviam alguns capítulos salvos para publicar.

Estava aqui relendo toda a história e que saudade me deu de Chris e Nat.

Bom, tem mais uns 4 capítulos engatilhados e como estou de férias, pensei em terminar a história. Enfim, espero que gostem. Bjs, bjs.

Eighteen - [C.V/CNCO]Kde žijí příběhy. Začni objevovat