Capítulo 5 - Personagem mais uma vez

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Eu passei a noite de ontem no apartamento da Helena. Ela me chamou para jantar, acabei indo bem desleixado e ela com aquele vestido. Foi tudo tão agradável e foi natural termos transado de novo. Menos selvagem do que da outra vez, mas bem mais gostoso, ouso dizer.

Ela está escrevendo sobre nós outra vez. Não sei se ela está me usando como uma cobaia de teste pros produtos ou pros contos dela. E sinceramente, não me importa. Ela é tão sedutora que não tem como eu dizer não. Aquele olhar... Só de pensar... E eu ainda a vejo como a Echii e não como a Helena que conheci, ainda estou separando as duas coisas. É confuso, eu sei.

Depois de tomar café da manhã e tirar as fotos que faltavam – até porque esquecemos na noite anterior – voltei para o 805 – vulgo meu lar – e tomei a ducha mais fria e coloquei a cabeça em baixo do chuveiro. Bati uma, porque apesar de um pouco do efeito da bebida, ainda lembrava de tudo que ocorrera e o tesão estava incontrolável. Fiquei lembrando dela em cima de mim e sentindo a virilha doer.

Sai do chuveiro com a toalha enrolada na cintura e meu telefone toca. Era meu melhor amigo: Mateus.

- Gustavo, e ai? Cara, onde você estava? Te liguei ontem a noite e nem atendeu.

- Ah, eu dormi cedo. – dei uma desculpa

- Conta outra. – reclamou – Enfim, arrumei um freela pra você.

- Pra quando?

- Hoje à tarde!

- Assim tão em cima? Sabe que odeio?

- Não seria "em cima da hora" se tivesse atendido ontem.

- Ah, me desculpe, meu empresário. – bufei – O que? Onde é?

- É uma festa de aniversário infantil. Não é muito longe de onde você mora.

- Quanto vão me pagar?

- Trezentos contos.

- Melhor do que nada. Passa o endereço, o horário e tudo por mensagem.

- Assim farei.

- E obrigado, Mateus. De novo!

- Estou aqui para isso!

Despedimo-nos e eu desliguei. Fui trocar de roupa e arrumar a casa e o meu equipamento. Preparei um almoço rápido antes de ir. O lugar ficava a dez minutos do meu prédio. Os contratantes, que eram os pais da aniversariante foram bem simpáticos comigo. Eu sabia que ia voltar com uns lanches para casa, porque em festa de criança comida não falta.

Esse era um dos serviços mais comuns que conseguia, tendo em vista a quantidade de condomínios pela região e até pela cidade. E como fotógrafo iniciante na carreira, meu preço é bem abaixo e eles acabam pagando por ser mais barato mesmo.

Seria mais uma das diversas vezes em que já fotografei, se não fosse quem apareceu lá. Sim, a Helena. O que ela fazia ali? Eram da família dela, amigos? Não sei. Mas, ela cumprimentou os convidados com bastante intimidade. Assim que ela me viu, veio falar comigo:

- Gustavo, você por aqui? Quanto tempo. – e com essa cara de pau

- Conhece ele, amiga? – questionou a mãe da criança

- Ah, sim. Ele é meu vizinho.

Por pouco não respondo: Eu estive na sua casa hoje de manhã. Mas, mantive a compostura e só falei:

- Conhece ela de onde, Helena?

- Da faculdade e do trabalho. Ela trabalhava na revista comigo.

Apenas assenti. Fora as trocas de olhares entre eu e a Helena, foi tudo bem tranquilo. Algumas horas depois cantaram o parabéns e tinha acabado de anoitecer quando os convidados começaram a ir embora. O pai da aniversariante agradeceu o serviço, passou o contato para que enviasse as fotos e me pagou. Agradeci igualmente e ia embora quando a Helena me chamou.

Contemporânea EróticaWhere stories live. Discover now