Capítulo 35 - O pedido

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Meu dia foi só de trabalho, ainda cuidando dos mesmos ensaios de antes, afinal, são muitas fotos para editar. Até que Helena mandou mensagem já querendo combinar de gravar o vídeo hoje mesmo. Eu já tinha ciência de que havia certa urgência quanto a isso, só não achava que era tanta. Marcamos para a noite, após o nosso jantar.

Quando deu o horário fui lá, comemos e escolhi o escritório como o nosso cenário de gravação. Já trabalhei algumas vezes fazendo vídeos, especialmente com aquele filha da puta do Matheus, então aprendi a fazer o básico como ajustar a iluminação e ver a questão de áudio e tudo o mais.

Helena estava aparentemente nervosa, porém se saiu muito bem falando com a câmera, ou melhor, desabafando com ela. Finalmente veriam o lado dela da história, desde o início. Toda uma história que eu já sabia pelo tempo de convivência com ela.

***

E nada além do normal que eu tenha dormido lá. É bem complicado ficar perto da Helena e não querer fazer nada além de só jantar, ver um filminho, ou gravar um vídeo. Dormir é até mais fácil, confesso!

Acordei antes dela e fiz o café da manhã mais caprichado que consegui, já que eu sou um desastre na cozinha. Aproveitando inclusive o que ela já tinha na despensa, que por sorte está sempre bem abastecida.

Ela apareceu no corredor enquanto eu estava distraído colocando as coisas na mesa. Sorriu, me deu bom dia e já foi se sentando para comer.

- Assim eu fico é mal acostumada hein, G?

- De vez em quando pode! - e ri

Acomodei-me na cadeira ao lado e começamos o desjejum. Ai ela resolve soltar uma bomba:

- Aliás, eu estava tão aflita ontem em conseguir fazer o vídeo direito que esqueci completamente de contar uma coisa.

- O que? - senti um calafrio correr a espinha - Não é o que estou pensando né?

- Não... Calma! - ela achou engraçado - Agradeço a preocupação, mas minha menstruação já veio este mês.

- O que é então? Agora fiquei curioso!

- O Pedro apareceu na porta do prédio ontem.

- Como é? Por que não me chamou? Ele fez alguma coisa?

- Eu tinha acabado de voltar da terapia e fui comprar meu almoço. Como posso explicar o que houve... Nem eu entendi. Mas, em resumo, ele finalmente desistiu de mim!

- Isso é uma boa notícia né?! - fiquei receoso de comemorar

- É sim, G! - sorriu no canto da boca e falou em seguida - Uma pena é que ele me chamou de vagabunda e que não me dava ao respeito. Disse que não queria mais nada com uma mulher como eu.

- Acho que entendo porque está chateada, H.

- Ah, se eu soubesse que seria tão simples que ele me "dispensasse", eu pedia pro nosso primeiro ensaio ter sido com o meu rosto aparecendo.

E nós gargalhamos! Bom, dos males era o menor. Pelo menos, ela estaria em paz agora sem o Pedro no pé dela. Eu comentei no fim:

- Vamos ver como vai ficar a acusação de agressão que ele fez contra mim. E o Matheus deve ter aberto uma também. Meu histórico não está bom! - coloquei a mão no olho roxo que já estava doendo pouco

- Vai acabar tudo bem. Você não tem histórico agressivo! Pode ser que receba um serviço comunitário. Veja isso com o meu advogado.

- Vamos ver como vai rolar o nosso processo também. Só quero que o Matheus pague pelo que fez! - olhei para minha mão - Peço desculpas por ter agido num momento de raiva.

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