Capítulo 33 - Pedido de perdão

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Eu apenas tentei dormir, mas não preguei o olho de jeito nenhum, o meu sangue continua quente e minha cabeça uma bela confusão.

Meu celular não parou um segundo sequer durante a noite, enquanto eu tentava distrair a minha mente vendo um filme de comédia. Até consegui dar algumas risadas, porém nada que apagasse o que foram esses dois últimos dias.

Então, já sabendo que o sono não viria de jeito nenhum, decidi fazer algo de útil e fui trabalhar. Continuar cuidando das edições dos ensaios que me ocuparam nas semanas anteriores, que parecem até um universo paralelo. Lembrei rapidamente de onde parei e prossegui com a separação das fotos e as leves correções de cores.

Eu fiquei tão distraído e compenetrado no meu trabalho - e também distante do celular - que só notei que horas eram quando amanheceu. O cansaço da noite recém-virada finalmente me abateu e o sono forçado me cobrou seu preço. Apenas salvei tudo para não perder, deixei o computador em modo de descanso e me joguei na cama, não levando nem cinco minutos para adormecer.

Fui despertado abruptamente pelo meu celular tocando na sala. Eu não tinha colocado para vibrar apenas? Levantei me arrastando e fui ver quem era. Não foi nenhuma surpresa ver que era meu irmão. Ele só queria saber porque eu sumi a manhã inteira, porque nossos pais ligaram e ele também ligou diversas vezes e eu não atendia. Ficaram preocupados pois não é costume que não atenda sem motivo. Expliquei sobre como foi a minha última noite. Meu irmão se mostrou compreensivo e dizendo que avisaria meus pais, desligou.

Olhei o horário no celular e já era 13h. Depois de um ronco longo do meu estômago, decidi que ia comer alguma coisa no restaurante perto do prédio. Troquei de roupa, arrumei o cabelo e sai. Depois de cinco minutos de caminhada, cheguei e escolhi uma mesa. Uma garçonete veio logo me atender e anotou meu pedido. Então, fiquei aguardando a comida.

Eu estava sentado numa mesa longe da porta, mas que dava visão para a entrada do restaurante. Distraí-me um pouco olhando o celular, as redes sociais ainda bombando de comentários. Fui ver o aplicativo de mensagens e o "grupo força-tarefa" informou que o vídeo e as fotos já estavam fora do ar naquele site, agora estavam na busca das cópias para apagar também. Vi o nome e a foto da Helena na listagem, ainda sem nenhuma resposta dela. Sabia que não ia me responder. Só penso o quanto ela deve me odiar agora e por algo que eu nem fiz!

Qual não foi a minha surpresa em ver quem atravessou a porta do restaurante: Helena. Sorri internamente, mas percebi o quanto ela estava abatida... Ainda! Nossos olhares se encontraram de imediato e ela não demonstrou nojo quando me viu. O que é um bom sinal! Na verdade, ela sorriu e veio em minha direção.

- Oi, G! Posso sentar aqui com você?

- Olá, H! - acho que tinha essa liberdade de volta - Claro que pode! Já almoçou?

- Na verdade, eu ia almoçar na minha mãe. Ela me chamou depois daquilo e foi querer me dar um sermão, porém eu acabei falando demais e sai de lá porque ficou um climão.

- Imagino do que ela deve ter te chamado.

- Não chegou a dar um nome, mas se mostrou mais preocupada com o que os outros iam achar dela do que comigo. Todas as coisas acumuladas me subiram e eu vomitei de uma vez só. Eu e Marina a deixamos reflexiva! Ela cobra uma perfeição que inalcançável, ou melhor, nem sei qual é o patamar que ela quer que atinjamos.

- Entendi. Bom, espero que ela entenda.

A garçonete chegou para atendê-la, Helena fez seu pedido e eu continuei a conversa:

- Enfim, você... Ainda está com raiva de mim? - indaguei para tirar a dúvida

- Eu estava com raiva de você. - ela sorriu sem mostrar os dentes - Só que aí você me aparece com este olho roxo e me deixa preocupada... - falou passando a mão no meu rosto - Acredito que não foi você, ainda mais quando falou que foi o Matheus. Não tinha ido com a cara e com razão.

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