Capítulo 22 - Planejando a viagem

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O domingo passado terminou da pior forma, nem eu poderia sequer supor que aquilo aconteceria.

Passei uma tarde bastante agradável na casa da família do Gustavo. Eu estava me sentindo tão bem e tão leve e veio aquele baque. Pedro simplesmente apareceu lá. A minha família e a de Gustavo moram meio próximas. Bem provável que ele estivesse passando pelas redondezas e viu meu carro estacionado. E na cabeça maluca dele resolveu – de novo – que era uma boa ideia vir falar comigo. Foi o que Pedro falou assim que me viu, se era verdade ou não, é outra história.

Eu fiquei estática enquanto todo mundo a minha volta me protegia e defendia. O sangue de Gustavo subiu a cabeça e ele nocauteou Pedro novamente.

A situação piorou depressa até demais, pois logo surgiram meu irmão, o resto da família e também a polícia. Claro que tive que ouvir gracinha da minha mãe, tentando justificar as ações de Pedro, me dando um sermão como se eu estivesse errada em não querer ficar com ele. Sinceramente, acho que vou precisar adiantar a minha sessão de terapia para essa semana.

A polícia chegou e não deu para resolver tudo lá – e nem tinha como -, então fomos para a delegacia e acabei registrando outro boletim de ocorrência contra o Pedro. E meu ex registrou contra o Gustavo por agressão. Foi um estresse tão grande e eu só queria ir para a minha cama depois disso, pois quando saímos era mais de meia-noite já!

Eu e G saímos da delegacia e entramos no meu carro para podermos voltar para o condomínio. Nós dois estávamos com cara de cansados. Ainda bem que não passei uma maquiagem tão pesada, porque senão tinha borrado tudo. Eu chorei um bocado com toda essa situação!

- Desculpe por acabar com seu domingo. - falou Gustavo assim que sentou no banco do carona

- Não precisa se desculpar, eu agradeço por ter me defendido. E sinceramente, não foi a primeira vez que bateu no Pedro.

- Ele mereceu, como todas as outras vezes.

- Nisso eu concordo! - falei rindo de canto de boca

E dei a partida no carro, ficamos conversando no caminho.

- Tirando esse grande evento para a rua toda, gostou do almoço?

- Sim! Eu me diverti bastante. Ainda mais com seus pais me elogiando. - sorri

- O sonho deles era ter uma filha e bem, minha mãe acompanha o blog por minha causa.

- Posso te declarar meu fã número nº1, G?!

- Pode e deve! - riu – Aliás, chegou a ver algo da viagem?

- Nem deu tempo, fiquei trabalhando no livro. Se tiver cabeça, até vejo amanhã.

- Você sabe que eu ainda estou com a grana meio curta para viajar né? Não pode ser num lugar tão longe, H.

- Eu sei! Vou ver um lugar que fica no máximo umas quatro horas de carro.

- Estou ansiosa para isso, devo confessar.

- Também! Ainda porque vamos poder passar um tempo juntos. Não que já não façamos isso... - tentei me justificar

- Viajando é diferente! Eu entendi. - ele sorriu – Lembra: sem pressa tá?

Depois disso, o assunto se encerrou. Gustavo consegue acalmar meu coração sempre que diz isso. Acho que deve ser por isso que nossa amizade colorida funciona tanto, a gente só curte os momentos. Contudo, estamos chegando numa altura em que um está começando a sentir algo mais pelo outro. Eu tenho certeza que o G está da mesma forma que eu com relação a ele. Só que temos medo de dar o próximo passo. Eu pelos meus traumas. Já para Gustavo não consigo imaginar os motivos, talvez esteja esperando só o meu tempo mesmo.

Contemporânea EróticaWhere stories live. Discover now